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segunda-feira, 21 de julho de 2025

Asas da Poesia * 55 *

 

Soneto de
EDY SOARES
Vila Velha/ES

A desconhecida

De onde ela veio os riscos eram poucos;
cais de sossego e amores comedidos…
porto seguro…, mas de ouvidos moucos
aos seus anseios, sempre preteridos.

Um dia, enfim, nos descobrimos loucos,
incendiando instintos escondidos
e nos amando entre os gemidos roucos
das feras que contêm suas libidos.

Aos poucos pude ver que descobrimos
detalhes tão comuns de um sonho imenso,
motivos pelos quais nós nos unimos…

E agora a vejo triste e dividida
entre as surpresas deste amor intenso
e o porto que acolheu a nau transida!
= = = = = = = = =  

Trova de
A. A. DE ASSIS
Maringá/PR

Alarme no galinheiro. 
- Será que há gambá na granja?... 
- Bem mais grave: é o cozinheiro 
que avisa: “Hoje vai ter canja!”…
= = = = = = = = =  

Poema de
CARLOS LÚCIO GONTIJO
Santo Antônio do Monte/MG

Oração dos casais

Meu bem, sei que Deus protege os casais
Semeia trigais de ternura na pele
Para que o amor sele as marcas da procura
Então, na hora em que a gente for dormir
Façamos jus aos cuidados do Senhor
Por favor, acenda-me quando apagar a luz!
= = = = = = = = =  

Aldravia de
HELENA LUNA
Fortaleza/CE

sonho
poeira
que
o
vento
carrega
= = = = = = = = =  

Soneto de
DOMINGOS FREIRE CARDOSO
Ilhavo/ Portugal

O teu rosto de sal na praia vã
(José Charles González in "Cem Sonetos Portugueses", p. 148)

O teu rosto de sal na praia vã
Filtrava a luz do sol nesse cristal
E lá do sul, subindo o areal
Vinha a lua dizer que é tua irmã.

Sendo a razão de ser desta manhã
Silhueta esculpida num vitral
Serias Virgem numa catedral
Se não tivesses já coroa de romã.

És sereia que o mar azul trouxesse
Uma rosa de orvalho que amanhece
E, por milagre, a Terra iluminasse.

És aragem lembrando borboleta
Vestida de amarelo, azul, violeta
E que ao bater das asas nos deixasse.
= = = = = = = = = 

Trova de
FERNANDO BURLAMAQUI 
Recife/PE, 1898 – 1978

A Saudade, com certeza,
tem poderes encantados
que fazem doce a tristeza
dos corações separados.
= = = = = = = = =  

Soneto de
AFONSO FREDERICO SCHMIDT
Cubatão/ SP, 1890-1964, São Paulo/SP

Rosas loucas

A rosa louca é a rosa mais singela
de todas as rosas, mas é bela
porque nasce nas cercas, nos caminhos
e conta menos flores do que espinhos.

A rosa louca é a rosa mais plebeia
dentre todas as rosas, traz à ideia
a moçoila do bairro, tão bonita
com vestidos de cor, feitos de chita.

A rosa louca é a rosa que se olha
sem tirar do pé, porque desfolha;
ela pede perdão de não ter graça;

desponta, desabrocha, encanta... e passa.
Estas rosas são breves e são poucas,
como o riso feliz em nossas bocas…
= = = = = = 

Trova de
SINCLAIR POZZA CASEMIRO
Campo Mourão/PR

Todas  manhãs são seguras,
pois há toques de poesia
que tu, mágico, asseguras
Sir Feldman de cada dia!!!
= = = = = = = = =  

Poema de
FILEMON MARTINS
São Paulo/ SP

Elogio ao Soneto

No meu viver de agitação, proscrito,
eu busco a paz para escrever um verso
e de alma pura, coração contrito,
procuro a melhor rima do Universo.

O desespero aperta, estou aflito…
Como escrever num mundo tão perverso?
A inspiração me acode com um grito,
e o meu soneto nasce, incontroverso…

Ao verbo de Camões me fiz escravo.
em busca da palavra me fiz bravo,
para dar ao soneto nova aurora…

Que o pavilhão tremule lá na praça,
e brilhando, qual pérola sem jaça,
reine o soneto pelo mundo afora!
= = = = = = = = =  

Trova de
DIVENEI BOSELLI 
São Paulo/SP

Choro junto à sepultura
De sonhos mortos repleta,
E a razão, mãos na cintura,
Diz: – quem mandou ser poeta.
= = = = = = = = =  

Soneto de
MIGUEL RUSSOWSKY
Santa Maria/RS (1923 – 2009) Joaçaba/SC

Oração do poeta

– Que me darás, Senhor, pela jornada
de dores, privações e misereres?
– Eu te darei a noite salpicada
de estrelas e silêncio. Que mais queres?

– E para a solidão da madrugada?
– Já fiz o mundo cheio de mulheres.
procura e encontrarás a tua amada.
Faz os mais lindos versos que puderes.

– Mas como irei, Senhor, reconhecê-la?
– Há no céu, entre todas, uma estrela
que apenas tu verás. Que mais perguntas?

– E este frio e esta angústia que ora sinto?
– Quando ela penetrar em teu recinto
a primavera e a paz hão de vir juntas.
= = = = = = = = =  

Trova de
FAGUNDES VARELA
Rio Claro/RJ, 1841 – 1875, Niterói/RJ

A mais tremenda das armas,
bem pior que a durindana,
atentai, meus bons amigos…
se apelida: – a língua humana!
= = = = = = = = =  

Cantiga Infantil de Roda
PEZINHO 

Ai bota aqui 
ai bota ali 
o teu pezinho
O teu pezinho 
bem juntinho 
com o meu

Ai bota aqui ai bota ali 
o teu pezinho
O teu pezinho o teu pezinho 
ao pé do meu

E depois não vá dizer 
que você já me esqueceu
E depois não vá dizer 
que você já me esqueceu

E no chegar deste teu corpo, 
uma abraço quero eu
E no chegar deste teu corpo, 
uma abraço quero eu

Agora que estamos juntinhos, 
da cá um abraço e um beijinho
Agora que estamos juntinhos, 
da cá um abraço e um beijinho

E depois não vá dizer 
que você já me esqueceu
E depois não vá dizer 
que você já me esqueceu
= = = = = = = = =  

Quadra Popular de
AUTOR ANÔNIMO

Teu coração bem amado,
é de tão grande doçura,
que se fosse esquartejado
parecia rapadura.
= = = = = = = = =  

Poema de
VANICE ZIMERMAN
Curitiba/PR

O portão e o vento

Num piscar de olhos
Distancia-se o pensamento,
Busco encontrar-te
Em cada folha do Plátano
E pétalas de rosa que guardei...
Imagino que esteja próximo a esquina
Vindo em minha direção,
Mas, num piscar de olhos.
Você retorna aos meus sonhos,
E o portão abre-se com o vento...
= = = = = = = = =

Poetrix de
ANGELA TOGEIRO
Belo Horizonte/MG

Falsa borboleta

Ousei ser lagarta e pupa.
Rompi o casulo
numa sociedade de asas tolhidas.
= = = = = = = = =  

Pantun de
OLGA MARIA DIAS FERREIRA
Pelotas/RS

Pantun da Cegueira do Amor

TEMA:
Se o amor é cego, entretanto,
por que nos faz tanto bem?
Mesmo cego, é luz no entanto,
nos olhos cegos de alguém!
PROFESSOR GARCIA 
Caicó/RN

PANTUN:
Por que nos faz tanto bem
essa pauta de carinho,
nos olhos cegos de alguém,
a enfeitar o nosso ninho.

Essa pauta de carinho,
tanto amor ao entardecer,
a enfeitar o nosso ninho
e nos ajuda a viver.

Tanto amor ao entardecer,
traz grande brilho ao olhar
e nos ajuda a viver,
vibrar, sorrir e sonhar.

Traz grande brilho ao olhar
e traz muita paz… enquanto,
vibrar, sorrir e sonhar
Se o amor é cego, entretanto...
= = = = = = = = =  

Aldravia de
ANNA RIBEIRO
Itajaí/SC

nas
entrelinhas
a
busca
de
mim
= = = = = = = = =  

Soneto de
FILINTO DE ALMEIDA
Porto/Portugal, 1857 – 1945, Rio de Janeiro/RJ

Zumbidos

Eu quisera ter voz para cantar
A tua glória — portentoso guia
Nas ascensões da minha fantasia —
Voz do Céu, voz da Terra, voz do Mar.

Mas tão potente voz, tão singular
Que concertasse a tríplice harmonia,
A só digna de ti, quem a teria
Neste soturno mundo sublunar?

Eu, abelhão fugaz do ático Himeto,
Dou-te o meu surdo canto, asas abrindo,
Num sussurro de loa triunfal;

Dou-te mais um zumbido num soneto;
Que eu vivi sempre e morrerei zumbindo
Em torno da tua sombra colossal.
= = = = = = = = =  

Trova de
J. UDINE VASCONCELOS
Fortaleza/CE

Como filho do Universo,
vejo a vida em poesia,
por isso é que faço verso,
dia e noite, noite e dia…
= = = = = = = = =  

Poema de
JOHN DONNE 
Londres/Inglaterra, 1572 – 1631

A Isca 

Vem viver comigo, sê o meu amor
E alguns novos prazeres provaremos
De areias douradas e regatos de cristal
Com linhas de seda e anzóis de prata.

Aí o rio correrá murmurando, aquecido
Mais por teus olhos do que pelo sol;
E aí os peixes enamorados ficarão
Suplicando a si próprios poder trair.

Quando tu nadares nesse banho de vida
Cada peixe, dos que todos os canais possuem,
Nadará amorosamente para ti,
Mais feliz por te apanhar, que tu a ele.

Se, sendo vista assim, fores censurada
Pelo Sol, ou Lua, a ambos eclipsarás;
E se me for dada licença para olhar
Dispensarei as suas luzes, tendo-te a ti.

Deixa que outros gelem com canas de pesca
E cortem as suas pernas em conchas e algas;
Ou traiçoeiramente cerquem os pobres peixes
Com engodos sufocantes, ou redes de calado.

Deixa que rudes e ousadas mãos, do ninho limoso
Arranquem os cardumes acamados em baixios;
Ou que traidores curiosos, com moscas de seda
Enfeiticem os olhos perdidos dos pobres peixes,

Porque tu não precisas de tais enganos,
Pois que tu própria és a tua própria isca,
E o peixe que não seja por ti apanhado,
Ah!, é muito mais sensato do que eu.

(Tradução de Helena Barbas)
= = = = = = = = =  

Trova de
DJALDA WINTER SANTOS
Rio de Janeiro/RJ

Houve muita confusão
quando o morto, no velório,
dando um tapa no caixão,
reclamou do falatório...
= = = = = = = = =  

Glosa de
GISLAINE CANALES
Herval/RS, 1938 – 2018, Porto Alegre/RS

E é quase dia...

MOTE:
No talvez da quase noite,
quando a espera me angustia,
horas batem feito açoite...
Tu não vens...e é quase dia...
WANDA DE PAULA MOURTHÉ
Belo Horizonte/MG

GLOSA:
No talvez da quase noite,
eu me perco em devaneios
e temo que a dor se amoite
e se instale nos meus seios!

O pranto cai devagar
quando a espera me angustia,
sentindo – não vais chegar,
morre em mim toda a alegria!

A tristeza faz pernoite
no meu pobre coração...
horas batem feito açoite...
sem nenhuma compaixão!

Quando a solidão aumenta,
a noite perde a magia
e minha alma não aguenta,
tu não vens...e é quase dia…
= = = = = = = = =

domingo, 18 de agosto de 2024

Dissecando a Magia dos Textos (“Maria e Maria”, de Sinclair Pozza Casemiro)

Conto publicado neste blog em 22 de julho de 2020, no link 

RESUMO

Caminhoneiro Feliz
Tião, um caminhoneiro feliz, vive com suas duas Marias: a esposa e a filhinha. Apesar das dificuldades, ele se considera afortunado por ter um caminhão e uma família amorosa. As Marias são seu maior tesouro, e juntos enfrentam os desafios da vida.


A Vida na Estrada
A rotina de Tião é marcada por viagens e o convívio com os amigos. Maria, sempre rindo, cuida da casa e da filha, transformando a boleia do caminhão em lar. A amizade e o chimarrão são essenciais em sua vida simples.

Mudança e Mistério
A chegada de novos vizinhos traz mudanças. A história de um rancho amaldiçoado, onde uma mulher foi assassinada, assombra a vizinhança. Tião, cético, ignora os avisos, mas Maria começa a mudar, perdendo a alegria.

Tragédia e Consequências
A tensão aumenta quando Tião descobre a infidelidade de Maria, resultando em tragédia. Ele volta para casa e, em um momento de desespero, confronta a realidade devastadora. A dor da perda transforma sua vida para sempre.

ANÁLISE

Amor e Perda
A narrativa explora os laços familiares e a fragilidade do amor. Tião, inicialmente contente, enfrenta a desilusão e a tragédia.

Cultura e Vida Rural
A história retrata a vida rural no Brasil, com suas tradições, desafios e a luta diária por sobrevivência.

Mistério e Sobrenatural
Elementos do sobrenatural permeiam a narrativa, refletindo as crenças populares sobre lugares amaldiçoados e o impacto do passado nas vidas presentes.

PERSONAGENS PRINCIPAIS

Tião
Um caminhoneiro otimista e trabalhador, que valoriza sua família acima de tudo. Sua alegria é contagiante, mas ele se torna vulnerável às circunstâncias e à traição.

Maria (esposa)
Uma mulher forte e amorosa, que enfrenta as adversidades com graça. Sua risada é um símbolo de esperança, mas sua mudança de comportamento reflete a tensão crescente em sua vida.

Maria (filha)
A criança que representa a inocência e a alegria da família. Sua presença traz luz aos dias de Tião, mas sua tragédia acentua a dor do pai.

TEMAS CENTRAIS

Amor e Compromisso
A história examina como o amor pode ser testado e como os compromissos podem ser rompidos. Tião e Maria compartilham um laço profundo, mas as dificuldades e a traição geram uma fissura irreparável.

Superstição e Folclore
A presença do rancho amaldiçoado e as histórias locais refletem as crenças populares sobre o sobrenatural. Esses elementos criam uma atmosfera de mistério e tensão, influenciando as ações dos personagens.

A Vida Rural
O cotidiano de Tião e sua família é retratado com riqueza de detalhes, mostrando as dificuldades enfrentadas por quem vive no campo. As interações sociais, o trabalho duro e a simplicidade da vida rural são centrais para a narrativa.

DESENVOLVIMENTO DA TRAMA

A Rotina de Tião
Tião e suas Marias desfrutam de momentos simples, como passeios no caminhão e encontros com amigos. Essa felicidade inicial estabelece um contraste com os eventos futuros.

Chegada dos Novos Vizinhos
A mudança traz novos personagens e provoca rumores sobre o passado do rancho. A curiosidade e o medo começam a afetar a dinâmica da vizinhança.

Desvio de Comportamento
A transformação de Maria, que passa a demonstrar tristeza e desinteresse, gera preocupação em Tião e começa a criar uma fissura na relação.

A Tragédia
O clímax ocorre quando Tião descobre a traição. A cena final, marcada pela violência e perda, resulta em um desfecho trágico que ecoa os temas de desilusão e arrependimento.

FOLCLORE

Na narrativa de "Maria e Maria", vários elementos de folclore são destacados, criando uma atmosfera rica e carregada de simbolismo.

1. A Maldição do Rancho
A história sobre o rancho amaldiçoado, onde uma mulher foi assassinada, reflete crenças populares sobre lugares assombrados. Essa narrativa é central para a tensão da história, trazendo um senso de mistério e medo.

2. Lendas Locais
O passado trágico da mulher assassinada e o choro do bebê perdido são elementos que evocam lendas locais, conectando a comunidade a um passado sombrio e a histórias que circulam entre os moradores.

3. Superstições
A ideia de que tragédias atraem mais tragédias, como mencionado pelo amigo de Tião, demonstra a crença popular de que certas situações podem ser "amaldiçoadas" ou trazer má sorte.

4. Chimarrão e Tradições Regionais
O ato de compartilhar chimarrão entre amigos é uma prática cultural que simboliza união e acolhimento, ressaltando as tradições e a convivência social da comunidade.

5. Crenças sobre o Sobrenatural
Os personagens discutem fenômenos sobrenaturais, como a aparição da mulher que busca seu filho, mostrando como o sobrenatural permeia a vida cotidiana e afeta as emoções dos personagens.

Esses elementos folclóricos não apenas enriquecem a narrativa, mas também refletem a cultura e as crenças da comunidade, conectando os personagens a uma tradição mais ampla que molda suas vidas e interações.

Os elementos de folclore em "Maria e Maria" têm um impacto significativo na identidade cultural da comunidade de várias maneiras:

1. Preservação da História Coletiva
As lendas e histórias, como a do rancho amaldiçoado, ajudam a preservar a memória coletiva da comunidade. Elas conectam as gerações passadas às presentes, criando um senso de continuidade e identidade.

2. Construção de Valores e Crenças
As superstições e crenças locais moldam a forma como os moradores enxergam o mundo. Tais crenças influenciam decisões, comportamentos e interações sociais, promovendo uma cultura de precaução e respeito às tradições.

3. Fortalecimento dos Laços Comunitários
Práticas culturais, como o compartilhamento de chimarrão, reforçam laços sociais e criam um sentido de pertencimento. Esses momentos de convivência fortalecem a identidade da comunidade, promovendo solidariedade e apoio mútuo.

4. Reflexão sobre Medos e Desafios
As histórias de horror e mistério, como a do rancho, permitem que a comunidade explore e expresse medos coletivos. Isso ajuda a criar um espaço seguro para discutir problemas e desafios sociais, refletindo a resiliência da comunidade.

5. Identidade Regional
Os elementos folclóricos, incluindo costumes e lendas, contribuem para uma identidade regional única. Eles diferenciam a comunidade de outras, celebrando suas particularidades e características.

6. Relação com a Natureza
Muitas histórias e crenças estão intrinsicamente ligadas à natureza e ao ambiente local, promovendo um respeito profundo pelo espaço que habitam e enfatizando a interdependência entre as pessoas e seu entorno.

Esses aspectos não apenas moldam a vida cotidiana, mas também ajudam a construir uma base sólida para a identidade cultural da comunidade, promovendo um sentimento de união e continuidade frente aos desafios da vida moderna.

CONCLUSÃO

A obra de Sinclair Pozza Casemiro nos convida a refletir sobre a complexidade das relações humanas, a luta pela felicidade e as consequências de nossas escolhas. A jornada de Tião é um lembrete de que a vida pode mudar rapidamente, e que o amor, embora forte, pode ser quebrado por desilusões.

"Maria e Maria" é uma história que capta a essência da vida rural, explorando a complexidade das emoções humanas. Sinclair Pozza Casemiro nos lembra que a felicidade é efêmera e que os laços familiares podem ser tanto fonte de alegria quanto de dor. Essa dualidade, entre amor e tragédia, ressoa profundamente, tornando a narrativa uma reflexão poderosa sobre as relações e suas consequências.

Fonte: José Feldman. Dissecando a magia dos textos: Contos e Crônicas. Maringá/PR. IA Open.
 Biblioteca Voo da Gralha Azul. 2024.

domingo, 8 de janeiro de 2023

José Feldman (As aparências enganam)

Epitáfio Epaminondas era um homem simples, que vivia na Vila dos Velhos, no litoral brasileiro, em um apartamento no último andar, que fazia questão de afirmar que era de cobertura, mas ele mal-mal conseguia dividi-lo com seus dois cachorros, o gato, o papagaio e alguns passarinhos. Apesar da idade, já beirando seus 65 anos, vivia tranquilo. Trabalhava num jornal chamado “Fumos Cão”, fazendo bicos e, mesmo gostando de escrever - às vezes - ele possuía um cargo semelhante a um office-boy, ou como ele mesmo  denominava: “office-velho”.

Apesar de ser uma pessoa pacata, infelizmente o seu nome provocava alguns desentendimentos para quem não tinha conhecimento do riscado. No consultório médico:

– Dona Rosinha, cadê seu Epitáfio?

E dona Rosinha, uma senhora de idade razoavelmente avançada, apavorada:

– Doutor? Eu estou tão ruim assim? Meu Deus!!!!

– Calma, dona Rosinha. Por que esse apavoramento todo?

– O se…se…senhor está já pedindo meu epitáfio!

– Calma, dona Rosinha. Não é o seu epitáfio, é este senhor que está aí no consultório, ele se chama Epitáfio Epaminondas. Por favor, quando se recobrar, peça para ele entrar.

E, por aí se vai... imagine, meu caro leitor, no escritório de advocacia, nos velórios e enterros, sempre que confusão era formada! Epitáfio… Epitáfio… quem seria o infeliz que foi dar um nome desses a alguém? No mínimo, devia trabalhar como coveiro em algum cemitério!

Mas estou me desviando do verdadeiro objetivo destas “mal-traçadas linhas”. Epitáfio ficava parte do tempo, quando estava em casa, olhando pela janela. E quando alguém chegava para visitá-lo, geralmente com os bofes de fora, quase fazendo mesmo seu epitáfio, após subir oito lances de escada de uns quinze degraus cada (o elevador já havia ido pro beleléu fazia tempo e, do jeito que os preços iam pela morte, não tinham como pagar o conserto) pois bem, sempre que lá chegavam os amigos,  encontravam-no à janela e murmurando: “Aquele é meu carrinho. Aquele é meu carrinho.” E soltava um longo suspiro.

No outro lado da rua, meio encoberto por algumas árvores, viam um carro vermelho, uma Ferrari. E Epitáfio apontava para ela.

Era assim, toda vez que alguém aparecia para vê-lo. Epitáfio era viúvo, sem filhos. E a paixão dele era aquele carrinho. Para os que o conheciam, era difícil concatenar: como um “office-velho”, que ganhava um salário mínimo - se muito - e mais um salário da aposentadoria, morando num apartamento “de cobertura” podia ter uma Ferrari, que custava quase 1 milhão de dólares? Então, claro, tudo isso levava a aventarem as mais loucas elocubrações sobre seu poder aquisitivo: desde heranças, assalto já prescrito em que ele ficara com o dinheiro, até recolher os valores dos mortos no cemitério.

Enfim, era algo que deixava o povo com a “pulga atrás da orelha”. Devia ter dinheiro embaixo do colchão, ou conta nas Ilhas Cayman.

Passavam-se os dias, meses e seu Epitáfio dizia: “Aquele é meu carrinho. Aquele é meu carrinho”.

Um dia, uma fatalidade ocorreu: uma tempestade violenta se deu naquele vilarejo, as árvores velhas vergavam diante da força dos ventos que assolavam implacavelmente a terra. Uma árvore inteira se partiu e caiu sobre a Ferrari, destroçando-a.

A paixão de Epitáfio estava destruída. Simplesmente ele deveria estar arrasado. Os amigos resolveram se reunir para visitá-lo, para tentar animá-lo. E lá se foi um bando de gente, parecia até um arrastão, subindo a escadaria. Alguns pararam no meio do caminho para recuperar o fôlego e sentir novamente as pernas, que já estavam falhando; outros chegaram ao apartamento de Epitáfio mais mortos que vivos. Mas todos finalmente conseguiram adentrar o apartamento.

Epitáfio brincava com seus cachorros, jogando uma bolinha: – “Bolinha! Bolinha!”- e jogava para os cachorros que, preguiçosos, só olhavam a bolinha rolar pela sala.

Ao ver aquele “mundaréu” de gente entrando em sua casa, preparou-se para alguma notícia ruim. Alguém do seu rol de amizades deveria ter morrido. Afinal, muitos estavam apenas esperando a laçada, pois conforme ele, Jesus já os estava chamando, mas já estavam surdos, por isso não iam. Só laçando, mesmo.

Epitáfio logo interpelou:

– Que aconteceu? Quem morreu?

Um dos amigos se prontificou em lhe dar os detalhes:

– Meu amigo, sinto muito pelo ocorrido.

– Pelo o quê? Não estou sabendo de nada. Desembucha logo, homem de Deus!

– Seja forte. É melhor se sentar. Estamos aqui para lhe dar a maior força.

– Já está me assustando. O que foi??????

– Sentimos muito pela sua paixão.

– A Valéria? Meu Deus! A Valéria não! Que aconteceu?

– Quem é Valéria?

Nesta altura do campeonato, antes que levasse um cartão vermelho, Epitáfio se tocou que eles não sabiam de sua paixão secreta pela antiga colega de escola. E, rapidinho, tentou desconversar:

– Valéria é uma conhecida da internet.

– Pois é, caiu uma árvore sobre ela…

– A Valéria? – se assustou Epitáfio.

– Afinal, quem é Valéria?

A coisa estava ficando cada vez mais enrolada e não se chegava à parte alguma. Daí Epitáfio tomou fôlego e perguntou, apreensivo:

– A árvore caiu em quem?

– Ora, homem! Sobre seu carro.

– Que carro? Não tenho carro!

– Aquela Ferrari vermelha que ficava estacionada aí embaixo.

– Não é minha!

Daí que a multidão de amigos começou a “pirar no parafuso”. A conversa já estava “degringolando” e precisava ter um epílogo.

– Como... não é sua!? Você vivia suspirando sobre ela, toda vez que vínhamos te visitar! “Aquele é meu carrinho! Aquele é meu carrinho!”

– Vocês alguma vez me viram dirigindo a Ferrari? Ou mesmo dentro dela?

Os amigos olharam uns para os outros.

– Na verdade, não!

– Pois é! Tem uma importadora de carros do outro lado da rua.

E, para dar um ponto final, Epitáfio fez o epitáfio:

– Afinal, sonhar não é crime! Ou é?
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Fontes:
O autor. Revisão de Sinclair Pozza Casemiro.
Imagem obtida com Microsoft Bing

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Sinclair Pozza Casemiro (Dia Universal da Paz)


Meu é só o jeito de contar

Era uma vez... uma espécie de concurso no mundo. Era preciso escolher o símbolo da paz. E era bem no início dos tempos, o mundo ainda não tinha tanta gente, tanto bicho, não. Um tempo em que os bichos também falavam.

Já se tinha certo de que seria uma pomba. Então, entre as pombas, teria que se escolher uma delas para simbolizar a paz.

E a notícia correu.

Bem...chegou o dia da escolha, muitas espécies de pomba compareceram. E todas estavam alvoroçadas, desejavam ser escolhidas como símbolo da paz.

O mundo parou para acompanhar o importante evento. Todo tipo de bicho. Da mata, do céu, das águas e do ar, homens, mulheres, crianças, jovens, velhinhos e velhinhas, pararam tudo o que estavam fazendo para acompanhar o espetáculo. O maior de todos os sábios, o mais generoso, o mais amoroso e o mais justo de todo o mundo era quem daria o veredito da “pomba da paz”.

Juntaram-se muitas pombas e de todas as espécies. Com calma, o sábio as identificou, tinha que saber quais estariam participando dessa largada. Fez questão de memorizar cada uma para não prejudicar nenhuma delas.

Chegou finalmente a hora. Todas elas a postos, o grande sábio pediu-lhes que, dada a largada, voassem, escolhessem um ramo e ali retornassem com o tal ramo. Nada mais disse. Só que prestassem atenção ao sinal que ele daria com um gesto de largada. E com o corpo e a alma, gritou: “Já!”

Foi um alvoroço, algumas já ali mesmo se precipitaram, se atropelaram, mas se repuseram rapidinho. Nenhuma se entregou aos embaraços da partida. Houve uma delas que escolheu um ramo que estava mais próximo, fez um rápido caminho de voo e imediatamente lhe entregou.

-Venci?

O sábio lhe fez um gesto de espera e ela, folgadamente se acomodou, iria aguardar. Afinal, seu ramo era perfeito, foi a primeira a chegar, era, sim, a vitoriosa.

E foram chegando, cada uma com um ramo mais lindo que o outro, assim imaginavam. Algumas se demoraram mais, caprichosas, detalhadamente escolheram seu ramo. Outras demoraram mais, também, porque foram se banhar, ajeitar as penas, apresentar-se bem. Por muitos cuidados, enfim, se envolveram. Cada qual escolheu uma razão para ser escolhida: voo caprichoso, velocidade, aparência perfeita, enfim, cada uma fez, a seu modo, sua investidura.

