Nota Pessoal
Estava eu me dirigindo para São Paulo. Como são 12 horas de viagem desde minha cidade, teria muito tempo para ler. Além dos básicos (jornal e revista veja), alguns livros. O primeiro que me veio a mão foi Minimal, o qual me foi enviado por seu autor Goulart Gomes. Já havia observado superficialmente o conteúdo, naquelas famosas folheadas que se dá em um livro, e a primeira impressão que me passou que eram haikais. Tranquilamente, refastelado numa poltrona de ônibus de viagem (12 horas de viagem - ninguém merece!), comecei a ler este livro. E, de "cabo a rabo" o devorei (sem tempero mesmo). Por isso, faço primeiro uma introdução do Poetrix, para depois passar uma postagem com algumas (senão o Goulart vai querer que eu pague os direitos autorais) que está no livro que me chamaram a atenção.
POETRIX
(JOSÉ DE SOUSA XAVIER)
Para se entender o poetrix, é necessário saber um pouco sobre Goulart Gomes. Ele nasceu em Salvador, Bahia, em 1/5/1965. É graduado em Administração de Empresas e pós-graduado em Literatura Brasileira (UCSAL). Criador da linguagem poética POETRIX e um dos fundadores do Grupo Cultural PÓRTICO. Na homepage: http://www.goulartgomes.tk, apresenta os principais trechos de seus dez livros publicados. Obteve mais de 60 prêmios literários em concursos de poesia, prosa e festivais de música, destacando-se duas Menções pela Academia Carioca de Letras e União Brasileira de Escritores (RJ, 2000 e 2001) e o Primeiro Lugar no Prêmio Escribas de Poesia (SP, 2002). Integrou dezenas de antologias no Brasil, Cuba, Espanha, USA, Itália e Coréia do Sul e, ainda, trabalhos divulgados no México, Portugal e França. Tem cinco e-books com milhares de cópias distribuídas gratuitamente (downloads).
Durante a III Feira Internacional do Livro da Bahia, em 1999, Goulart formulou as bases de uma nova linguagem poética, com publicação do Manifesto Poetrix, no seu livro TRIX – POEMETOS TROPI-KAIS. O Movimento se propõe a ser internacional e já possui adeptos em vários países. Trata-se de um poema contemporâneo, em terceto, de temática livre, com título, ritmo e um máximo de trinta sílabas, que possui figuras de linguagem, de pensamento, tropos ou teor satírico. O neologismo foi criado a partir de POE, poesias e TRIX, três. Teve como precursores o epigrama (composição poética, breve e satírica, que expressa, de forma incisiva, um pensamento ou um conceito malicioso – segundo Houaiss), o poema-minuto e o hai-kai ( nas pessoas de Guilherme de Almeida, Paulo Leminsky e Millor).
Há quem diga que Leminsky já escrevia poetrix, conforme escreve Alice Ruiz em sua mensagem a Goulart: “•Oi, Goulart, tenho lido animadamente os poetrix que chegam na minha caixa de correio e acho fantástico esse desenvolvimento paralelo do filho rebelde do haikai. Só não entrei ainda, embora possa recolher vários poetrix nos meus livros anteriores e mesmo em alguns inéditos, vou fazer isso e postar pra turma, estou em dívida, só lendo o que chega, é que falta tempo no meu dia. Quanto ao Paulo, sim, é claro que, como eu, ele fez vários poetrix, pena que ainda sem terem sido batizados por você. Sucesso e um beijo carinhoso da Alice. (Dez/2000)”
O haikai (em português: haicai) é uma palavra japonesa usada pela primeira vez pelo poeta japonês Matsuo Basho para definir as estrofes, exceto a primeira, do renga (outro poema japonês). Ele chamou a primeira de hokku. O renga é um poema composto de várias estrofes, sendo a primeira com três versos (5/7/5). O hokku logo ganhou independência, e o poeta Masaoka Shiki lhe deu o nome de haiku pela junção das duas palavras concebidas por Basho.
