ÁLBUM
Desfolhando o velho álbum de retratos,
que jazia abandonado em alguma prateleira,
relembrei pessoas, que estavam esquecidas,
e não reconheci imagens que eram minhas.
O tom amarelado esmaecia
sorrisos jovens que ficaram tristes:
tirava o viço de vidas tão distantes
e que, um dia, foram parte de minha vida.
Entre as velhas amizades retratadas,
revi amigos dos quais eu lembro os nomes
e outros, dos quais, nada mais resta,
porque ficaram perdidos pelo tempo.
Ao contemplar aquelas fotos desbotadas,
vou rejuntando, aos poucos, os pedaços
de uma história que nem sei se já vivi.
(poesia classificada com menção honrosa no Concurso Nacional Amizade em Prosa &Verso)
––––––––––––––––
CENA COTIDIANA
O cidadão de bem foge aterrorizado –
tenta escapar de seus perseguidores
que não sabe quem são.
Sente-se acuado por sombras indistintas
que espalham a morte
sem alvo definido e sem motivo algum.
A mãe, levando o filho à escola,
tem a rotina diária interrompida
e, escondendo-se atrás de uma barraca,
tenta proteger com seu corpo magro
a criança que chora, apavorada.
Por outro lado surgem mais atiradores,
misturam-se bandidos e policiais
não identificáveis como seres humanos
e irreconhecíveis como animais.
O fogo cruzado vai se intensificando
e a bala perdida atinge mais alguém
no dia a dia de terror, na cidade grande.
Esse crime é mais um que não será computado
nas listas estatísticas, de tão banalizado.
A bala perdida que hoje mata
um cidadão de bem,
torna-se apenas
uma repetitiva notícia de jornal.
================
Desfolhando o velho álbum de retratos,
que jazia abandonado em alguma prateleira,
relembrei pessoas, que estavam esquecidas,
e não reconheci imagens que eram minhas.
O tom amarelado esmaecia
sorrisos jovens que ficaram tristes:
tirava o viço de vidas tão distantes
e que, um dia, foram parte de minha vida.
Entre as velhas amizades retratadas,
revi amigos dos quais eu lembro os nomes
e outros, dos quais, nada mais resta,
porque ficaram perdidos pelo tempo.
Ao contemplar aquelas fotos desbotadas,
vou rejuntando, aos poucos, os pedaços
de uma história que nem sei se já vivi.
(poesia classificada com menção honrosa no Concurso Nacional Amizade em Prosa &Verso)
––––––––––––––––
CENA COTIDIANA
O cidadão de bem foge aterrorizado –
tenta escapar de seus perseguidores
que não sabe quem são.
Sente-se acuado por sombras indistintas
que espalham a morte
sem alvo definido e sem motivo algum.
A mãe, levando o filho à escola,
tem a rotina diária interrompida
e, escondendo-se atrás de uma barraca,
tenta proteger com seu corpo magro
a criança que chora, apavorada.
Por outro lado surgem mais atiradores,
misturam-se bandidos e policiais
não identificáveis como seres humanos
e irreconhecíveis como animais.
O fogo cruzado vai se intensificando
e a bala perdida atinge mais alguém
no dia a dia de terror, na cidade grande.
Esse crime é mais um que não será computado
nas listas estatísticas, de tão banalizado.
A bala perdida que hoje mata
um cidadão de bem,
torna-se apenas
uma repetitiva notícia de jornal.
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Cecy Barbosa Campos é natural de Juiz de Fora, MG. Graduada em Direito e em Letras – Inglês, pela UFJF, especialista em Teoria da Literatura – UFRJ e Mestre em Letras, Teoria da Literatura – UFJF. Professora aposentada da UFJF, atualmente leciona nos cursos de graduação e pós-graduação do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, disciplinas Língua Inglesa, Literatura Norte Americana e Literatura Inglesa. Publicações: artigos em revistas especializadas e anais de Congressos e os livros The iceman cometh: a carnavalização na tragédia e O reverso do mito e outros ensaios.
Fontes:
– http://poetasencena.blogspot.com/
– ALBUQUERQUE, Aníbal (org.). Amizade em prosa & verso. Vargina, MG: Edições Alba, 2007.
Fontes:
– http://poetasencena.blogspot.com/
– ALBUQUERQUE, Aníbal (org.). Amizade em prosa & verso. Vargina, MG: Edições Alba, 2007.
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