Todas chegaram. Todas?

- Não, falta uma. – disse o sábio.

- Será?

-Sim, vamos aguardá-la.

Mas ela não chegava. O público ficou cansado de esperar; porém, não cedeu. Ficou por ali. As pombas, algumas delas, dormiram, outras conversavam. Outras reclamavam...que falta de respeito! Que fazer? O jeito, pensavam elas, era mesmo esperar. O sábio aguardava.

Quando se passaram muitas horas, passado o dia, a dúvida de que a pomba pudesse ter-se machucado incomodou algumas. Mas...que fazer?

A noite veio, chegou a manhã, muitas dormiam, eis que, lá longe, avistaram uma ave chegando,
seria ela?

O sábio postou-se para a receber. Era mesmo ela.

A pomba, estropiada, suja, aparência de desleixo, já foi logo se desculpando:

– Me perdoem, Mestre, companheiras. Só vim, mesmo, para não desonrar o compromisso.

- Por que se demorou? Perguntou o sábio.

- Ah... Escolhi meu caminho, voava feliz, com velocidade, beleza, peguei meu ramo, muito bonito. Encontrei um pássaro em queda. Segurei-o, levei-o até o chão, vi que era velho, estava cansado. Dei-lhe água, esperei que se recuperasse, se alimentasse e o conduzi até seu ninho, mas...não era perto! Pra ajudar, na volta, me deparei com um filhote no ninho, piava muito, esperei por seus pais, que não vieram! Por certo algum caçador os abatera. Nada fácil, consegui encontrar outro ninho para o filhote, que ficou bem, ficou seguro. Não longe, uma lebre estava ferida por um predador. Consegui conduzi-la a uma fonte, mas estava com muita sede, bebeu muita água, demorou-se, a infeliz. Deitou-se, mas logo que pude a deixei em casa. E assim, Mestre, foram acontecendo coisas inesperadas, umas atrás das outras! Também, de repente... me desculpe, percebi que não era tão importante assim ser um símbolo da paz. Porém lhe dou minha palavra, o mais rápido que pude, aqui estou. Acho que maldosos souberam desse evento, Mestre, e quiseram prejudicar nossa disputa, dificultando nossos trajetos. Até chegar aqui, foram muitas as desgraças espalhadas por aí! E creio que ainda haja muitos concorrentes por aí, há muito sofrimento, podem estar ainda a caminho, se atrasando, também... Faltam muitos para chegar, ainda? Perguntou e se amontoou, exausta.

O Mestre respondeu-lhe:

-Ninguém quer prejudicar nosso evento, não, distinta pomba! O que você viu, acontece sempre. Nos caminhos, são mesmo muitas as dores e sofrimento. Não pedi a ninguém velocidade, que estivesse com a melhor aparência, que chegasse com o ramo impecável. Pedi que fizessem um caminho e que retornassem me trazendo um ramo. Chegaram bem, com excelente aparência, aqui estamos todos. Só você demorou tanto... Ora, veja...você fez o caminho da forma mais certa, mais bela! Pensou nos que encontrou em sofrimento e deu-lhes sua atenção, seus cuidados. Sem se preocupar em ser honorável, sem desejar a glória para si, você distribuiu paz. Portanto, digníssima pomba, você é a vitoriosa! Você, sim, é símbolo da paz!
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Devem existir muitas versões dessa história, era criança quando a ouvi. Como contar exatamente do jeito que a ouvi? Mas jamais esquecerei o que foi realmente que fez aquela pomba se tornar o símbolo da paz!

Fonte:
Texto enviado pela autora.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Sinclair Pozza Casemiro (Crônica de natal)

As luzes coloriam as casas de amarelo, vermelho, azul, verde, lilás, em forma de bolas e incandescentes cordões, brilhos que se espalhavam também pelas ruas e refletiam até o céu imenso, lá bem alto, pontilhado de estrelinhas. Não só. Os corações também brilhavam iluminando os seus corpinhos, pequeninos. E de gentes grandes e muito grandes também. Eram risos, gritos, cantos, uma algazarra que começava no lusco-fusco sem pressa de acabar. Até as mães se desleixavam um pouco e o tempo, as rezas, as brincadeiras se espichavam. As gentes miúdas se perdiam e se achavam, voltava tudo outra vez no lugar.

