Quantos sons você conta aí?... Suponhamos que sete: Be-la-al-maa-do-po-e-ta. Mas por certo haverá quem conte seis, ou mesmo cinco, dependendo do ouvido de cada um.
Dá-se isso por obra do bendito hiato, o inimigo número um da métrica. Parece que para a maioria dos poetas brasileiros o verso fica mais agradável quando se respeitam os hiatos, porém outros acham mais natural fundir as vogais. E como é que se resolve isso? Sabe-se lá...
O maior drama é nos concursos. Você não sabe se conta poe-ta ou po-e-ta. O jeito é torcer para que os julgadores acatem o sotaque de cada autor.
Em regra, não se derruba nenhuma trova em razão desse problema; entretanto, mesmo assim, o concorrente fica de pé atrás, pelo medo de quebrar o cujo...
A tendência, como foi dito, é pronunciar po-e-ta, vi-a-gem, a-in-da, a-al-ma, a-ho-ra, o-ho-mem, o-ou-ro, po-ei-ra, su-a, to-a-da etc. Mas... e se você não concordar? Tudo bem. Você continuará escrevendo seus versos do modo que mais lhe agrade, e ponto.
Afinal de contas, quem manda no texto é o autor. Alguns, porém, por via das dúvidas, procuram de toda forma evitar hiatos... Pelo menos assim podem livrar a trova do risco de perder pontos por não soar bem no ouvido do julgador. São ossos que o poeta encontra em seu delicioso ofício...
Em algumas regiões, palavras como fri-o, ri-o são pronunciadas friu, riu (numa única sílaba). O Decálogo de Metrificação adotado pela UBT estabelece, entretanto, que, em tais casos, em benefício da uniformidade, não será aceita a ditongação: rio será sempre ri-o.
1. Recordemos: hiato é o encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos distintos, ficando portanto em sílabas separadas.
2. Nos hiatos em que a vogal átona vem antes da tônica, se esta é distintamente mais forte que aquela, a separação é obrigatória (a-é-reo, a/es-mo, ba-ú, sa-í-da); se a tônica é pouco mais forte que a átona, a separação é facultativa (na-al-ma ou nal-ma, po-e-ta ou poe-ta, su-a-ve ou sua-ve). Mas atenção: nos casos de separação facultativa, é importante observar a coerência, isto é, nunca usar critérios diferentes na mesma trova.
3. Nos hiatos em que a vogal átona vem depois da tônica, a separação é obrigatória (bo-a, des-vi-o, ri-o, ru-a, tu-a).
4. Em algumas regiões do Brasil, palavras como fri-o, ri-o são pronunciadas friu, riu (numa única sílaba).
5. Tudo isso precisa ficar bem claro, especialmente quando se trata de concursos, a fim de que o concorrente tenha certeza de que nenhum julgador “despremiará” sua trova por incompatibilidade de sotaque.
Fonte:
Revista Virtual “Trovia” – Ano 8 – n. 88 – Outubro 2006
Dá-se isso por obra do bendito hiato, o inimigo número um da métrica. Parece que para a maioria dos poetas brasileiros o verso fica mais agradável quando se respeitam os hiatos, porém outros acham mais natural fundir as vogais. E como é que se resolve isso? Sabe-se lá...
O maior drama é nos concursos. Você não sabe se conta poe-ta ou po-e-ta. O jeito é torcer para que os julgadores acatem o sotaque de cada autor.
Em regra, não se derruba nenhuma trova em razão desse problema; entretanto, mesmo assim, o concorrente fica de pé atrás, pelo medo de quebrar o cujo...
A tendência, como foi dito, é pronunciar po-e-ta, vi-a-gem, a-in-da, a-al-ma, a-ho-ra, o-ho-mem, o-ou-ro, po-ei-ra, su-a, to-a-da etc. Mas... e se você não concordar? Tudo bem. Você continuará escrevendo seus versos do modo que mais lhe agrade, e ponto.
Afinal de contas, quem manda no texto é o autor. Alguns, porém, por via das dúvidas, procuram de toda forma evitar hiatos... Pelo menos assim podem livrar a trova do risco de perder pontos por não soar bem no ouvido do julgador. São ossos que o poeta encontra em seu delicioso ofício...
Em algumas regiões, palavras como fri-o, ri-o são pronunciadas friu, riu (numa única sílaba). O Decálogo de Metrificação adotado pela UBT estabelece, entretanto, que, em tais casos, em benefício da uniformidade, não será aceita a ditongação: rio será sempre ri-o.
1. Recordemos: hiato é o encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos distintos, ficando portanto em sílabas separadas.
2. Nos hiatos em que a vogal átona vem antes da tônica, se esta é distintamente mais forte que aquela, a separação é obrigatória (a-é-reo, a/es-mo, ba-ú, sa-í-da); se a tônica é pouco mais forte que a átona, a separação é facultativa (na-al-ma ou nal-ma, po-e-ta ou poe-ta, su-a-ve ou sua-ve). Mas atenção: nos casos de separação facultativa, é importante observar a coerência, isto é, nunca usar critérios diferentes na mesma trova.
3. Nos hiatos em que a vogal átona vem depois da tônica, a separação é obrigatória (bo-a, des-vi-o, ri-o, ru-a, tu-a).
4. Em algumas regiões do Brasil, palavras como fri-o, ri-o são pronunciadas friu, riu (numa única sílaba).
5. Tudo isso precisa ficar bem claro, especialmente quando se trata de concursos, a fim de que o concorrente tenha certeza de que nenhum julgador “despremiará” sua trova por incompatibilidade de sotaque.
Fonte:
Revista Virtual “Trovia” – Ano 8 – n. 88 – Outubro 2006
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