É verdade. Escrever é um estado metafísico, que transcende qualquer tipo de rudeza no ato de discorrer. Não se escreve apenas pelo simples fato de saber, de ter conhecimento – apesar de necessário, claro – mas, em saber arrazoar de forma contundente, o que se pretende defender. É muito fácil para o historiador falar na sala de aula sobre a Grécia Antiga ou o Império Romano – já que ele detém o conhecimento sobre essas civilizações, através de anos de estudos na sua graduação.
Outra coisa, por exemplo, é colocar no papel esse mesmo assunto, conseguindo passar para o leitor, a importância dessas duas civilizações, para o desenvolvimento social, político, cultural e religioso das gerações que as sucederam.
Não. Escrever, definitivamente, não é isso. Escrever é sutileza, leveza e pessoalidade.
Quando se escreve, sua característica está nas entrelinhas, em cada palavra, explícita, como um cunho, como uma marca. Escrever é prazer, é emoção. Para o escritor, o prazer de narrar, contar uma história, criar um romance e vê-los prontos para o deleite de olhos ávidos, é como a trajetória de um filho: da concepção ao nascimento.
A emoção de ver um artigo, uma crônica publicada e lida por milhares de pessoas, é um prazer que começa quando se dá à primeira imaginação, a primeira idéia a ser escrita. É como um namoro que começa. Primeiro o olhar, a empatia, depois o flerte, a corte, as primeiras trocas de palavras carinhosas, o entrelaçamento das mãos e, finalmente, a união dos lábios.
Sentar e escrever são estados de espírito que deve permanecer perene no intelecto do escritor, para brotar no momento de sua criação, da sua pessoalidade e, que, transformando-se na matéria prima do autor, seja dotada de todos os ingredientes necessários para uma boa recepção. É, portanto, inconcebível que se escreva sem emoção e prazer, apenas pelo simples ato de querer cumprir uma tarefa, como se fosse algo descartável, sem valor, obrigatório, sem deixar transparecer a fina e tênue sutileza do seu pensamento ou comentário.
Da mesma forma que é inconcebível, diante da rotina, transcrever ou copiar, pois acaba podando aos poucos, a criatividade que existe dentro de cada um que escolheu como forma de realização – pessoal ou profissional – a sublime missão de informar, divertir, fazer sonhar e, principalmente, esclarecer. Antes de tudo, escrever nasce da visão própria, intimista e significante do autor, da sua percepção cotidiana das coisas que o rodeia, da análise crítica dos fatos e da sua capacidade de transformar a rotina, na leveza necessária para uma boa leitura.
Mas, se escrever é colocar em substrato o pensamento, então escrever é antes de tudo, saber ler o que já foi escrito. E saber ler não é passar os olhos numa leitura dinâmica, superficial, apressada de 30 minutos. É preciso, primeiro, aprender a ler; aprender a degustar o conteúdo; aprender a ler e reler, fazendo do texto a sua reflexão e opinião formal. E não há pressa.
Não há como se abastecer de conhecimentos, nem refletir sobre o objeto, na primeira leitura, assim como, não há como escrever sem rascunhar, sem apagar, sem aperfeiçoar o que já escreveu. Que o diga Guimarães Rosas, em “Grandes Sertões: Veredas”. Enfim, escrever é como um orgasmo, que não precisa vir rápido: pode vir devagar, aos poucos, até o ponto final.
Fontes:
http://www.caestamosnos.org/Recanto_Prosa_e_Verso/07.html Recanto da Prosa & do Verso Nº 07 - Dezembro / 2007
http://a_beautiful_smile_has_a_trouble_soul.glogs.sapo.pt (imagem)
Outra coisa, por exemplo, é colocar no papel esse mesmo assunto, conseguindo passar para o leitor, a importância dessas duas civilizações, para o desenvolvimento social, político, cultural e religioso das gerações que as sucederam.
Não. Escrever, definitivamente, não é isso. Escrever é sutileza, leveza e pessoalidade.
Quando se escreve, sua característica está nas entrelinhas, em cada palavra, explícita, como um cunho, como uma marca. Escrever é prazer, é emoção. Para o escritor, o prazer de narrar, contar uma história, criar um romance e vê-los prontos para o deleite de olhos ávidos, é como a trajetória de um filho: da concepção ao nascimento.
A emoção de ver um artigo, uma crônica publicada e lida por milhares de pessoas, é um prazer que começa quando se dá à primeira imaginação, a primeira idéia a ser escrita. É como um namoro que começa. Primeiro o olhar, a empatia, depois o flerte, a corte, as primeiras trocas de palavras carinhosas, o entrelaçamento das mãos e, finalmente, a união dos lábios.
Sentar e escrever são estados de espírito que deve permanecer perene no intelecto do escritor, para brotar no momento de sua criação, da sua pessoalidade e, que, transformando-se na matéria prima do autor, seja dotada de todos os ingredientes necessários para uma boa recepção. É, portanto, inconcebível que se escreva sem emoção e prazer, apenas pelo simples ato de querer cumprir uma tarefa, como se fosse algo descartável, sem valor, obrigatório, sem deixar transparecer a fina e tênue sutileza do seu pensamento ou comentário.
Da mesma forma que é inconcebível, diante da rotina, transcrever ou copiar, pois acaba podando aos poucos, a criatividade que existe dentro de cada um que escolheu como forma de realização – pessoal ou profissional – a sublime missão de informar, divertir, fazer sonhar e, principalmente, esclarecer. Antes de tudo, escrever nasce da visão própria, intimista e significante do autor, da sua percepção cotidiana das coisas que o rodeia, da análise crítica dos fatos e da sua capacidade de transformar a rotina, na leveza necessária para uma boa leitura.
Mas, se escrever é colocar em substrato o pensamento, então escrever é antes de tudo, saber ler o que já foi escrito. E saber ler não é passar os olhos numa leitura dinâmica, superficial, apressada de 30 minutos. É preciso, primeiro, aprender a ler; aprender a degustar o conteúdo; aprender a ler e reler, fazendo do texto a sua reflexão e opinião formal. E não há pressa.
Não há como se abastecer de conhecimentos, nem refletir sobre o objeto, na primeira leitura, assim como, não há como escrever sem rascunhar, sem apagar, sem aperfeiçoar o que já escreveu. Que o diga Guimarães Rosas, em “Grandes Sertões: Veredas”. Enfim, escrever é como um orgasmo, que não precisa vir rápido: pode vir devagar, aos poucos, até o ponto final.
Fontes:
http://www.caestamosnos.org/Recanto_Prosa_e_Verso/07.html Recanto da Prosa & do Verso Nº 07 - Dezembro / 2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário