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Dia 17 de abril, às 16h30, no "Espaço Café" do Museu da Língua Portuguesa
A Casa Guilherme de Almeida iniciará, com o volume O teatro ídiche em São Paulo, de Berta Waldman (USP), apresentado por Jacó Guinsburg, a coleção Estudos & Fontes, dedicada a trabalhos nas áreas de cultura, história, literatura, arte, música, poesia e tradução, publicada em parceria com a editora Annablume.
Enquadrada na série "Cultura / História" da coleção, a obra – que, ao tratar da participação de imigrantes em São Paulo, afina-se com um dos focos de interesse de Guilherme de Almeida, a diversidade linguístico-cultural da cidade – baseia-se em entrevistas realizadas com atores do teatro ídiche, e inclui imagens relativas ao tema colhidas no acervo do antigo teatro Taib (Teatro de Arte Israelita Brasileiro), no bairro do Bom Retiro, e no acervo do Arquivo Histórico Judaico Brasileiro.
O lançamento no Museu da Língua Portuguesa contará com uma breve exposição da autora sobre seu trabalho e com uma apresentação de canções tradicionais em ídiche, pela cantora Sonia Goussinsky.
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Idiche = O ídiche (ou iídiche, forma aportuguesada de iidisch) originou-se, ao que tudo indica, nas áreas fronteiriças franco-germânicas, às margens do Reno, por volta do séc. X. Aí, judeus vindos principalmente da Itália e de outros países românicos adotaram o idioma local, ou seja, o alto-alemão em sua passagem do período antigo para o médio. Misturando-se desde logo com elementos do laaz ("língua estrangeira", "não-hebraica"), correlativos judaicos em francês e italiano (1) arcaicos, com a terminologia litúrgica, ritual, comercial e institucional do hebraico-aramaico, isto é, o chamado laschon-kodesch, íd. loschen-koidesch ("língua sagrada"), com palavras hebraico-aramaicas (2) ligadas à atividade diária e eufemismos destinados a ocultar ao não-judeu o significado dos termos, começaram a desenvolver o juedisch-deutsch, isto é, o "judeu-alemão", nome que se alterou para iidisch-taitsch ("ídiche-alemão", sendo que o termo taitsch também veio a significar "interpretação"), de onde derivou o vocábulo iídiche
(1) (O francês e o italiano antigos desempenharam também papel relevante entre os constituintes do ídiche. Seus vestígios persistem em palavras como: alker = alcove; almer = armoire; bentschen = benés; pultzel = pucelle; davenen = divisiner; prisant = présent. E, em nomes próprios, como: Schnoier = Senior; Bunem = Bonhomme; Toltze = Dolce; Ienti = Gentile; Schprintze = Esperanza.)
(2) Hebraísmos como din (julgamento); kascher, íd. koscher ("ritualmente puro" ); iom-tov, íd iontev ("dia de festa"); gan-eden, íd. gan-eiden ("jardim do Éden, paraíso ); Torá, íd. Toire ("Lei", "ensinamento"); bem como aramaísmos, isto é, os dois constituintes lingüísticos semíticos do que é efetivamente a chamada "língua sagrada", figuram certamente entre os primeiros componentes do ídiche
Fontes:
– Colaboração do Instituto Cultural Israelita Brasileiro (São Paulo)
– Jacó Guinsburg. Uma lingua passaporte: o idiche. Revista Espaço Academico. Maringá, PR: Universidade Estadual de Maringá, 2004.
A Casa Guilherme de Almeida iniciará, com o volume O teatro ídiche em São Paulo, de Berta Waldman (USP), apresentado por Jacó Guinsburg, a coleção Estudos & Fontes, dedicada a trabalhos nas áreas de cultura, história, literatura, arte, música, poesia e tradução, publicada em parceria com a editora Annablume.
Enquadrada na série "Cultura / História" da coleção, a obra – que, ao tratar da participação de imigrantes em São Paulo, afina-se com um dos focos de interesse de Guilherme de Almeida, a diversidade linguístico-cultural da cidade – baseia-se em entrevistas realizadas com atores do teatro ídiche, e inclui imagens relativas ao tema colhidas no acervo do antigo teatro Taib (Teatro de Arte Israelita Brasileiro), no bairro do Bom Retiro, e no acervo do Arquivo Histórico Judaico Brasileiro.
O lançamento no Museu da Língua Portuguesa contará com uma breve exposição da autora sobre seu trabalho e com uma apresentação de canções tradicionais em ídiche, pela cantora Sonia Goussinsky.
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Idiche = O ídiche (ou iídiche, forma aportuguesada de iidisch) originou-se, ao que tudo indica, nas áreas fronteiriças franco-germânicas, às margens do Reno, por volta do séc. X. Aí, judeus vindos principalmente da Itália e de outros países românicos adotaram o idioma local, ou seja, o alto-alemão em sua passagem do período antigo para o médio. Misturando-se desde logo com elementos do laaz ("língua estrangeira", "não-hebraica"), correlativos judaicos em francês e italiano (1) arcaicos, com a terminologia litúrgica, ritual, comercial e institucional do hebraico-aramaico, isto é, o chamado laschon-kodesch, íd. loschen-koidesch ("língua sagrada"), com palavras hebraico-aramaicas (2) ligadas à atividade diária e eufemismos destinados a ocultar ao não-judeu o significado dos termos, começaram a desenvolver o juedisch-deutsch, isto é, o "judeu-alemão", nome que se alterou para iidisch-taitsch ("ídiche-alemão", sendo que o termo taitsch também veio a significar "interpretação"), de onde derivou o vocábulo iídiche
(1) (O francês e o italiano antigos desempenharam também papel relevante entre os constituintes do ídiche. Seus vestígios persistem em palavras como: alker = alcove; almer = armoire; bentschen = benés; pultzel = pucelle; davenen = divisiner; prisant = présent. E, em nomes próprios, como: Schnoier = Senior; Bunem = Bonhomme; Toltze = Dolce; Ienti = Gentile; Schprintze = Esperanza.)
(2) Hebraísmos como din (julgamento); kascher, íd. koscher ("ritualmente puro" ); iom-tov, íd iontev ("dia de festa"); gan-eden, íd. gan-eiden ("jardim do Éden, paraíso ); Torá, íd. Toire ("Lei", "ensinamento"); bem como aramaísmos, isto é, os dois constituintes lingüísticos semíticos do que é efetivamente a chamada "língua sagrada", figuram certamente entre os primeiros componentes do ídiche
Fontes:
– Colaboração do Instituto Cultural Israelita Brasileiro (São Paulo)
– Jacó Guinsburg. Uma lingua passaporte: o idiche. Revista Espaço Academico. Maringá, PR: Universidade Estadual de Maringá, 2004.
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