domingo, 11 de dezembro de 2016

Augusto dos Anjos (1884 - 1914)

Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no engenho "Pau d'Arco", na Paraíba, a 20 de abril de 1884, filho do Dr. Alexandre Rodrigues dos Anjos e D. Córdula Carvalho Rodrigues dos Anjos. Seus estudos foram ministrados pelo pai, no Engenho, deslocando-se à capital, apenas para prestar os exames no Lyceu.
         Em 1900 compõe o seu primeiro soneto, “Saudade” e em 1901 publica um soneto no jornal O Comércio, no qual passará a colaborar.
Bacharelou-se em Direito na Faculdade do Recife, em 1907, quando retornou à Paraíba. Não querendo seguir a carreira jurídica, dedicou-se ao magistério lecionando Literatura Brasileira no Lyceu Paraibano e orientando alunos para os cursos preparatórios e, consequente ingresso em escolas superiores.
         Em 1909, no A União publica “Budismo moderno” e numerosos poemas. Profere, no Teatro Santa Rosa, um discurso nas comemorações do 13 de maio, chocando a platéia por seu léxico incompreensível e bizarro.
         Em 1910 casa-se com a professora Ester Fialho, nascendo dessa união, os filhos Glória e Guilherme. No final desse mesmo ano, viajou com a esposa ao Rio de Janeiro pretendendo editar o seu livro de poemas. Exerceu durante algum tempo o magistério. Do Rio, transferiu-se para Leopoldina, por ter sido nomeado para o cargo de diretor de um grupo escolar.
         Em 1911 é nomeado professor de Geografia, Corografia e Cosmografia no Ginásio Nacional (atual Colégio Pedro II).
         Em 1912, com a ajuda do irmão Odilon dos Anjos conseguiu publicar o EU, seu único livro, obra que viria a imortalizá-lo apesar de não ter obtido boa acolhida pela crítica carioca por não se enquadrar nos padrões convencionais da época.
         Augusto dos Anjos foi um poeta singular. Colaborava, todos os anos, na edição do jornal NONEVAR, que circulava na Festa das Neves, padroeira da cidade de João Pessoa. Também compunha versos carnavalescos, sob o pseudônimo de Chico das Couves, fazia anúncios comerciais, perfilava, com humorismo, rapazes e jovens senhorinhas da sociedade.
         Faleceu no dia 12 de novembro de 1914, em Leopoldina/MG, causada por uma pneumonia e não por tuberculose como afirmam alguns dos seus biógrafos; seu corpo foi sepultado no cemitério de Leopoldina. D. Ester, a viúva, atendendo ao pedido que o poeta fizera antes de morrer, voltou à Paraíba, juntamente com os filhos, mas infelizmente, não conseguiu o emprego de professora que precisava para garantir a sobrevivência da família; retornou à cidade de Leopoldina onde obteve o apoio e as condições para o sustento e a educação dos filhos.
         No ano 2001, foi eleito, em votação popular, o Paraibano do Século.
         O seu livro foi depois enriquecido com outras poesias esparsas do autor e tem sido publicado em diversas edições, com o título Eu e Outros Poemas. São versos que transportam a dor humana ao reino dos fenômenos sobrenaturais. Suas composições são testemunhos de uma primorosa originalidade.

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