Ser
No singular é pujança
que vaza e bebe e mergulha
para em seguida emergir
e se deixar derramar
Na alteridade oscila
o pendular desejo
a insinuar sem dizer
no seu falar de viés
de sinuosas vias
Na plenitude é presença
de grota a colher vida
contraste de sombra e de luz
a permear lacunas
frequência de onda lunar
É singular e plural
o sensual divino
do feminino ser
Feito cordas que vibram
antigas canções de ninar
Par a Par
O equilíbrio entre dois
na gangorra
é não ficar do mesmo lado
Não haveria diversão
não fosse o impulso sincronizado
às vezes desajeitado
a mover a gangorra
Sem a alternância
um estaria isolado no topo
e o outro preso no chão
E não desfrutariam do prazer
de estarem para a par na gangorra
a eixo de cada oscilação
Manto azul
O sol adormece sobre o cansaço do dia.
Na penumbra das horas a vida repousa
enquanto as trevas cumprem seu destino.
No encontro da noite com o dia,
a lua recolhe os miasmas sinistros
que o sol em breve irá cremar.
As últimas lágrimas de orvalho
diluem-se sobre as folhas,
umedecem a terra,
acordam a semente.
E a brisa da aurora dispersa as nuvens
para dar passagem à manhã
a envolver de esperanças
com seu manto azul, o novo dia.
Salgueiro
Na penumbra das horas a vida repousa
enquanto as trevas cumprem seu destino.
No encontro da noite com o dia,
a lua recolhe os miasmas sinistros
que o sol em breve irá cremar.
As últimas lágrimas de orvalho
diluem-se sobre as folhas,
umedecem a terra,
acordam a semente.
E a brisa da aurora dispersa as nuvens
para dar passagem à manhã
a envolver de esperanças
com seu manto azul, o novo dia.
Salgueiro
No recomeço de tudo
o sopro da vida pulsa
no escuro útero
É a regressão do ser
a vestir-se de grão
O broto em mutação
cava a passagem de ida
ao desconhecido instante
de orvalho e de sol
de vento e de lua
Fiel ao fio que o ancora
oferta à generosa chã
altaneira fronde
de flores e frutos
À tormenta e sua ceifa
inclina-se em reverência
e doa-lhe imoladas folhas
adubo de gérmen latente
Cada nó, cada gume
urde a preciosa trama
que forma a antiga morada
de todas as eras
O sopro da vida pulsa
e tudo é recomeço
neste jeito humano de ser
Fonte:
Rebra
o sopro da vida pulsa
no escuro útero
É a regressão do ser
a vestir-se de grão
O broto em mutação
cava a passagem de ida
ao desconhecido instante
de orvalho e de sol
de vento e de lua
Fiel ao fio que o ancora
oferta à generosa chã
altaneira fronde
de flores e frutos
À tormenta e sua ceifa
inclina-se em reverência
e doa-lhe imoladas folhas
adubo de gérmen latente
Cada nó, cada gume
urde a preciosa trama
que forma a antiga morada
de todas as eras
O sopro da vida pulsa
e tudo é recomeço
neste jeito humano de ser
Fonte:
Rebra
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