ENIGMA
Sou gaivota solta aos ventos do penedo,
Sou a folha que esvoaça em liberdade,
Sou o tronco que se ergue do arvoredo,
Sou o grito lancinante da saudade.
Sou a fímbria da floresta perfumada,
Sou regato que murmura cristalino,
Sou o sonho de uma noite enluarada,
Sou o brilho do sorriso do menino.
Sou poente do sol calmo que se esconde
Sou a brisa que encrespa as ondas do mar,
Sou pergunta que ninguém jamais responde
Sou promessa que de amor está repleta,
Sou enigma que está por decifrar,
Sou um canto de esperança - sou poeta!
A ÚLTIMA ROSA
Quero agora te abraçar, por um instante!
E ficar, assim, quieto nos teus braços,
E sentir teu respirar, nesses compassos
Desta música divina e alucinante!
Quero assim, permanecer nesse teu mundo
De sussurros de hinos e de magias...
De teus olhos vem a luz onde me inundo,
De tua voz vem a candura de alegrias...
Quero assim estar contigo quando um dia,
Nos chamar para o seu seio a eternidade.
Quem ficar não deve nunca sentir dor.
Quem ficar deve viver em alegria
E na rosa carregada de saudade
Ofertar à eternidade o grande amor!
BRINCANDO DE CAMÕES
Alma minha gentil que me alucina
Na partida tanto quanto na chegada,
Alma minha gentil, és minha sina,
Minha deusa, meu sol e minha amada!
Alma minha gentil, que me enlouquece,
Nos delírios do riso e do tormento,
Alma minha gentil, és minha prece,
O sonho de loucura em que te invento.
Alma minha gentil, onde me ofusco,
Neste espelho que o tempo não desgasta.
Alma minha gentil, és mil refrões,
Diamante do meu céu, onde te busco,
Na busca que é de todas a mais vasta:
O encontro entre os nossos corações!
O QUE APRENDI SOBRE A VIDA
Demorei mais que devia simplesmente,
Recorri ao sonho e às vezes, mesmo a dor
Para ver que é no caminho, unicamente
Que se encontram a alegria e o amor...
Procurei, sempre no fim, constantemente,
O jardim onde eu buscava a bela flor,
Sem saber que me esperava complacente
As carícias deste sol libertador...
Aprendi então que a vida é a viagem,
O sorriso que vem dela decorrente,
Não o ponto de chegada encantador.
Aprendi que a vida é um sopro, uma aragem,
A viver cada minuto do presente.
Aprendi a ver seu lado sedutor!
SAUDADE
...e mesmo sem te ver quero-te tanto
que sinto-te em mim, e tua voz no pranto
que escapa-me em torrentes de tristeza.
Antes que dúvida, és minha certeza...
Quero-te na amenidade do poente,
No sol do fim de tarde, reluzente,
Quando nasces em mim, como uma flor.
...e mesmo sem te ver, és meu amor...
Quero-te tanto, que em minh’alma trago
O gosto do vinho em que me embriago
Nesses lábios sedentos que ofereces.
Algum anjo há de ouvir as minhas preces,
E há de entender a solidão que canto
Por não te ver e por amar-te tanto...
SONETANDO
Ele começa no verso primeiro,
Passa ao segundo, de poesia farto,
E adentra afoito já pelo terceiro,
Enquanto escrevo mais um verso: o quarto!
E passo ao quinto, verso alvissareiro,
Depois ao sexto bem ligeiro eu parto,
E neste sétimo me atiro inteiro
Já que este oitavo contigo reparto.
São só catorze, e já estou no nono!
No verso dez não quero mais parar,
Pois sei que o onze vai tirar meu sono,
Mas vou ao doze, falta só um terceto...
Este não digo, pois dá muito azar
Décimo quarto: fim deste soneto!
-
Sou a folha que esvoaça em liberdade,
Sou o tronco que se ergue do arvoredo,
Sou o grito lancinante da saudade.
Sou a fímbria da floresta perfumada,
Sou regato que murmura cristalino,
Sou o sonho de uma noite enluarada,
Sou o brilho do sorriso do menino.
Sou poente do sol calmo que se esconde
Sou a brisa que encrespa as ondas do mar,
Sou pergunta que ninguém jamais responde
Sou promessa que de amor está repleta,
Sou enigma que está por decifrar,
Sou um canto de esperança - sou poeta!
A ÚLTIMA ROSA
Quero agora te abraçar, por um instante!
E ficar, assim, quieto nos teus braços,
E sentir teu respirar, nesses compassos
Desta música divina e alucinante!
Quero assim, permanecer nesse teu mundo
De sussurros de hinos e de magias...
De teus olhos vem a luz onde me inundo,
De tua voz vem a candura de alegrias...
Quero assim estar contigo quando um dia,
Nos chamar para o seu seio a eternidade.
Quem ficar não deve nunca sentir dor.
Quem ficar deve viver em alegria
E na rosa carregada de saudade
Ofertar à eternidade o grande amor!
