Houve um tempo em que não chovia e os animais estavam a morrer de muita sede. Então, resolveram todos se reunir a fim de solucionar o problema. O coelho recusou-se a participar das tentativas de encontrar água. Os outros animais, cavaram, cortaram árvores, até que, uma tartaruga encontrou água, suficiente para formar uma pequena lagoa. Fizeram logo uma festa, tocaram batuque durante três semanas, pois não sentiriam mais sede.
O leão sugeriu que não deixassem o coelho beber a água deles e todos concordaram. Quando os animais saíram para a caça, deixaram a gazela tomar conta da lagoa. Sentindo sede, o coelho colocou mel dentro de uma cabaça, foi até à gazela e chamou-a. A gazela perguntou quem era e o que queria. O coelho respondeu que lhe trouxera mel de presente. Sem saber o que era o mel, o coelho convenceu que ela provasse. Ela gostou tanto que implorou mais ao coelho. Este, então, lhe disse que ela ainda não havia sentido todo o sabor do mel, pois isso só aconteceria se ela o comesse atada a uma árvore.
Dessa forma, a gazela deixou-se amarrar. O coelho não deu mais mel à gazela e, ainda, foi à lagoa beber água e tomar banho, sujando toda a lagoa. Quando chegaram os outros animais, repreenderam a gazela e puseram o macaco de guarda.
No dia seguinte, o coelho, novamente, chamou o macaco e este respondeu que não perdesse o seu tempo, pois todos os seus artifícios já eram conhecidos. O coelho disse que era uma pena, pois trazia consigo uma coisa muito saborosa, e fingiu ir-se embora. O macaco pediu para ver ao menos do que se tratava. O coelho passou um pouco de mel em seus lábios e o macaco ficou maravilhado com o sabor. Quando o macaco implorou mais um pouco, o coelho disse-lhe que não poderia dar-lhe, pois tinha medo que depois ele o seguisse para descobrir onde ele obtinha o mel. O macaco jurou que não faria isso e o coelho pediu-lhe, como prova, que o deixasse atar-lhe a uma árvore.
Louco pelo mel, o macaco permitiu, repetindo-se com ele o mesmo que com a gazela. Ao retornarem, os animais ficaram enfurecidos. O mesmo sucedeu com o búfalo, o hipopótamo, o elefante e com os demais bichos, deixando o leão desesperado. Até que a tartaruga ofereceu-se para ficar de guarda. Ela, então, resolveu ficar de vigia dentro da lagoa, escondendo-se debaixo da água.
Chegando à lagoa, o coelho pensou que os outros tivessem desistido de enfrentá-lo. Entrou na lagoa e fez a festa. Quando ia sair da água, a tartaruga agarrou-lhe a perna. Ele implorava que a tartaruga lhe largasse a perna e ela nada. Quando os outros animais retornaram, ficaram muito contentes, julgando o coelho e condenando-o à morte.
O condenado exigiu o seu direito a uma última vontade: ser executado ao colo da mulher do chefe. No momento em que ia atirar uma seta, o coelho começou a fazer gracinhas, fazendo-a rir e errar o alvo, acertando na mulher do chefe, possibilitando a fuga do coelho. Por isso, todos os animais o procuram, a fim de executa-lo. Desde então, têm-se visto o coelho, sempre sozinho, correndo de um lado para o outro, aos saltos e aos ziguezagues.
Fonte:
Contos de Encantar
O leão sugeriu que não deixassem o coelho beber a água deles e todos concordaram. Quando os animais saíram para a caça, deixaram a gazela tomar conta da lagoa. Sentindo sede, o coelho colocou mel dentro de uma cabaça, foi até à gazela e chamou-a. A gazela perguntou quem era e o que queria. O coelho respondeu que lhe trouxera mel de presente. Sem saber o que era o mel, o coelho convenceu que ela provasse. Ela gostou tanto que implorou mais ao coelho. Este, então, lhe disse que ela ainda não havia sentido todo o sabor do mel, pois isso só aconteceria se ela o comesse atada a uma árvore.
Dessa forma, a gazela deixou-se amarrar. O coelho não deu mais mel à gazela e, ainda, foi à lagoa beber água e tomar banho, sujando toda a lagoa. Quando chegaram os outros animais, repreenderam a gazela e puseram o macaco de guarda.
No dia seguinte, o coelho, novamente, chamou o macaco e este respondeu que não perdesse o seu tempo, pois todos os seus artifícios já eram conhecidos. O coelho disse que era uma pena, pois trazia consigo uma coisa muito saborosa, e fingiu ir-se embora. O macaco pediu para ver ao menos do que se tratava. O coelho passou um pouco de mel em seus lábios e o macaco ficou maravilhado com o sabor. Quando o macaco implorou mais um pouco, o coelho disse-lhe que não poderia dar-lhe, pois tinha medo que depois ele o seguisse para descobrir onde ele obtinha o mel. O macaco jurou que não faria isso e o coelho pediu-lhe, como prova, que o deixasse atar-lhe a uma árvore.
Louco pelo mel, o macaco permitiu, repetindo-se com ele o mesmo que com a gazela. Ao retornarem, os animais ficaram enfurecidos. O mesmo sucedeu com o búfalo, o hipopótamo, o elefante e com os demais bichos, deixando o leão desesperado. Até que a tartaruga ofereceu-se para ficar de guarda. Ela, então, resolveu ficar de vigia dentro da lagoa, escondendo-se debaixo da água.
Chegando à lagoa, o coelho pensou que os outros tivessem desistido de enfrentá-lo. Entrou na lagoa e fez a festa. Quando ia sair da água, a tartaruga agarrou-lhe a perna. Ele implorava que a tartaruga lhe largasse a perna e ela nada. Quando os outros animais retornaram, ficaram muito contentes, julgando o coelho e condenando-o à morte.
O condenado exigiu o seu direito a uma última vontade: ser executado ao colo da mulher do chefe. No momento em que ia atirar uma seta, o coelho começou a fazer gracinhas, fazendo-a rir e errar o alvo, acertando na mulher do chefe, possibilitando a fuga do coelho. Por isso, todos os animais o procuram, a fim de executa-lo. Desde então, têm-se visto o coelho, sempre sozinho, correndo de um lado para o outro, aos saltos e aos ziguezagues.
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