quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Antonio Roberto Fernandes (Falecimento)


Antônio nasceu na cidade de São Fidélis. Primogênito de uma família de oito irmãos. Aprendeu a ler em casa com o pai. Aos sete anos entrou na escola no interior, mas como era adiantado em relação aos colegas de classe, foi transferido para Escola Barão de Macaúbas no Centro de São Fidélis. Cursou o ensino fundamental e médio em sua cidade natal. Após passar no vestibular para a Faculdade de Medicina, mudou-se para Campos. Não exerceu a medicina porque passou num concurso e assumiu a postura de bancário para ajudar na criação dos irmãos.

Poeta, trovador e escritor, Antônio Roberto Fernandes foi membro da Academia Fidelense de Letras, da Academia Pedralva Letras e Artes, da Academia Campista de Letras e representante da União Brasileira de Trovadores (UBT) em Campos. Fundou a Academia Infantil de Letras de São Fidélis. Grande idealizador do Café Literário, em Campos e figura cativa dos eventos da Fundação Municipal Trianon, como o projeto Choro e Cia e o Grupo Boa Noite Amor, brindou o público com seu tradicional intervalo poético.

Exerceu diversas atividades públicas. Foi diretor da Biblioteca Municipal de São Fidélis, da Biblioteca Nilo Peçanha e atualmente diretor do departamento de Literatura da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL).

Faleceu em 20 de novembro de 2008.

Os versos de Antônio Roberto refletem a todos sua excelência de artista da vida.

Na bicicleta da vida pedalei tanto, meu Deus, mas no melhor da descida furaram-se os dois pneus!... Xepeiro, de olhos tristonhos, à noite, exausto e sozinho, cato no chão dos meus sonhos a xepa do teu carinho. Mamãe!... Não há quem exprima uma palavra mais bela, pois mesmo não tendo rima a vida rima com ela! Se no palco, a três por quatro, reina a farsa e a pacotilha, o nosso maior teatro é o do Congresso, em Brasília”.

TROVAS

Sou feliz! Não vivo ao lado
das estrelas na amplidão,
mas posso tr um punhado
de vaga-lumes na mão.

Na bicicleta da vida
pedalei tanto, meu Deus,
mas no melhor da descida
furaram-se os dois pneus!...

Xepeiro, de olhos tristonhos,
à noite, exausto e sozinho,
cato no chão dos meus sonhos
a xepa do teu carinho.

Mamãe!... Não há quem exprima
uma palavra mais bela,
pois mesmo não tendo rima
a vida rima com ela!

Se no palco, a três por quatro,
reina a farsa e a pacotilha,
o nosso maior teatro
é o do Congresso, em Brasília.

– Deixa que a ponte eu dou jeito!
– Mas rio aqui nóis num tem...
– Não tem, mas se eu for eleito,
eu faço o rio também!

Os Pratos da Vovó

A minha avó guardava, com alegria,
muitos pratos, lindíssimos, de louça
Que ganhou de presente, quando moça.
e que esperava usar quem sabe? um dia.

Mas a vida passando tão insossa
e nada de importante acontecia
e ninguém pra jantar aparecia
que compensasse abrir o guarda-louça.

Vovó morreu. Dos pratos coloridos
que hoje estão quebrados e perdidos
ela jamais usou sequer um só.

Assim também meus sonhos, tão guardados,
terão, por nunca serem realizados,
o mesmo fim dos pratos da vovó.

Fontes:
http://www.falandodetrova.com.br/
http://www.pointcultural.com.br/forum/index.php?topic=778.0
Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes - RJ. http://www.campos.rj.gov.br/noticia.php?id=16105

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