segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Gabriela Pais (Amanhã)

Pintura de Fátima Marques (São Paulo/SP)

Amanhã será outro dia fluente,
mais um dia a pensar no futuro
que se vislumbra rio poluente,
na esperança de melhor auguro.

Poderá vir a ser um amanhã triste
com nuvens dispersas acinzentadas,
contudo o bem confiante resiste,
em águas límpidas dinamizadas.

Através das letras, dizer em verso,
que a paz é uma camena luminosa,
é amor que vem dimanar o universo.

Brotem flores na primavera ditosa
e as mentes pra quem o bem é reverso,
a alma esperte e amanheça virtuosa.


Amanhã! Um dia em que o sol nasce e nos traz novas probabilidades. É sempre esperada como se fosse o início de um novo caminho, em que surgem flores nas suas margens, dando vigor a cada mente, para que cada jornada seja repleta de êxito. Uma caixa de oportunidades e a esperança acrescida que alguma realidade ocorra na vida e que seja de melhor atributo para a geração futura, cada escolha abre um novo percurso humano, que às vezes se torna difícil, mas jamais se deve perder o alento, da dádiva do amanhã. 

O amanhã pode ser visto por vários prismas, onde os interesses extrapolam a razão. Viver nas cidades, onde por vezes falta a preocupação moral e nas aldeias e vilas aonde ainda se respira um pouco de amor e respeito. Tudo é um cesto carregado de emoções, em que cada ser necessita um pouco de amor e compreensão para poderem vislumbrar que os espera um amanhã auspicioso.

Nas cidades, em que a existência de lugares onde se erguem barracas sem condições de vivência, bairros onde também se levantam prédios em cimento armado que crescem hirtos e dormentes, estes resultado do progresso que brota por vezes sem qualquer conexão, transformam-se em sítios vazios, solitários e amorfos. 

Civilizações com um padrão de convivência citadina diferenciada devido a várias características, tais como religiosas e culturais entre outras, onde os interesses econômicos, a ganância, a inveja, a malvadez e outros vícios, onde impera a falta de emprego, de interesses, abandono escolar e familiar, fomentam a perversão. Quem dera que surgissem com céu aberto raiado de sol, uma paz áurea para as famílias, poderem ser detentoras de uma existência condigna e assim fruírem de dias mais resplandecentes.

Quem dera que o amanhã despertasse risonho na esperança de que os poderosos, os mandantes, possuíssem liberdade de estro, para se inspirarem e lutarem por um mundo de paz, onde progredisse a dignidade, onde houvesse nobreza de espírito, ética, honra, hoje em dia valores morais tão esquecidos. Que vivessem e pensassem no amanhã...Pois estão a perder o sentido do que será a vida futura de filhos e netos. Poderão, não ter um risonho amanhã!

Quem dera que cada amanhã fosse uma cascata de água límpida vinda da serra. Ouvir o murmurar nascido do lavar das pedras onde o líquido mergulha. Uma acalmia, um cantar em balada das folhas, das flores das árvores e dos arbustos, acompanhadas pelo trinado da passarada. 

Terra onde se conheçam as gentes, se cumprimentem dando a salvação quando se encontram, onde ainda existe a entre- ajuda, a compreensão, o respeito e dignidade.

Terra é mãe natureza, deusa da criação, tudo nos dá e vinga a sua destruição. Não a maltratem, não a queimem, não a decepem. O nosso amanhã nascerá todos os dias, distribuindo amor, cultivando o bem, respeitando o alvorecer do amanhã.

Sempre haverá um amanhã, se acordarmos. Bom... Mau, depende muito das circunstância da vida e da maneira como encaramos os desafios a que somos sujeitos.

Não se quer um paraíso, mas um lugar onde impere o respeito por tudo quanto é vivo, um lugar aprazível, sem receios, apenas pensar e sentir que existe um amanhã!

Fonte:
Gabriela Pais (Portugal)

Nenhum comentário: