Terminados os trabalhos na cozinha lavando a louça, areando a chapa do fogão, passando pano no chão, aquela senhora grisalha, olhos vivos e brilhantes, chegou na sala e viu o marido costurando um buraco na meia.
- Mas por que costurar esta meia usada. Já está rota e velha !?!
- Devo costurá-la.
- Por quê ?
- Ela faz parte das minhas coisas.
Quantas vezes não valorizamos estas pequenas coisas, detalhes que podem valer pouco, mas valem muito materialmente, sentimentalmente, humanamente.
Esquecemos de nos ater ou não darmos atenção a objetos ditos insignificantes, quando na realidade não são. Como também não seguimos aquele quase preceito de que não devemos jogar fora tudo que não serve mais -um parafuso enferrujado, a toalha de banho que vira pano de chão, a casca de uma fruta que podemos transformar em deliciosa sobremesa, um prego torto . . .
E ouve-se seguidamente que quem guarda o que não presta, tem o que precisa.
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SILMAR BOHRER nasceu em Canela/RS em 1950, com sete anos foi para em Porto União-SC, com vinte anos, fixou-se em Caçador/SC. Aposentado da Caixa Econômica Federal há quinze anos, segue a missão do seu escrever, incentivando a leitura e a escrita em escolas, como também palestras em locais com envolvimento cultural. Criou o MAC - Movimento de Ação Cultural no oeste catarinense, movimentando autores de várias cidades como palestrantes e outras atividades culturais. Fundou a ACLA-Academia Caçadorense de Letras e Artes. Membro da Confraria dos Escritores de Joinville e Confraria Brasileira de Letras. Editou os livros: Vitrais Interiores (1999); Gamela de Versos (2004); Lampejos (2004); Mais Lampejos (2011); Sonetos (2006) e Trovas (2007).
Fontes:
Texto enviado pelo autor.
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing
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