Lenda Baré
A filha de um poderoso tuxaua (chefe) foi expulsa de sua tribo, por ter engravidado misteriosamente. Foi viver em uma velha cabana distante. Parentes iam levar-lhe comida para seu sustento. E, assim, a índia viveu até dar a luz a uma linda menina, muito branca, que chamou de Mani.
A notícia do nascimento espalhou-se por toda aldeia, fez o grande chefe esquecer os rancores e, cruzar os rios, para ver sua filha. O avô se rendeu aos encantos da criança que se tornou muito amada. No entanto, ao completar 3 anos, Mani morreu de forma misteriosa, sem nunca ter adoecido. A mãe ficou desolada e sepultou a filha de acordo com o costume, no meio da oca. Ao amanhecer, viu uma plantinha brotar da terra que molhara com suas lágrimas. A plantinha começou imediatamente a crescer e furou o teto da oca, onde floriu e deu pequenos frutos.
A tribo acorreu, maravilhada. Ao revolverem a terra, observaram que a planta saía do ouvido de Mani e mostrava raízes grossas e brancas em forma de chifre. “Manihua!" exclamaram os índios. Então, muitos passarinhos vieram, comeram as frutinhas e saíram semeando a maniva (manihua). Os pássaros de goela branca semearam a maniva branca e os de goela amarela, a maniva amarela. A raiz por ser semelhante a um chifre (aca), foi denominada mandioca (manihuaca).
Lenda Tupi
Há muitos anos passados apareceu grávida a filha de um cacique. Querendo punir o autor da infelicidade de sua filha, o cacique usou de todos os meios para saber quem havia sido o autor da desonra de sua filha que, apesar dos castigos recebidos, nunca disse quem lhe havia tirado a virgindade e que também nunca havia mantido relações sexuais com nenhum homem. O pai resolveu, então, matar, sacrificar a filha, quando, num sonho, lhe apareceu um homem branco que lhe disse para não matar a moça, que ela era inocente. Passados os nove meses nasceu uma menina muito bonita e, para surpresa de todos, de cor branca. A menina que recebeu o nome de Mani, morreu após um ano sem haver adoecido nem sofrido nenhuma dor. Mani foi enterrada na sua própria casa e, de sua sepultura, nasceu uma planta que, por ser desconhecida, nunca foi arrancada. Um dia, a sepultura se abriu e, nas suas raízes, brancas como Mani, os indígenas encontraram alimento para matar a fome. Mandioca, na língua tupi, vem de Mani-oca, que significa casa de Mani. (Dicionário de Folclore para Estudantes)
Lenda Apurinã
Saíra, a filha do chefe Cauré, era a mais bela da tribo. Um dia, porém, ela engravidou sem ter sido dada em casamento a nenhum guerreiro. O desgosto de Cauré foi imenso. Chamou a filha e questionou-a sobre o pai da criança. Saíra emudeceu. A decisão de Cauré foi inexorável. Ela seria banida da tribo e viveria confinada em uma oca no centro da mata. Ela deu a luz a uma linda menina de pele alva e olhos azuis. Ao ver a beleza da neta, Cauré caiu de amores pela menina. Regressou para a tribo com a filha Saíra e a neta Mani. No entanto, ao completar 4 anos, a menina morreu de forma misteriosa. Era costume da tribo Ipurinã cremar seus mortos mas, desolado, Cauré quebrou a tradição e enterrou Mani na entrada de sua oca. Passaram-se quatro luas e da terra em que Mani foi enterrada nasceu uma planta que, depois de um certo tempo, desnudou-se das folhas. Cauré julgava que as folhas fossem eternas e ficou triste pois a planta havia morrido. Resolveu arrancá-la e, ao fazê-lo, viu surgir, à guisa de raízes, grandes tubérculos radiculares. Curioso, resolveu mordê-la e, ao mastigá-la, achou-a deliciosa. Desde então a mandioca passou a ser um importante alimento para os índios.
Lenda Pareci
Zatinaré e sua mulher, Kokoterô, tiveram dois filhos: Atiolô e Zokooiê. Atiolô era menina. Por esta razão o pai não lhe dava a menor importância; tratava-a displicentemente e, se ela dizia alguma coisa, respondia-lhe assobiando. A pobrezinha não se lembrava de uma só vez que tivesse obtido dele uma resposta em palavras. Por isso, vivia triste e acabrunhada, pelos cantos da ocara; não sorria, não brincava... Um dia, tomou uma resolução. Foi a sua mãe e pediu-lhe que a enterrasse viva:
"Talvez desse modo, mamãe, eu possa fazer algo de bom por nosso povo."
"Não fales assim!" Replicou a mãe, aterrorizada com a idéia. "Tremo só de pensar..."
