sábado, 15 de setembro de 2018

Carolina Ramos (Quem somos nós?)


Duas linhas paralelas correm rumo ao mesmo objetivo – desvendar a origem do Universo e dos porquês da vida, ou seja, o eterno questionamento que se debate dentro de cada um e não apenas na cabeça dos filósofos: - “quem somos, donde viemos, para que viemos e para aonde iremos”, quando, enfim, virarmos pó?!

Uma, dessas linhas, em traço sinuoso, leva, continuamente a um enovelado de teorias filosóficas e científicas, evolucionistas e sempre bastante complexas! Algumas dessas teorias, aceitando ou corrigindo, dão continuidade às definições que as precederam; ou, abandonam o que foi dito e defendem pontos conflitantes, sem que, no entanto, nenhuma delas, sempre avançando em estudos, chegue, através dos tempos, a uma definição convincente e conclusiva, capaz de satisfazer, inclusive, aos próprios autores.

Esta indefinição, com certeza, há de perdurar por um tempo indefinido, que se estenderá, com certeza, até muito além da vivência de qualquer um de nós.

E, se essa linha científica, Evolucionista -  embora impulsionada por uma gama fantástica de pesquisas conduzidas através de séculos por inteligências das mais privilegiadas - ainda hoje esbarra em mistérios intransponíveis, sem  conseguir chegar a uma conclusão conciliatória, quem sou eu, para aventurar-me a segui-la?!  E, muito menos, a arvorar-me em explicá-la, o que ainda seria mais grave?!

Já a outra linha doutrinária, a Criacionista, apresenta, em contraposição, uma Verdade absolutamente plena: – Deus!

 E, com argumentação definitiva, oferece-me certo repouso ao conciliar-me comigo mesma, embora apresente, também, mistérios a serem  aceitos, sem conflitos por quem, com humildade e sem pretender desvendá-los, sente  que aquela Verdade, colocada ao seu alcance, o satisfaz!

A primeira vertente me atrai como curiosidade. Não sendo, entretanto,  conclusiva,  não me satisfaz plenamente. Esclarece muita coisa, mas... estaca, assim que chega ao principal. Aponta o desconhecido, contudo, não o desvenda. Consequentemente, não oferece o repousante desfecho àquela curiosidade que impulsiona o leitor até a derradeira página  de um alentado livro.

Já a linha oposta, a Criacionista,  responde aos meus porquês e me oferece objetivos. Ao dar sentido à vida, tranquiliza-me  e me ajuda a viver, sem maiores questionamentos.  E, acima de tudo, ao valorizar o rumo dos meus passos, abre um caminho à minha frente! Caminho capaz de me conduzir a algo que me determino a alcançar, desde que me fiz gente.

Portanto, continuo a ler, passivamente, e com muita satisfação, o que me vem às mãos, com o mesmo diletantismo ávido de quem quer saber algo mais sobre esse apaixonante e contestado assunto, mas, também, com a certeza de que, virada a última página, nada terá alterado as convicções de quem crê porque quer crer, convicta de que, se a Ciência tem limitações...  a Fé jamais as  tem!

Fonte:
Texto enviado pela autora

Nenhum comentário: