A tomada de Joppa é um antigo conto egípcio que descreve a conquista da cidade de Joppa (atual Jaffa) pelo general Djehuty à época de Tutmés III. Conserva-se uma cópia no papiro Harris 500, guardado no British Museum com a referência EA 10060.
Não se trata de uma narração histórica mas de um conto cujo fundo é a campanha na Síria de Tutmés, e o que ocorreu a um comandante de tropa chamado Djehuty que servia sob as ordens do faraó. As tática usadas por Djehuty na história evocam o episódio do Cavalo de Troia relatado na Odisseia e o conto de Ali Babá das "Mil e uma Noites".
O papiro data de começos da XIX dinastia, durante o reinado de Seti I ou Ramsés II. Está escrito em hierático e conserva-se em forma fragmentar: o começo perdeu-se e o restante do texto tem muitas lacunas.
No fragmento conservado, Djehuty convida o príncipe de Joppa (Jaffa) a um encontro no seu acampamento das cercanias da cidade. O príncipe acode com 120 soldados, e Djehuty convida à sua barraca, onde o nocauteia. Oculta duzentos dos seus soldados em cestas, coloca-os sobre animais e envia um auriga à cidade para anunciar que os egípcios se renderam e estão enviando um tributo. As duzentas cestas são levadas por 500 mensageiros, que não são mas que soldados de Djehuty: uma vez dentro da cidade, conquistam-na. A história termina com uma carta na qual Djehuty informa ao faraó desta vitória.
Embora os acontecimentos descritos nesta história sejam fictícios, estão situados num contexto real: Tutmés realizou um total de 16 campanhas na Síria entre 22 e 42 do seu reinado; a tomada de Jaffa deve ter sucedido numa das primeiras. O general Djehuty é um personagem real, bem documentado em diversos achados arqueológicos, por exemplo numa tigela de ouro com a qual Tutmés III o obsequiou pelos seus méritos e que se conserva no Museu do Louvre. A sua tumba foi encontrada em 1824 em Saqqara.
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