Finalmente, após vários dias de insistência, Atiolô conseguiu convencê-la. A mãe tomou a filha e levou-a até um cerrado. Sepultou-a ali. Mas o sol estava muito quente. A menina sentia muito calor. Queria outro lugar. Novamente, tomou-a Kokoterô; desta vez, escolheu o campo, aberto e de capim verde e macio. Enterrou-a. O calor, porém, era ainda maior. Atiolô não quis ficar ali. Enfim, acharam um bom local. Era o bosque, escuro, silencioso, calmo. Lá, a menininha não sofreria; lá poderia descansar sossegada. Atiolô rogou à mãe que se afastasse. Atendendo-a, a mulher foi-se retirando. Contudo, não pode resistir e voltou-se. Do túmulo, saía uma plantinha que ia crescendo vagarosamente. Correu para a sepultura; a plantinha diminuiu.
Desde esse dia, começou a tratá-la. Todas as tardes, regava-a com água fresca. A arvorezinha desenvolveu-se. Passaram-se várias luas. Quando ninguém esperava, um grito irrompeu do solo. A índia tremeu de medo. Agarrou o arbusto pelo caule e arrancou-o. Que surpresa! A raiz era grande e grossa; a casca era morena, da cor da pele das jovens da taba; a polpa era branca e gostosa. Kokoterô colocou-a nas costas e carregou-a para casa. Mostrou-a aos índios. Estavam todos espantados.
"Nunca vimos isso antes!" Diziam uns para os outros. Provaram-na e gostaram. Era a mandioca, um dos melhores alimentos que tem os índios até hoje. Eis porque a mandioca não cresce bem no campo ou no cerrado. Prefere sempre a sombra da floresta.
Lenda Bakairi
O veado foi beber água e o peixe bagadu (pirara), espécie de bagre brasileiro comum nas Amazônia, que estava preso num regato quase seco, pediu-lhe ajuda: "Faz uma corda de embira e puxa-me até o rio." Lá chegando, o peixe convidou o veado para ir até sua casa no fundo do rio, onde lhe serviu mingau (pogü) e beiju.
O veado, que desconhecia aquelas iguarias, ficou encantado e o peixe levou-o até sua roça de mandioca. Quando o veado foi embora, o peixe presenteou-o com mudas de mandioca, para que as plantasse também. Em casa, o veado fez uma roça de mandioca. E, tornou-se o senhor da mandioca, pois só a sua família a consumia. Um dia, Keri o encontrou e pediu-lhe mandioca. O veado negou, Keri ficou bravo, segurou o veado pelo pescoço e assoprou na sua cabeça, onde surgiu uma galhada. Keri levou a muda de mandioca, deu de presente as mulheres Bakairi e mostrou-lhes, conforme o veado lhe ensinou, o que deviam fazer para não morrer com o veneno.
Fonte:
http://www.lendorelendogabi.com/
A filha de um poderoso tuxaua (chefe) foi expulsa de sua tribo, por ter engravidado misteriosamente. Foi viver em uma velha cabana distante. Parentes iam levar-lhe comida para seu sustento. E, assim, a índia viveu até dar a luz a uma linda menina, muito branca, que chamou de Mani.
A notícia do nascimento espalhou-se por toda aldeia, fez o grande chefe esquecer os rancores e, cruzar os rios, para ver sua filha. O avô se rendeu aos encantos da criança que se tornou muito amada. No entanto, ao completar 3 anos, Mani morreu de forma misteriosa, sem nunca ter adoecido. A mãe ficou desolada e sepultou a filha de acordo com o costume, no meio da oca. Ao amanhecer, viu uma plantinha brotar da terra que molhara com suas lágrimas. A plantinha começou imediatamente a crescer e furou o teto da oca, onde floriu e deu pequenos frutos.
A tribo acorreu, maravilhada. Ao revolverem a terra, observaram que a planta saía do ouvido de Mani e mostrava raízes grossas e brancas em forma de chifre. “Manihua!" exclamaram os índios. Então, muitos passarinhos vieram, comeram as frutinhas e saíram semeando a maniva (manihua). Os pássaros de goela branca semearam a maniva branca e os de goela amarela, a maniva amarela. A raiz por ser semelhante a um chifre (aca), foi denominada mandioca (manihuaca).
Lenda Tupi
Há muitos anos passados apareceu grávida a filha de um cacique. Querendo punir o autor da infelicidade de sua filha, o cacique usou de todos os meios para saber quem havia sido o autor da desonra de sua filha que, apesar dos castigos recebidos, nunca disse quem lhe havia tirado a virgindade e que também nunca havia mantido relações sexuais com nenhum homem. O pai resolveu, então, matar, sacrificar a filha, quando, num sonho, lhe apareceu um homem branco que lhe disse para não matar a moça, que ela era inocente. Passados os nove meses nasceu uma menina muito bonita e, para surpresa de todos, de cor branca. A menina que recebeu o nome de Mani, morreu após um ano sem haver adoecido nem sofrido nenhuma dor. Mani foi enterrada na sua própria casa e, de sua sepultura, nasceu uma planta que, por ser desconhecida, nunca foi arrancada. Um dia, a sepultura se abriu e, nas suas raízes, brancas como Mani, os indígenas encontraram alimento para matar a fome. Mandioca, na língua tupi, vem de Mani-oca, que significa casa de Mani. (Dicionário de Folclore para Estudantes)
Lenda Apurinã
Saíra, a filha do chefe Cauré, era a mais bela da tribo. Um dia, porém, ela engravidou sem ter sido dada em casamento a nenhum guerreiro. O desgosto de Cauré foi imenso. Chamou a filha e questionou-a sobre o pai da criança. Saíra emudeceu. A decisão de Cauré foi inexorável. Ela seria banida da tribo e viveria confinada em uma oca no centro da mata. Ela deu a luz a uma linda menina de pele alva e olhos azuis. Ao ver a beleza da neta, Cauré caiu de amores pela menina. Regressou para a tribo com a filha Saíra e a neta Mani. No entanto, ao completar 4 anos, a menina morreu de forma misteriosa. Era costume da tribo Ipurinã cremar seus mortos mas, desolado, Cauré quebrou a tradição e enterrou Mani na entrada de sua oca. Passaram-se quatro luas e da terra em que Mani foi enterrada nasceu uma planta que, depois de um certo tempo, desnudou-se das folhas. Cauré julgava que as folhas fossem eternas e ficou triste pois a planta havia morrido. Resolveu arrancá-la e, ao fazê-lo, viu surgir, à guisa de raízes, grandes tubérculos radiculares. Curioso, resolveu mordê-la e, ao mastigá-la, achou-a deliciosa. Desde então a mandioca passou a ser um importante alimento para os índios.
Lenda Pareci
Zatinaré e sua mulher, Kokoterô, tiveram dois filhos: Atiolô e Zokooiê. Atiolô era menina. Por esta razão o pai não lhe dava a menor importância; tratava-a displicentemente e, se ela dizia alguma coisa, respondia-lhe assobiando. A pobrezinha não se lembrava de uma só vez que tivesse obtido dele uma resposta em palavras. Por isso, vivia triste e acabrunhada, pelos cantos da ocara; não sorria, não brincava... Um dia, tomou uma resolução. Foi a sua mãe e pediu-lhe que a enterrasse viva:
"Talvez desse modo, mamãe, eu possa fazer algo de bom por nosso povo."
"Não fales assim!" Replicou a mãe, aterrorizada com a idéia. "Tremo só de pensar..."
Finalmente, após vários dias de insistência, Atiolô conseguiu convencê-la. A mãe tomou a filha e levou-a até um cerrado. Sepultou-a ali. Mas o sol estava muito quente. A menina sentia muito calor. Queria outro lugar. Novamente, tomou-a Kokoterô; desta vez, escolheu o campo, aberto e de capim verde e macio. Enterrou-a. O calor, porém, era ainda maior. Atiolô não quis ficar ali. Enfim, acharam um bom local. Era o bosque, escuro, silencioso, calmo. Lá, a menininha não sofreria; lá poderia descansar sossegada. Atiolô rogou à mãe que se afastasse. Atendendo-a, a mulher foi-se retirando. Contudo, não pode resistir e voltou-se. Do túmulo, saía uma plantinha que ia crescendo vagarosamente. Correu para a sepultura; a plantinha diminuiu.
Desde esse dia, começou a tratá-la. Todas as tardes, regava-a com água fresca. A arvorezinha desenvolveu-se. Passaram-se várias luas. Quando ninguém esperava, um grito irrompeu do solo. A índia tremeu de medo. Agarrou o arbusto pelo caule e arrancou-o. Que surpresa! A raiz era grande e grossa; a casca era morena, da cor da pele das jovens da taba; a polpa era branca e gostosa. Kokoterô colocou-a nas costas e carregou-a para casa. Mostrou-a aos índios. Estavam todos espantados.
"Nunca vimos isso antes!" Diziam uns para os outros. Provaram-na e gostaram. Era a mandioca, um dos melhores alimentos que tem os índios até hoje. Eis porque a mandioca não cresce bem no campo ou no cerrado. Prefere sempre a sombra da floresta.
Lenda Bakairi
O veado foi beber água e o peixe bagadu (pirara), espécie de bagre brasileiro comum nas Amazônia, que estava preso num regato quase seco, pediu-lhe ajuda: "Faz uma corda de embira e puxa-me até o rio." Lá chegando, o peixe convidou o veado para ir até sua casa no fundo do rio, onde lhe serviu mingau (pogü) e beiju.
O veado, que desconhecia aquelas iguarias, ficou encantado e o peixe levou-o até sua roça de mandioca. Quando o veado foi embora, o peixe presenteou-o com mudas de mandioca, para que as plantasse também. Em casa, o veado fez uma roça de mandioca. E, tornou-se o senhor da mandioca, pois só a sua família a consumia. Um dia, Keri o encontrou e pediu-lhe mandioca. O veado negou, Keri ficou bravo, segurou o veado pelo pescoço e assoprou na sua cabeça, onde surgiu uma galhada. Keri levou a muda de mandioca, deu de presente as mulheres Bakairi e mostrou-lhes, conforme o veado lhe ensinou, o que deviam fazer para não morrer com o veneno.
Fonte:
http://www.lendorelendogabi.com/
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