com o andar lento e olhar cansado.
Na calçada, suas memórias vastas
contavam histórias de um tempo amado.
Um dia, tropeçou, a queda foi dura,
e junto ao muro lá ficou a gemer.
Clamava por ajuda em sua amargura,
mas ninguém o ouvia, mesmo vendo-o sofrer.
Os passantes, apressados, viam um mendigo,
e o ignoravam, sem parar para olhar.
Pensavam que era só queria um abrigo,
um bêbado perdido, sem lar para ficar.
Mas eis que um jovem com olhar atento,
se aproximou, perguntando com bondade:
“Senhor, precisa de algum auxílio ou alento?”
A voz sincera trouxe-lhe felicidade.
“Só preciso de ajuda para me levantar,”
disse o velho, com um sorriso tímido.
O rapaz com força, o pôs a caminhar,
e juntos seguiram num passo decidido.
Chegaram a um palacete, imponente e belo,
o jovem, espantado, não podia crer.
“Este é meu lar, um lugar singelo,
venha, entre, e vamos nos conhecer!”
O jovem, surpreso, aceitou o convite,
e um laço de amizade começou a florescer,
contaram histórias, entre risos sem limite…
Um encontro de almas, um novo amanhecer.
Mas a moral que ecoa em nossos corações,
é que a compaixão é um bem que se retrai,
pois muitos, em meio às suas aflições,
ignoram o próximo, uma vida que se esvai.
Que possamos, como o jovem, olhar além,
e estender a mão aos necessitados,
pois cada ser humano tem um valor também,
e a bondade é a luz dos seres abençoados.
Fontes:
José Feldman. Labirintos da vida. Maringá/PR: Plat. Poe. Biblioteca Voo da Gralha Azul.
Imagem criada por Jfeldman com IA Microsoft Bing
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