Eu, que não custo a voltar atrás, volto atrás e digo agora meu último adeus. Mas antes, não minto, queria ter seus olhos frente a mim, suas horas ora sim, não adeus. Adeus não combina quando há Deus. Deus, que me pega e me bota no colo quando choro (e faz tempo que não verto nem muitas nem poucas lágrimas por nada). Nem nada que eu lhe digo, nem tudo que lhe conto o fazem vir. Escrevo, e me escavo ao saber.
Saber que me ignora é como ver que não fui visto, não de perto. Perto de mim, longe de mim, não há problema: surge sempre um verso, e nasce mais um tema. A vida é feita de versos, não de universos. Sonho com sua vinda, mas é longe, é tarde, é noite. Entre as músicas, nem sinal de “ocê”, um dia, regressar. Rua acima, rua abaixo, prendo-me a velhos sonhos, sonho alto e me esborracho; esmagando a “flor”, não sinto dor.
Dói-me quando escrevo essas mensagens. Ajo sem saber que me delato. Lato e nunca escuta meu ganido. Outra vez sucumbo à dor. Estrelas dormem. Eu não durmo: apenas sonho. Sonho com sua volta, com sua voz, com seu silêncio. Escreve. Adeus.
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