MINHA VOVÓ MATERNA
A MINHA memória vagueia na estrada,
De nossa casa até a de vovó Suzana!
Comumente, lá íamos, nos fins de semana;
Só pensávamos na hora da chegada!
Eufóricos, já na ultima subida,
Ouvíamos o marulhar da cachoeira;
Logo avistávamos, felizes da vida,
No caramanchão da varanda, a videira!
Uma vez chegamos com roupa molhada,
Pés sujos, pela lama da estrada;
Pois fomos surpreendidos pela chuva.
Vovó subia vagarosamente do pomar,
Com todo cuidado, o avental a segurar,
Onde trazia lindíssimos cachos de uva!
POEMA DA NOITE SEM FIM
AS HORAS não passam, noite infinda.
A folha cai do ramo ainda umedecida.
Do vento na vidraça a vibração não finda...
A rosa vai se abrindo! Milagre da vida!
Penso no espaço, cada hora vivida...
Lembro-te com ternura: Te amo ainda!
Quando partiste, tu choravas comovida,
Naquele momento, como te achava linda!
Minha alma esperou amanhecer o dia!
No jardim mais uma rosa branca abria...
Pensei presenteá-la, nalguma despedida!
Comecei a entoar baixinho, um belo hino...
Veio-me a lembrança os tempos de menino,
Quando se desconhece, fases duras da vida!
Fonte:
Artigo publicado no site de Bernardo Trancoso, http://www.sonetos.com.br/sonetos.php
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