Ilustração por Carlos Araújo
(veja nota abaixo)
As palavras têm a mania de querer ultrapassar os dicionários. Não se trata de mania de grandeza, mas, sim, de sentido. Mania de não aceitar uma definição qualquer que as prenda a determinado sentido. O que é natural.
Cada ser vivo experimenta sensações próprias em suas experiências vividas. Alguns vão além, inventam sensações e imaginam experiências. E dão a este tipo de combinação um poder ainda maior para a significação dos eventos da vida. As significações se encadeiam e se transferem de um ser vivo a outro, o que forma um conjunto infinito...
As palavras nascem assim, das sensações experimentadas e inventadas. E vão se juntar a outras, interminavelmente, neste mesmo conjunto infinito da vida.
No subconjunto da poesia, as significações são potencializadas. Ou seja, as palavras ganham potência. Talvez seja este o melhor contexto para a demonstração e compreensão desta mania “incurável” que as palavras têm. É onde a combinação de palavras e significações forma uma trama inesgotável de sensações e de possibilidades de sensações; sugere a invenção de experiências; engendra imagens de matizes antes impossíveis; amplia as dimensões do mundo!
Viva a mania das palavras!
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Nota:
Essa ilustração - ouvindo e procurando palavras num dicionário - foi criada para um livro didático (Língua Espanhola) da Editora Ática. Até o cachorro participa...
Fontes:
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