Poeta português. De origem humilde, tornou-se sacerdote. Francisco Manuel do
Nascimento conviveu com a futura marquesa de Alorna, dela recebendo o nome
arcádico de Filinto Elísio. Pertenceu ao círculo poético do Grupo da Ribeira
das Naus, entrando em disputas com os poetas da Arcádia Lusitana.
Uma denúncia feita à Inquisição obrigou-o a refugiar-se em França, em 1778,
devido às suas ideias enciclopedistas e liberais. Aí conheceu personalidades
importantes da cultura francesa, como o poeta Lamartine. Com dificuldades econômicas
crescentes, viu-se obrigado a escrever, a ensinar e a fazer traduções para
garantir a sobrevivência. Entre os autores que traduziu encontram-se
Chateaubriand (Os Mártires, 1816), Longino, La Fontaine, D'Alembert, Sóror
Mariana Alcoforado (Lettres Portugaises) e Wieland (excertos de Oberon). As
suas Obras Completas foram editadas em Paris (1817-1819, 11 tomos).
Admirador de Horácio, defensor dos ideais iluministas e enciclopedistas, e das
revoluções francesa e americana, a permanência em França marcou a sua obra.
Nesta lamenta o obscurantismo português, evoca a gastronomia e os costumes
pátrios, retrata as dificuldades e a tristeza crescentes da sua doença e da sua
velhice.
O seu estilo segue os preceitos da estética classicista arcádica, sendo um
defensor enérgico do purismo da língua. Apesar deste formalismo, muitos dos
seus poemas refletem uma grande intensidade emocional, no que têm de revolta e
de sofrimento pessoais, o que faz com que alguns o considerem já precursor do
romantismo. Cultivou praticamente todos os gêneros da poesia clássica.
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