A escritora Gloria Kirinus diz que a literatura infanto-juvenil brasileira hoje é muito respeitada no mundo. E um ótimo presente para o Dia das Crianças.
Boas histórias permeadas de fantasia, ilustrações que despertam a imaginação da criança e principalmente humor, característica muito presente nos livros de literatura infantil de hoje.
Elementos que atraem as crianças e fazem dos escritores e ilustradores de livros infanto-juvenis do Brasil serem reconhecidos internacionalmente pela sua qualidade, que vem atrelada ao aumento do consumo interno por esse segmento.
As estatísticas mostram que esse mercado tem crescido exponencialmente ao longo dos últimos anos. Último balanço divulgado pela Câmara Brasileira do Livro sobre o mercado editorial do País mostra que o número de títulos de livros infantis editados no ano passado cresceu mais de 14% em comparação com 2007, num total de 3.981 títulos.
O número de exemplares produzidos também aumentou, passando para mais de 15,4 milhões de livros, numa variação de 4,95% comparado com o ano anterior. Junto com histórias atraentes, a qualidade dos livros infantis destaca-se hoje pelo tratamento apurado e pelo cuidado com as ilustrações, que passou a ocupar um lugar de destaque que não tinha até então.
"A literatura infanto-juvenil brasileira é muito respeitada no mundo. Nos encontros internacionais, o stand do Brasil é muito visitado e admirado, com autores do porte de Ziraldo, as duas ganhadoras do prêmio Hans Christian Andersen, Ligia Bojunga Nunes e Ana Maria Machado, além da poesia em verso e prosa de Bartolomeu Campos Queirós, as fadas reencantadas de Marina Colasanti e o eterno Monteiro Lobato", avalia a autora Gloria Kirinus, representante no Paraná da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infanto-juvenil.
Esse boom da literatura infantil teve início na década de 1970 quando começaram a surgir excelentes autores, como Eva Furnari, Ruth Rocha, Ziraldo e Tatiana Belinsky, precursores da nova fase da literatura infantil.
"Depois da "era Monteiro Lobato" passou-se um tempo sem grandes autores nacionais. Esse período sem expressão tem relação com a escola, quando o predomínio das obras de literatura infantil era por um estilo com cara de livro didático, como pretexto para alfabetização, para ensinar conteúdos escolares", analisa a professora de literatura infantil da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Elisa Dalla Bona.
Conforme a crítica vem sendo feita, isso tem mudado. "A literatura contribui para instigar a fantasia, a imaginação. A alfabetização é uma consequência", defende a professora, que culpa a formação dos professores que, muitas vezes, ainda optam por selecionar livros fáceis para os alunos, de bons hábitos alimentares ou de higiene, de ensino de letras, formas geométricas ou números.
"O que é uma pena, porque a escola é a principal difusora da literatura infantil. Poucos são os pais que levam o filho na biblioteca ou que vão presenteá-los com um livro neste Dia das Crianças", lamenta Dalla Bona.
A literatura infantil é considerada um dos primeiros passos para a formação crítica das crianças, preocupação presente na obra de muitos autores. "Um bom livro tem que contar uma boa história. A literatura com a qual mais me identifico é a que instiga o mundo interior, a dimensão do simbólico, que amplia meu olhar para o leitor", conta a autora Cléo Busatto.
Tratar temas sérios por meio da história contada é a escolha do escritor e jornalista Luiz Andrioli. "Acredito ser possível abordar questões morais para as crianças, uma forma de se aprender a lidar com temas como a separação, a ilusão, a perda", afirma.
Em seu primeiro livro, A menina do circo, Andrioli aborda as diferenças no circo, em um ambiente em que vale tudo para se divertir. "O circo abre esse espaço para os excluídos, como o anão, o gordo. O que na sociedade choca, no circo é alegria", acredita.
Fonte:
Artigo de Luciana Cristo. In Paraná On Line de 11/10/2009
Boas histórias permeadas de fantasia, ilustrações que despertam a imaginação da criança e principalmente humor, característica muito presente nos livros de literatura infantil de hoje.
Elementos que atraem as crianças e fazem dos escritores e ilustradores de livros infanto-juvenis do Brasil serem reconhecidos internacionalmente pela sua qualidade, que vem atrelada ao aumento do consumo interno por esse segmento.
As estatísticas mostram que esse mercado tem crescido exponencialmente ao longo dos últimos anos. Último balanço divulgado pela Câmara Brasileira do Livro sobre o mercado editorial do País mostra que o número de títulos de livros infantis editados no ano passado cresceu mais de 14% em comparação com 2007, num total de 3.981 títulos.
O número de exemplares produzidos também aumentou, passando para mais de 15,4 milhões de livros, numa variação de 4,95% comparado com o ano anterior. Junto com histórias atraentes, a qualidade dos livros infantis destaca-se hoje pelo tratamento apurado e pelo cuidado com as ilustrações, que passou a ocupar um lugar de destaque que não tinha até então.
"A literatura infanto-juvenil brasileira é muito respeitada no mundo. Nos encontros internacionais, o stand do Brasil é muito visitado e admirado, com autores do porte de Ziraldo, as duas ganhadoras do prêmio Hans Christian Andersen, Ligia Bojunga Nunes e Ana Maria Machado, além da poesia em verso e prosa de Bartolomeu Campos Queirós, as fadas reencantadas de Marina Colasanti e o eterno Monteiro Lobato", avalia a autora Gloria Kirinus, representante no Paraná da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infanto-juvenil.
Esse boom da literatura infantil teve início na década de 1970 quando começaram a surgir excelentes autores, como Eva Furnari, Ruth Rocha, Ziraldo e Tatiana Belinsky, precursores da nova fase da literatura infantil.
"Depois da "era Monteiro Lobato" passou-se um tempo sem grandes autores nacionais. Esse período sem expressão tem relação com a escola, quando o predomínio das obras de literatura infantil era por um estilo com cara de livro didático, como pretexto para alfabetização, para ensinar conteúdos escolares", analisa a professora de literatura infantil da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Elisa Dalla Bona.
Conforme a crítica vem sendo feita, isso tem mudado. "A literatura contribui para instigar a fantasia, a imaginação. A alfabetização é uma consequência", defende a professora, que culpa a formação dos professores que, muitas vezes, ainda optam por selecionar livros fáceis para os alunos, de bons hábitos alimentares ou de higiene, de ensino de letras, formas geométricas ou números.
"O que é uma pena, porque a escola é a principal difusora da literatura infantil. Poucos são os pais que levam o filho na biblioteca ou que vão presenteá-los com um livro neste Dia das Crianças", lamenta Dalla Bona.
A literatura infantil é considerada um dos primeiros passos para a formação crítica das crianças, preocupação presente na obra de muitos autores. "Um bom livro tem que contar uma boa história. A literatura com a qual mais me identifico é a que instiga o mundo interior, a dimensão do simbólico, que amplia meu olhar para o leitor", conta a autora Cléo Busatto.
Tratar temas sérios por meio da história contada é a escolha do escritor e jornalista Luiz Andrioli. "Acredito ser possível abordar questões morais para as crianças, uma forma de se aprender a lidar com temas como a separação, a ilusão, a perda", afirma.
Em seu primeiro livro, A menina do circo, Andrioli aborda as diferenças no circo, em um ambiente em que vale tudo para se divertir. "O circo abre esse espaço para os excluídos, como o anão, o gordo. O que na sociedade choca, no circo é alegria", acredita.
Fonte:
Artigo de Luciana Cristo. In Paraná On Line de 11/10/2009
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