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sábado, 9 de junho de 2012

Laércio Borsato /MG (Sonetos Avulsos)


MINHA VOVÓ MATERNA

 A MINHA memória vagueia na estrada,
 De nossa casa até a de vovó Suzana!
 Comumente, lá íamos, nos fins de semana;
 Só pensávamos na hora da chegada!

 Eufóricos, já na ultima subida,
 Ouvíamos o marulhar da cachoeira;
 Logo avistávamos, felizes da vida,
 No caramanchão da varanda, a videira!

 Uma vez chegamos com roupa molhada,
 Pés sujos, pela lama da estrada;
 Pois fomos surpreendidos pela chuva.

 Vovó subia vagarosamente do pomar,
 Com todo cuidado, o avental a segurar,
 Onde trazia lindíssimos cachos de uva!

POEMA DA NOITE SEM FIM

 AS HORAS não passam, noite infinda.
 A folha cai do ramo ainda umedecida.
 Do vento na vidraça a vibração não finda...
 A rosa vai se abrindo! Milagre da vida!

 Penso no espaço, cada hora vivida...
 Lembro-te com ternura: Te amo ainda!
 Quando partiste, tu choravas comovida,
 Naquele momento, como te achava linda!

 Minha alma esperou amanhecer o dia!
 No jardim mais uma rosa branca abria...
 Pensei presenteá-la, nalguma despedida!

 Comecei a entoar baixinho, um belo hino...
 Veio-me a lembrança os tempos de menino,
 Quando se desconhece, fases duras da vida!

Fonte:
Artigo publicado no site de Bernardo Trancoso, http://www.sonetos.com.br/sonetos.php