BRINCANDO DE CAMÕES
Alma minha gentil que me alucina
Na partida tanto quanto na chegada,
Alma minha gentil, és minha sina,
Minha deusa, meu sol e minha amada!
Alma minha gentil, que me enlouquece,
Nos delírios do riso e do tormento,
Alma minha gentil, és minha prece,
O sonho de loucura em que te invento.
Alma minha gentil, onde me ofusco,
Neste espelho que o tempo não desgasta.
Alma minha gentil, és mil refrões,
Diamante do meu céu, onde te busco,
Na busca que é de todas a mais vasta:
O encontro entre os nossos corações!
O QUE APRENDI SOBRE A VIDA
Demorei mais que devia simplesmente,
Recorri ao sonho e às vezes, mesmo a dor
Para ver que é no caminho, unicamente
Que se encontram a alegria e o amor...
Procurei, sempre no fim, constantemente,
O jardim onde eu buscava a bela flor,
Sem saber que me esperava complacente
As carícias deste sol libertador...
Aprendi então que a vida é a viagem,
O sorriso que vem dela decorrente,
Não o ponto de chegada encantador.
Aprendi que a vida é um sopro, uma aragem,
A viver cada minuto do presente.
Aprendi a ver seu lado sedutor!
SAUDADE
...e mesmo sem te ver quero-te tanto
que sinto-te em mim, e tua voz no pranto
que escapa-me em torrentes de tristeza.
Antes que dúvida, és minha certeza...
Quero-te na amenidade do poente,
No sol do fim de tarde, reluzente,
Quando nasces em mim, como uma flor.
...e mesmo sem te ver, és meu amor...
Quero-te tanto, que em minh’alma trago
O gosto do vinho em que me embriago
Nesses lábios sedentos que ofereces.
Algum anjo há de ouvir as minhas preces,
E há de entender a solidão que canto
Por não te ver e por amar-te tanto...
SONETANDO
Ele começa no verso primeiro,
Passa ao segundo, de poesia farto,
E adentra afoito já pelo terceiro,
Enquanto escrevo mais um verso: o quarto!
E passo ao quinto, verso alvissareiro,
Depois ao sexto bem ligeiro eu parto,
E neste sétimo me atiro inteiro
Já que este oitavo contigo reparto.
São só catorze, e já estou no nono!
No verso dez não quero mais parar,
Pois sei que o onze vai tirar meu sono,
Mas vou ao doze, falta só um terceto...
Este não digo, pois dá muito azar
Décimo quarto: fim deste soneto!
-
ESPERANÇA
Na cadeira colocada na varanda
Deve haver uma revista ou um jornal.
Carinhosa, uma brisa sopra branda
Balançando as roupas postas no varal.
Ao redor desta varanda haverá hera,
Samambaias, muitas rosas, margaridas,
E um sorriso que faceiro reverbera,
Entre lírios e açucenas coloridas...
Sob o sol cantam alegres passarinhos;
Mais adiante, todo branco, está o portão
E um caminho que tortuoso corta a grama.
É por ele que virás com teus carinhos
E trarás a este sofrido coração
Nova vida só possível a quem ama...
TUDO O QUE RESTOU
Foi tudo o que restou, amada minha,
As veias latejando de saudade,
Um triste adeus à breve eternidade
E um tempo que em tristeza se avizinha.
E tudo o Tempo fez como convinha
Deixando o teu sorriso e a amenidade
Tornando-te uma simples brevidade
No eterno que por ti pensei que tinha.
Mas sigo, e meu caminho serpenteia
Por entre o vale escuro do meu mundo
Do qual tu sempre foste uma candeia.
E agora sem a vida que o sustinha
O sonho se reclina moribundo...
Eis tudo o que restou, amada minha ...
BRUMAS
Por entre as brumas tua imagem vaga
Como se nunca tu houveras ido,
E o tempo fere como louca adaga
O meu passado nunca acontecido...
E diluída o vento em ti apaga
Essa lembrança de um amor ferido
Enquanto um mar de lágrimas alaga
Nosso passado já quase esquecido.
E o doce beijo, leve como as plumas
Que assim deixaste nesses lábios meus
É o meu farol com que, por entre as brumas,
Sigo o compasso deste amargo fim.
No triste aceno deste amargo adeus
Enquanto as brumas te levam de mim...
ESQUECIMENTO
Tu te esqueceste que esqueci de te esquecer
Mas me lembrei de relembrar tua partida
E o esquecimento na lembrança tem poder
De relembrar que possuíste minha vida
E por lembrar-te não consigo compreender
Por que não posso me esquecer desta ferida
Que o esquecimento da lembrança vem trazer
Me relembrando que jazias esquecida.
E vou lembrando e te esquecendo enquanto sigo
Revigorando o esquecimento da lembrança
Enquanto lembro como era estar contigo.
Até que um dia eu me lembrei de ter-te aqui
E fui eu mesmo me esquecendo nesta dança
E me lembrando de esquecer que te esqueci...
