terça-feira, 13 de setembro de 2016

Filinto Elísio (1734 - 1819)

    
    O poeta e tradutor português do neoclassicismo Francisco Manuel do Nascimento, de pseudônimo Filinto Elísio, ou ainda Nisceno, nasceu em Lisboa a 23 de Dezembro de 1734. Pertenceu à sociedade literária «Grupo da Ribeira das Naus», cujos membros adotavam nomes simbólicos. Filinto Elísio faleceu em Paris, França, a 25 de Fevereiro de 1819.
        Poeta português. De origem humilde, tornou-se sacerdote. Francisco Manuel do Nascimento conviveu com a futura marquesa de Alorna, dela recebendo o nome arcádico de Filinto Elísio. Pertenceu ao círculo poético do Grupo da Ribeira das Naus, entrando em disputas com os poetas da Arcádia Lusitana.
        Uma denúncia feita à Inquisição obrigou-o a refugiar-se em França, em 1778, devido às suas ideias enciclopedistas e liberais. Aí conheceu personalidades importantes da cultura francesa, como o poeta Lamartine. Com dificuldades econômicas crescentes, viu-se obrigado a escrever, a ensinar e a fazer traduções para garantir a sobrevivência. Entre os autores que traduziu encontram-se Chateaubriand (Os Mártires, 1816), Longino, La Fontaine, D'Alembert, Sóror Mariana Alcoforado (Lettres Portugaises) e Wieland (excertos de Oberon). As suas Obras Completas foram editadas em Paris (1817-1819, 11 tomos).
        Admirador de Horácio, defensor dos ideais iluministas e enciclopedistas, e das revoluções francesa e americana, a permanência em França marcou a sua obra. Nesta lamenta o obscurantismo português, evoca a gastronomia e os costumes pátrios, retrata as dificuldades e a tristeza crescentes da sua doença e da sua velhice.
        O seu estilo segue os preceitos da estética classicista arcádica, sendo um defensor enérgico do purismo da língua. Apesar deste formalismo, muitos dos seus poemas refletem uma grande intensidade emocional, no que têm de revolta e de sofrimento pessoais, o que faz com que alguns o considerem já precursor do romantismo. Cultivou praticamente todos os gêneros da poesia clássica.

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