Eram tempos de efervescência quando a vila que surgiu à beira do rio passou a município, agora com a condição de cidade. A abundância dos pinhais trouxe muitos forasteiros que instalaram dezenas de serrarias na região. A Maria-fumaça - único meio de transporte naqueles fundos - subia e descia o vale transportando a madeira produzida na região.
Como sempre acontece, toda essa ebulição atraiu também muita mão-de-obra, assim como o comércio teve um crescimento espantoso. Surgiram novas lojas comerciais, armazéns, bodegas, atacado e varejo fornecendo a cidade e o interior, além das adjacências do agora município.
E a Maria-fumaça saia carregada e voltava carregada. Ia embora a madeira e vinham os produtos que o comércio vendia para a população. Tempos áureos. Abundância. Crescimento.
E crescimento gera crescimento. A região tornou-se um grande centro madeireiro, riquezas entram e saem levadas pelo trem. São os comerciantes, são os fornecedores para o comércio, levas de trabalhadores que viram na região um verdadeiro Eldorado.
Por este tempo desembarcou na estação um senhor disposto a instalar um hotel na cidade -existiam poucos e pequenos. Comprou terreno no centro e construiu a sua hospedagem. Rapidamente a clientela cresceu. A atenção, o bom atendimento, a cordialidade, desde logo cativaram muitos clientes que vinham, alguns mensalmente, e se hospedavam.
Naturalmente alguns hóspedes se tornaram amigos do dono do hotel, pessoa espirituosa, com senso de humor, sempre fazendo brincadeiras.
Certo dia o hoteleiro recebeu um telegrama de um hóspede, também irreverente gozador, que viajava muito pelo interior do país.
Dizia a missiva:
- Manoel, encontrei um hotel pior do que o seu!!
O hoteleiro, com o costumeiro humor brincalhão, enviou telegrama de volta respondendo:
- Duvido!
Fontes:
Texto enviado pelo autor.
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing
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