ESPELHO DE MIM
Nas lutas infernais às quais me impinjo
Mergulho-me em oceanos de incoerências
Buscando a perdição das inocências
Às quais eu minto, engano, burlo e finjo!
Seguindo nessa estrada eu sempre atinjo
Os planos que tracei com paciência
E se erro vou pedindo por clemência
E logo uma mentira eu busco e cinjo...
Por isso sou a mais perfeita farsa,
Um plano divinal no qual eu peco,
Oceano de mentiras no qual seco
O sonho que em enganos se disfarça.
E qual falso cristal em linda barça,
Sou grito que ressoa e não faz eco.
ESTRELAS
À janela te saúda a luz da lua
Aspergindo-te com mil gotas de luz.
E encontrando-te ofegante, ainda nua
O luar em mil carícias te seduz...
Através dessa vidraça transparente,
Ele vai se aconchegando em teu entorno
Em carícias pelo teu corpo fremente,
Desenhando nos lençóis o teu contorno...
Surge então a Estrela D’Alva lentamente
No horizonte, onde nem consegues vê-la
E em teu corpo ela se banha, finalmente,
Tendo todo o teu calor para aquecê-la.
Suspirando ela se entrega totalmente:
É uma estrela enamorada de outra estrela...
Na cadeira colocada na varanda
Deve haver uma revista ou um jornal.
Carinhosa, uma brisa sopra branda
Balançando as roupas postas no varal.
Ao redor desta varanda haverá hera,
Samambaias, muitas rosas, margaridas,
E um sorriso que faceiro reverbera,
Entre lírios e açucenas coloridas...
Sob o sol cantam alegres passarinhos;
Mais adiante, todo branco, está o portão
E um caminho que tortuoso corta a grama.
É por ele que virás com teus carinhos
E trarás a este sofrido coração
Nova vida só possível a quem ama...
TUDO O QUE RESTOU
Foi tudo o que restou, amada minha,
As veias latejando de saudade,
Um triste adeus à breve eternidade
E um tempo que em tristeza se avizinha.
E tudo o Tempo fez como convinha
Deixando o teu sorriso e a amenidade
Tornando-te uma simples brevidade
No eterno que por ti pensei que tinha.
Mas sigo, e meu caminho serpenteia
Por entre o vale escuro do meu mundo
Do qual tu sempre foste uma candeia.
E agora sem a vida que o sustinha
O sonho se reclina moribundo...
Eis tudo o que restou, amada minha ...
BRUMAS
Por entre as brumas tua imagem vaga
Como se nunca tu houveras ido,
E o tempo fere como louca adaga
O meu passado nunca acontecido...
E diluída o vento em ti apaga
Essa lembrança de um amor ferido
Enquanto um mar de lágrimas alaga
Nosso passado já quase esquecido.
E o doce beijo, leve como as plumas
Que assim deixaste nesses lábios meus
É o meu farol com que, por entre as brumas,
Sigo o compasso deste amargo fim.
No triste aceno deste amargo adeus
Enquanto as brumas te levam de mim...
ESQUECIMENTO
Tu te esqueceste que esqueci de te esquecer
Mas me lembrei de relembrar tua partida
E o esquecimento na lembrança tem poder
De relembrar que possuíste minha vida
E por lembrar-te não consigo compreender
Por que não posso me esquecer desta ferida
Que o esquecimento da lembrança vem trazer
Me relembrando que jazias esquecida.
E vou lembrando e te esquecendo enquanto sigo
Revigorando o esquecimento da lembrança
Enquanto lembro como era estar contigo.
Até que um dia eu me lembrei de ter-te aqui
E fui eu mesmo me esquecendo nesta dança
E me lembrando de esquecer que te esqueci...
ESPELHO DE MIM
Nas lutas infernais às quais me impinjo
Mergulho-me em oceanos de incoerências
Buscando a perdição das inocências
Às quais eu minto, engano, burlo e finjo!
Seguindo nessa estrada eu sempre atinjo
Os planos que tracei com paciência
E se erro vou pedindo por clemência
E logo uma mentira eu busco e cinjo...
Por isso sou a mais perfeita farsa,
Um plano divinal no qual eu peco,
Oceano de mentiras no qual seco
O sonho que em enganos se disfarça.
E qual falso cristal em linda barça,
Sou grito que ressoa e não faz eco.
ESTRELAS
À janela te saúda a luz da lua
Aspergindo-te com mil gotas de luz.
E encontrando-te ofegante, ainda nua
O luar em mil carícias te seduz...
Através dessa vidraça transparente,
Ele vai se aconchegando em teu entorno
Em carícias pelo teu corpo fremente,
Desenhando nos lençóis o teu contorno...
Surge então a Estrela D’Alva lentamente
No horizonte, onde nem consegues vê-la
E em teu corpo ela se banha, finalmente,
Tendo todo o teu calor para aquecê-la.
Suspirando ela se entrega totalmente:
É uma estrela enamorada de outra estrela...
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