O poetrix, embora inicialmente proposto como evidente alternativa ao haicai, apresenta características próprias que o faz diferente. O Manifesto Poetrix, inicialmente, foi concebido da seguinte forma:
1. No POETRIX, o título é desejável, mas não exigível. Ele exerceria uma função de complementaridade ao texto, definindo-o ou sendo por ele definido.
2. Não existe rigor quanto ao número de sílabas, métrica ou rimas no POETRIX, mas o uso do ritmo e da similaridade sonora das palavras, sim.
3. O uso de metáforas e outras figuras de linguagem são uma constante no POETRIX, assim como a criação de neologismos.
4. A interação autor/leitor deve ser provocada através da subliminaridade do POETRIX.
5. O POETRIX é necessariamente uma arte minimalista, ou seja, ele procura transmitir a mais completa mensagem com o menor número de palavras.
6. O POETRIX considera Passado, Presente e Futuro como uma só dimensão: TEMPO, podendo ser utilizado indistintamente.
7. No POETRIX o observador (autor), as personagens e o fato observado podem interagir, criando condições suprarreais ou ilógicas ("non sense").
Posteriormente sofreu mudanças, como: exigência do título e ter um máximo de trinta sílabas. No plural a palavra poetrix não se altera, e os praticantes do estilo são chamados de poetrixtas. A partir deste estilo de poesia, no largo intercâmbio praticado pelos autores no grupo virtual POETRIX ( no site http://br.groups.yahoo.com), foram criadas outras variações, e chamadas de “Formas Múltiplas do Poetrix”. As quais temos: duplix, triplix, multiplix (criações coletivas criadas por dois ou mais poetrix, conforme indica as palavras), clonix ( gerado a partir de outro já existente), graftix (ilustrado), concretix ( poetrix concreto) e cirandas ( séries de poetrix temáticos).
Inicialmente, o Movimento Internacional de Poetrix (o MIP) era composto por coordenadores de vários estados do Brasil e de Portugal, Venezuela, Espanha, EUA, Itália, e Colômbia. Atualmente, a pessoa do coordenador inexiste. O MIP constitui-se numa organização responsável pela difusão do poetrix. É responsável pelo site POETRIX – www.poetrix.org - reconhecido pela UNESCO. Vários autores trocam diariamente informações e poetrix no grupo POETRIX, já citado e do qual faço parte.
Sabemos que existem muitos tercetos que se enquadrariam perfeitamente na descrição do poetrix. Por isso, quero terminar com as palavras da escritora e poetisa Leila Miccolis no seu “Curso de Carpintaria Poética – o fazer poético”: “Há muita gente que classifica meus tercetos como Poetrix e eu contesto: não, não são poetrix até porque, na década de 70, o poetrix ainda não havia nascido. Sendo posterior, não posso ter escrito algo que não tinha se constituído como tal. Na atualidade, posso até vir a escrever um Poetrix, é proposta muito interessante, embora ainda não o tenha feito. Com isso, quero dizer que, não é porque se escreve um terceto com no máximo 32 sílabas (observação minha: 30 no caso como preconiza o MIP) que, obrigatoriamente, estamos escrevendo um Poetrix ou entrando para o Movimento. É o autor quem classifica o gênero de seu texto poético, assim como escolhe o gênero de história que vai contar em um filme, por exemplo – comédia romântica, drama social, mistério psicológico, etc. Um drama pode ser parecido com um mistério psicológico, e é o escritor quem, definindo o tipo de gênero adotado, tentará ser o mais convincente dentro do estilo escolhido. De qualquer forma, penso que o leitor, conhecendo um pouco das técnicas da carpintaria poética, acabará percebendo, por ele mesmo, se a intenção do poeta foi escrever um haicai, um poetrix, um terceto clássico, um moderno, ou um poema-minuto.”
