Uma Trova de Ademar
Quis saber qual mais doía
mas descobri no entanto,
que pranto, dor e agonia
sempre dói do mesmo tanto!
–Ademar Macedo/RN–
Uma Trova Nacional
Por mais que em ti não pensasse
uma lágrima escorria,
irrigando a minha face
onde eu plantei nostalgia.
–Francisco José Pessoa/CE–
Uma Trova Potiguar
Em cada beijo roubado,
que roubo de ti, meu bem,
sinto o gosto do pecado
que o beijo roubado tem.
–Prof. Garcia/RN–
Uma Trova Premiada
2009 - Nova Friburgo/RJ
Tema - SAUDADE - M/E
Ah, saudade do passado !
tão presente e tão intensa,
que penso ouvir teu chamado,
buscando a minha presença.
–Sônia Sobreira/RJ–
...E Suas Trovas Ficaram
Menino, não tenha medo,
que a lei do retorno é certa:
se a vida estraga um brinquedo,
a mão do tempo conserta.
–Carmen Ottaiano/SP–
Uma Poesia
Sou a parte que não sei
sou o surreal da arte
sou a parte a qual faltei
sou a parte em toda parte
que se parte em pedacinhos
sou vários pequenininhos
sou até o que sobrou
e o que digo andando a esmo?
Se o que vejo de mim mesmo
é tal parte que não sou.
–Kerlle de Magalhães/PE–
Soneto do Dia
ACENDEDOR DE LAMPIÕES.
–Jorge de Lima/AL–
Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,
parodiar o sol e associar-se à lua
quando a sombra da noite enegrece o poente!
Um, dois, três lampiões, acende e continua
outros mais a acender imperturbavelmente,
à medida que a noite aos poucos se acentua
e a palidez da lua apenas se pressente.
Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
ele que doira a noite e ilumina a cidade,
talvez não tenha luz na choupana em que habita.
Tanta gente também nos outros insinua
crenças, religiões, amor, felicidade,
como este acendedor de lampiões da rua!
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