Ali, em cada casa, a comida vestia-se de novidade nos sabores e formas entre doces encantados pelas figuras de estrelinhas, luas, cordeirinhos, vaquinhas, burrinhos e de Papai Noel, de trenós e de renas. A correria ali também era maior que a de sempre. Entre irmãos, os primos e vizinhos se trombavam, ora correndo, ora caindo e logo se levantando para não se perder tempo. Cada docinho, bala, cada bolacha ou pedaço de bolo se oferecia alegre, participando do enlevo natalino. Os adultos se misturavam na rotina de preparar, cozinhar, assar, embelezar, sempre aqui e ali empurrando um, empurrando outro, nem tempo de zanga havia. Tia e a mãe confabulavam, primos atazanavam as primas, que cantavam e contavam estórias a não se acabar. Os homens no violão, sanfona ou afazeres, também trocavam assuntos o tempo todo. Sempre uma cantoria no vento que levava e trazia também os mais diferentes e saborosos cheiros e causos. O rádio se desligava? Para que dormissem, já muito tarde, e se alguém se lembrasse disso! Um barulho a mais, a menos, nada incomodava os momentos da alegre e temperada festança de véspera.

Véspera que durava semanas. À noite, a novena era sagrada, como eram sagradas as imagens de Nossa Senhora, São José, do Menino Jesus, dos reis magos, dos pastores, dos animaizinhos no curral que abrigava a história linda daquele nascimento. E dos anjos, estrelas, brilho e mistério enfeitando as noites de dezembro. O presépio era magia e promessa.

Papai Noel se misturava nesse tempo e nesse espaço, havia um encontro inusitado que no começo os pequenos não entendiam...mas nem precisavam entender. Naquela mistura de luz, gente chegando, gente indo, roupas novas, fogos e presépio, o que contava era ser feliz.

A Igreja, onde chegava a novena que saía de cada uma daquelas casas, ganhava outro sentido, o sentido da infância, da alegria, da beleza resplandecente, cheia de festa. Das tantas brincadeiras de meninas e meninos, dos namoricos e fuxicos de moças e moços. Ninguém distinguia ninguém de ninguém... a paz dava o tom da amizade e dos corações. Livres pelo laço da fraternidade cristã.

Cantos de igreja, do alto-falante e do coral, cantos de rádio, do alto-falante do cinema, de Papai Noel, de propagandas... cantarolados todos, repetidos, tim-tim por tim-tim, mesmo que nem sempre compreendidos.

Não se podia esquecer da cartinha ao Papai Noel. E tinha aquelas que o correio levava para crianças que podiam ser esquecidas, que não se conhecia...mas Papai Noel, sim. Era infalível, o velhinho. E se alegrava pensar que outros amigos se faziam, assim, muitos chegavam a se conhecer de perto.

Ah...e a escolha do presente era outro capítulo dessa história. Tinha que se encaixar numa porção de coisas, mas vinha sempre um presente que era para cada criança, o presente mais lindo do mundo! Muitas balas, muita alegria, muita música!!! Fascínio.

A espera por Papai Noel se fazendo num agradável ritual. E, claro... não ser desobediente! Era um tempo de muito cuidado, não se podia resvalar numa palavra feia, numa briguinha boba, nem nada. Cautela. Qualquer deslize e...pronto! Papai Noel não apareceria!

E a sua chegada? Outro mistério! Nunca se conseguia vê-lo. Mas ele sempre deixava um recadinho, pelo menos...bastava. Ano que vem não se dorme, se aguenta firme.

Até que chega o ano que...os irmãos ficam estranhos, amigos confabulam...não é verdade? Como? Não existe? O que aconteceu? Chateação... desilusão... sentia-se, por outro lado, que se estava mais importante, já não se era mais criança bobinha. Deixar as histórias de Papai Noel para as criancinhas ingênuas. Já não se era mais, afinal, qualquer criança. Triste. Triste? Que era aquilo? Vergonha? Orgulho de ter crescido? Que mistura doida de sentimentos...

Vai-se ficando para trás mais uma história mal explicada, mal resolvida que o tempo cuida de ajeitar. Pelo menos Menino Jesus era de verdade, o presépio continuava, com os mesmos encantos, os cânticos do Coral, as músicas de rádio... a casa e a cidade enfeitadas e ainda a magia se via no ar pelo bom menino.

O tempo passou, passou. E veio o agora. E o agora é o tempo da verdade de tudo. Tempo que não para... verdade que se vai maturando... Passados já muitos anos, finalmente, alguma coisa se aprende. Finalmente. Idade da razão... Mais-que-razão. Transformam-se, nascem, morrem formas, meios, crenças... E... Viva!!!

Vai nascer o Salvador! Papai Noel vai chegar, trazer presentes, espalham-se luzes em cada casa, no quintal, entre família e amigos que se tem em todo lugar por onde se possa! Passeios pelas ruas, cidades, gente bonita, quanta luz! Enche-se de música, de presentes e de vida por onde mais se vá! Brincar, cantar, comportar-se bonitinho, é tempo de Natal! Muito brilho, muita fé, muita alegria...nasceu o Menino Jesus! Papai Noel chegou! Escondido...mas deixou recadinho...

Nada mudou! Nem ninguém.


Fonte:
Texto enviado pela autora