Para a maioria, o termo "academia de letras" é tão compreensível, tanto em definição, critérios para escolha de seus membros e função, como uma tábua etrusca: ilegível e totalmente por fora da realidade. Não é bem assim. Para se entender melhor o que ela significa, é necessária uma não muito breve viagem no tempo.
A primeira academia foi uma escola fundada, próxima a Atenas, quase quatro séculos antes de Cristo, por Platão e dedicada às musas. Era formada por uma biblioteca, uma casa e um jardim. Pela tradição, o jardim teria pertencido ao herói ateniense Academus, da guerra de Tróia, nome que deu origem ao termo "academia". Nessa escola, de maneira informal, mestres e discípulos trocavam experiências sobre filosofia, matemática, música, astronomia e legislação. Os jovens seguidores do filósofo dariam continuidade a esse trabalho que viria a se constituir num dos capítulos mais importantes da história do saber ocidental.
As mais conhecidas academias gregas foram a Antiga Academia, fundada por Platão, que teve como um dos seus discípulos Aristóteles; a chamada Academia do Meio, fundada pelo filósofo platônico grego Arcesilaus; e a Nova Academia, fundada pelo filósofo grego Carneades. Essa tradição, que deu origem a todas as academias e universidades de ensino superior do Ocidente, foi interrompida com o seu fechamento pelo imperador romano Justiniano, em 529 depois de Cristo.
Nos séculos XIII e XIV, quando o renascimento começou a tirar a Europa das trevas da Idade Média, seguindo a tradição clássica, diversas academias de poetas e artistas começaram a se estabelecer na França e Itália. A mais famosa, a Accademia Platônica, fundada em Florença por volta de 1440, se dedicou a aprofundar o discurso da obra de Platão, Dante e do aprimoramento da língua italiana.
Em 1635, com a finalidade de tornar a língua francesa "pura, eloqüente e capaz de tratar das artes e ciências", com autorização do rei Luís XIII, o Cardeal Richelieu funda a Academia Francesa, que até hoje serve de base para todas as outras academias. Constituída por 40 cadeiras, cujos ocupantes perpétuos são eleitos pelos mais antigos, depois de apresentarem suas qualificações. É interessante ressaltar que durante o discurso de posse, o novo acadêmico tem de lembrar os seus antecessores. Provavelmente, devido a essa lembrança, que sempre tem de ocorrer, surgiu a origem da enigmática expressão `acadêmico imortal`.
Em seu livro Inútil Poesia, a professora Leyla Perrone-Moisés definiu da seguinte forma o desenvolvimento da literatura nos séculos posteriores à formação da Academia Francesa de Letras: "Como atividade autônoma, ela data de meados do Século XVIII. Como instituição e matéria de ensino, ela alcança o seu auge de prestígio no período que vai do início do Século XIX até meados do Século XX. Seu prestígio decorria, então, de uma determinada concepção de cultura, que implicava a estima consensual pelas humanidades e a valorização da tradição escrita. Essa tradição estava sacramentada num cânone, fundamentada em determinados valores, o qual orientava a organização dos programas e manuais escolares".
Então capital brasileira e com uma vida cultural marcada por reunião de intelectuais e diversas publicações voltadas à literatura, o Rio de Janeiro foi a sede da primeira academia de letras brasileira. Em pontos de encontro como a livraria Garnier, surgiu a idéia de sua fundação, inicialmente proposta por Lúcio Mendonça, que toma forma em 1896. Em seu comando, o presidente Machado de Assis e, como primeiro-secretário, um nome pernambucano, Joaquim Nabuco.
A primeira academia foi uma escola fundada, próxima a Atenas, quase quatro séculos antes de Cristo, por Platão e dedicada às musas. Era formada por uma biblioteca, uma casa e um jardim. Pela tradição, o jardim teria pertencido ao herói ateniense Academus, da guerra de Tróia, nome que deu origem ao termo "academia". Nessa escola, de maneira informal, mestres e discípulos trocavam experiências sobre filosofia, matemática, música, astronomia e legislação. Os jovens seguidores do filósofo dariam continuidade a esse trabalho que viria a se constituir num dos capítulos mais importantes da história do saber ocidental.
As mais conhecidas academias gregas foram a Antiga Academia, fundada por Platão, que teve como um dos seus discípulos Aristóteles; a chamada Academia do Meio, fundada pelo filósofo platônico grego Arcesilaus; e a Nova Academia, fundada pelo filósofo grego Carneades. Essa tradição, que deu origem a todas as academias e universidades de ensino superior do Ocidente, foi interrompida com o seu fechamento pelo imperador romano Justiniano, em 529 depois de Cristo.
Nos séculos XIII e XIV, quando o renascimento começou a tirar a Europa das trevas da Idade Média, seguindo a tradição clássica, diversas academias de poetas e artistas começaram a se estabelecer na França e Itália. A mais famosa, a Accademia Platônica, fundada em Florença por volta de 1440, se dedicou a aprofundar o discurso da obra de Platão, Dante e do aprimoramento da língua italiana.
Em 1635, com a finalidade de tornar a língua francesa "pura, eloqüente e capaz de tratar das artes e ciências", com autorização do rei Luís XIII, o Cardeal Richelieu funda a Academia Francesa, que até hoje serve de base para todas as outras academias. Constituída por 40 cadeiras, cujos ocupantes perpétuos são eleitos pelos mais antigos, depois de apresentarem suas qualificações. É interessante ressaltar que durante o discurso de posse, o novo acadêmico tem de lembrar os seus antecessores. Provavelmente, devido a essa lembrança, que sempre tem de ocorrer, surgiu a origem da enigmática expressão `acadêmico imortal`.
Em seu livro Inútil Poesia, a professora Leyla Perrone-Moisés definiu da seguinte forma o desenvolvimento da literatura nos séculos posteriores à formação da Academia Francesa de Letras: "Como atividade autônoma, ela data de meados do Século XVIII. Como instituição e matéria de ensino, ela alcança o seu auge de prestígio no período que vai do início do Século XIX até meados do Século XX. Seu prestígio decorria, então, de uma determinada concepção de cultura, que implicava a estima consensual pelas humanidades e a valorização da tradição escrita. Essa tradição estava sacramentada num cânone, fundamentada em determinados valores, o qual orientava a organização dos programas e manuais escolares".
Então capital brasileira e com uma vida cultural marcada por reunião de intelectuais e diversas publicações voltadas à literatura, o Rio de Janeiro foi a sede da primeira academia de letras brasileira. Em pontos de encontro como a livraria Garnier, surgiu a idéia de sua fundação, inicialmente proposta por Lúcio Mendonça, que toma forma em 1896. Em seu comando, o presidente Machado de Assis e, como primeiro-secretário, um nome pernambucano, Joaquim Nabuco.
Fontes:
FUNDAÇÃO Joaquim Nabuco. Disponível em http://www.fundaj.gov.br/notitia/
Nenhum comentário:
Postar um comentário