Fonte: http://www.movimentopoetrix.com/
Estava eu me dirigindo para São Paulo. Como são 12 horas de viagem desde minha cidade, teria muito tempo para ler. Além dos básicos (jornal e revista veja), alguns livros. O primeiro que me veio a mão foi Minimal, o qual me foi enviado por seu autor Goulart Gomes. Já havia observado superficialmente o conteúdo, naquelas famosas folheadas que se dá em um livro, e a primeira impressão que me passou que eram haikais. Tranquilamente, refastelado numa poltrona de ônibus de viagem (12 horas de viagem - ninguém merece!), comecei a ler este livro. E, de "cabo a rabo" o devorei (sem tempero mesmo). Por isso, faço primeiro uma introdução do Poetrix, para depois passar uma postagem com algumas (senão o Goulart vai querer que eu pague os direitos autorais) que está no livro que me chamaram a atenção.
POETRIX
(JOSÉ DE SOUSA XAVIER)
Para se entender o poetrix, é necessário saber um pouco sobre Goulart Gomes. Ele nasceu em Salvador, Bahia, em 1/5/1965. É graduado em Administração de Empresas e pós-graduado em Literatura Brasileira (UCSAL). Criador da linguagem poética POETRIX e um dos fundadores do Grupo Cultural PÓRTICO. Na homepage: http://www.goulartgomes.tk, apresenta os principais trechos de seus dez livros publicados. Obteve mais de 60 prêmios literários em concursos de poesia, prosa e festivais de música, destacando-se duas Menções pela Academia Carioca de Letras e União Brasileira de Escritores (RJ, 2000 e 2001) e o Primeiro Lugar no Prêmio Escribas de Poesia (SP, 2002). Integrou dezenas de antologias no Brasil, Cuba, Espanha, USA, Itália e Coréia do Sul e, ainda, trabalhos divulgados no México, Portugal e França. Tem cinco e-books com milhares de cópias distribuídas gratuitamente (downloads).
Durante a III Feira Internacional do Livro da Bahia, em 1999, Goulart formulou as bases de uma nova linguagem poética, com publicação do Manifesto Poetrix, no seu livro TRIX – POEMETOS TROPI-KAIS. O Movimento se propõe a ser internacional e já possui adeptos em vários países. Trata-se de um poema contemporâneo, em terceto, de temática livre, com título, ritmo e um máximo de trinta sílabas, que possui figuras de linguagem, de pensamento, tropos ou teor satírico. O neologismo foi criado a partir de POE, poesias e TRIX, três. Teve como precursores o epigrama (composição poética, breve e satírica, que expressa, de forma incisiva, um pensamento ou um conceito malicioso – segundo Houaiss), o poema-minuto e o hai-kai ( nas pessoas de Guilherme de Almeida, Paulo Leminsky e Millor).
Há quem diga que Leminsky já escrevia poetrix, conforme escreve Alice Ruiz em sua mensagem a Goulart: “•Oi, Goulart, tenho lido animadamente os poetrix que chegam na minha caixa de correio e acho fantástico esse desenvolvimento paralelo do filho rebelde do haikai. Só não entrei ainda, embora possa recolher vários poetrix nos meus livros anteriores e mesmo em alguns inéditos, vou fazer isso e postar pra turma, estou em dívida, só lendo o que chega, é que falta tempo no meu dia. Quanto ao Paulo, sim, é claro que, como eu, ele fez vários poetrix, pena que ainda sem terem sido batizados por você. Sucesso e um beijo carinhoso da Alice. (Dez/2000)”
O haikai (em português: haicai) é uma palavra japonesa usada pela primeira vez pelo poeta japonês Matsuo Basho para definir as estrofes, exceto a primeira, do renga (outro poema japonês). Ele chamou a primeira de hokku. O renga é um poema composto de várias estrofes, sendo a primeira com três versos (5/7/5). O hokku logo ganhou independência, e o poeta Masaoka Shiki lhe deu o nome de haiku pela junção das duas palavras concebidas por Basho.
O poetrix, embora inicialmente proposto como evidente alternativa ao haicai, apresenta características próprias que o faz diferente. O Manifesto Poetrix, inicialmente, foi concebido da seguinte forma:
1. No POETRIX, o título é desejável, mas não exigível. Ele exerceria uma função de complementaridade ao texto, definindo-o ou sendo por ele definido.
2. Não existe rigor quanto ao número de sílabas, métrica ou rimas no POETRIX, mas o uso do ritmo e da similaridade sonora das palavras, sim.
3. O uso de metáforas e outras figuras de linguagem são uma constante no POETRIX, assim como a criação de neologismos.
4. A interação autor/leitor deve ser provocada através da subliminaridade do POETRIX.
5. O POETRIX é necessariamente uma arte minimalista, ou seja, ele procura transmitir a mais completa mensagem com o menor número de palavras.
6. O POETRIX considera Passado, Presente e Futuro como uma só dimensão: TEMPO, podendo ser utilizado indistintamente.
7. No POETRIX o observador (autor), as personagens e o fato observado podem interagir, criando condições suprarreais ou ilógicas ("non sense").
Posteriormente sofreu mudanças, como: exigência do título e ter um máximo de trinta sílabas. No plural a palavra poetrix não se altera, e os praticantes do estilo são chamados de poetrixtas. A partir deste estilo de poesia, no largo intercâmbio praticado pelos autores no grupo virtual POETRIX ( no site http://br.groups.yahoo.com), foram criadas outras variações, e chamadas de “Formas Múltiplas do Poetrix”. As quais temos: duplix, triplix, multiplix (criações coletivas criadas por dois ou mais poetrix, conforme indica as palavras), clonix ( gerado a partir de outro já existente), graftix (ilustrado), concretix ( poetrix concreto) e cirandas ( séries de poetrix temáticos).
Inicialmente, o Movimento Internacional de Poetrix (o MIP) era composto por coordenadores de vários estados do Brasil e de Portugal, Venezuela, Espanha, EUA, Itália, e Colômbia. Atualmente, a pessoa do coordenador inexiste. O MIP constitui-se numa organização responsável pela difusão do poetrix. É responsável pelo site POETRIX – www.poetrix.org - reconhecido pela UNESCO. Vários autores trocam diariamente informações e poetrix no grupo POETRIX, já citado e do qual faço parte.
Sabemos que existem muitos tercetos que se enquadrariam perfeitamente na descrição do poetrix. Por isso, quero terminar com as palavras da escritora e poetisa Leila Miccolis no seu “Curso de Carpintaria Poética – o fazer poético”: “Há muita gente que classifica meus tercetos como Poetrix e eu contesto: não, não são poetrix até porque, na década de 70, o poetrix ainda não havia nascido. Sendo posterior, não posso ter escrito algo que não tinha se constituído como tal. Na atualidade, posso até vir a escrever um Poetrix, é proposta muito interessante, embora ainda não o tenha feito. Com isso, quero dizer que, não é porque se escreve um terceto com no máximo 32 sílabas (observação minha: 30 no caso como preconiza o MIP) que, obrigatoriamente, estamos escrevendo um Poetrix ou entrando para o Movimento. É o autor quem classifica o gênero de seu texto poético, assim como escolhe o gênero de história que vai contar em um filme, por exemplo – comédia romântica, drama social, mistério psicológico, etc. Um drama pode ser parecido com um mistério psicológico, e é o escritor quem, definindo o tipo de gênero adotado, tentará ser o mais convincente dentro do estilo escolhido. De qualquer forma, penso que o leitor, conhecendo um pouco das técnicas da carpintaria poética, acabará percebendo, por ele mesmo, se a intenção do poeta foi escrever um haicai, um poetrix, um terceto clássico, um moderno, ou um poema-minuto.”
Fonte: http://www.movimentopoetrix.com/
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