Trova de Curvelo/MG
NEWTON VIEIRA
Agora vivemos sós...
e dói, de modo incomum,
saber que o abismo entre nós
não teve motivo algum!
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Poema de Telêmaco Borba/PR
CARMEM ANDREA SOEK PLIESSNIG
Esteja com Deus
Noite companheira da mente
Acompanha meus momentos
Alegres, tristes, pensativa…
Quero transformar tudo em paz
Meu pensamento é feito mantra
Da positividade, da luz
Componho em nome do amor
Acima de tudo: amor divino
Declaro desta forma a Deus
Ele sempre está comigo
E quando fico em silêncio
Compreenda! Não é desprezo!
É meu coração conversando
Com Deus, meus anjos guardiões
E se por ventura, compreender
Saberá realmente quem sou
Um serzinho que ama a ternura
Busca harmonia na natureza
Amo suspirar a presença divina
Que me proporciona tudo de bom
Aaaah! Grito em meu silêncio
É fácil ser dócil, amável, respeitar
É fácil ser do bem, fazer o bem
Sempre haverá vantagens
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Trova de Curitiba/PR
ORLANDO KRUMAN WOCZIKOSKY
1927 – 2019
Saudade é luz matutina
no crepúsculo da gente.
Sol que o passado ilumina
quando escurece o presente.
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Soneto sobre Filmes, de Sete Lagoas/MG
FERNANDO ANTÔNIO BELINO
Dio, come ti amo
"Não tenho idade para amar-te agora,
mas, se quiseres esperar, um dia,
terás, em plenitude, essa alegria,
quando surgir do nosso amor a aurora."
"De amar desencontrado, a gente chora!"
"Meu Deus, como te amo! Que agonia!"
Quem vai deter a nuvem fugidia
Ou impedir o rio de ir embora?"
Dois jovens, para o amor, predestinados!
Inúteis velhos medos e cuidados,
Ninguém o seu destino irá mudar."
Da Espanha para o mar napolitano,
O amor desfez as sombras de um engano.
E, enfim, puderam plenamente amar!
Filme: Dio, come ti amo! 1966
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Trova Premiada em Barra do Piraí/RJ, 2000
MÁRIO MARINHO
São João de Meriti/RJ
O luar canta e seduz,
carinhoso em seus desvelos,
numa seresta de luz
derramada em seus cabelos..
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Poema de Portugal
MIGUEL TORGA
São Martinho de Anta, 1907 – 1995, Lisboa
Conquista
Livre não sou, que nem a própria vida
Me o consente.
Mas a minha aguerrida
Teimosia
É quebrar dia a dia
Um grilhão da corrente.
Livre não sou, mas quero a liberdade.
Trago-a dentro de mim como um destino.
E vão lá desdizer o sonho do menino
Que se afogou e flutua
Entre nenúfares de serenidade
Depois de ter a lua!
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Trova Popular
Ninguém se julgue feliz
por ter tudo em bom estado,
pois vem a tirana sorte,
faz dum feliz… desgraçado.
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Soneto sobre Filmes, de Fortaleza/CE
ELVIRA DRUMMOND
Vida harmoniosa…
Quem toca ou canta a escala musical,
prevê melodiar a própria vida…
Ao preparar um simples recital,
retira d’alma a fibra colorida.
A comunhão de vozes num coral,
fraternalmente, tece e consolida
a trama de caráter divinal,
dispondo os elementos na medida.
Família que cultiva, a cada dia,
acordes qual acordos de doçura,
na vida e na canção traz harmonia…
Vestir de encanto a voz da partitura
promove um tal efeito de magia,
que sinto o Criador na criatura…
(Dialogando com o filme “A noviça Rebelde”, de 1965).
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Trova de Nova Friburgo/RJ
OCTÁVIO VENTURELLI
Rio de Janeiro/RJ, 1937 – 2019
Em nosso adeus, quando eu disse:
"não há dor que não se abrande",
nem pensava que existisse
uma saudade tão grande...
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Poema de Vila Velha/ES
APARECIDO RAIMUNDO DE SOUZA
Em teu louvor
Quando o tempo passar
Quando passar o tempo,
Hei de guardar
no esquecimento
minhas aventuras em teu louvor...
...para ter-te só, amor,
com dulçor,
no pensamento...
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Trova Humorística de São Paulo/SP
THEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA
- Talvez o ciúme a incomode
mas, seu marido eu cobiço...
como ele é bom no pagode!!!
- Meu bem, ele é bom... só nisso!
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Soneto sobre Filmes, de Porto Velho/RO
JERSON BRITO
Honra para sonhar
O sonho, mesmo estando lacerado
no dente sanguinário do opressor,
resiste quando serve ao destemor
do coração que escuta um rouco brado.
Perante a rispidez, no desagrado,
a força colossal do sonhador
supera a queda imposta enquanto for
senhora do caminho planejado.
Alento, a pertinácia capacita
e torna refulgente a história escrita,
capaz de desfazer qualquer barreira.
Na direção do anelo, todo passo
merece festa e o choro, mais escasso,
ressurge na vitória derradeira.
Filme: Homens de Honra
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Trova de São Luís/MA
OTONIEL BELEZA
Silêncio, prova eloquente
de desdém, de desamor.
Quem ama faz-se presente
numa carta, numa flor...
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Poema de Dornes/ Ferreira do Zêzere/ Portugal
JOSÉ DA SILVA GARCEZ
É nos teus lábios
É nos teus lábios
que começa o verão!
Esse sol abrasador
que me queima o corpo.
Suavemente, abandono-me
nas tuas águas.
Mergulho. Acalmo o corpo.
Descanso nas areias ainda mornas.
Espero outro verão!
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Trova Catarinense
OSMAR SILVA
São José/SC (1911 – 1975) Florianópolis/SC
Se, no mar, vidas perecem,
ante fúrias desumanas,
muito mais vidas fenecem
no mar das paixões humanas.
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Soneto sobre Filmes, de Bandeirantes/PR
LUCÍLIA ALZIRA TRINDADE DECARLI
Importa viver
Dos filhos, o anteparo e, até, o suporte,
missão dos pais em parte da jornada.
Se os desafios forem de alto porte,
intentam suavizar-lhes tal largada…
Mas, de repente, ronda pela estrada,
assaz perigo… A vida exposta à sorte!…
Suposta culpa em mente conturbada:
– aquele jovem viu, de perto, a morte.
Se um anjo bom soprar-lhe ao pé do ouvido,
declinará da ideia negativa
e, ao existir, dará cabal sentido.
Na doação, a incrível descoberta…
Sair de si e, em nova alternativa:
– “Fazer alguém feliz!” – a escolha certa.
Filme: Nos vemos em Vênus
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Trova Premiada em Barra do Piraí/RJ, 2000
MARIA NASCIMENTO SANTOS CARVALHO
Rio de Janeiro/RJ
Passas fazendo seresta,
mal a noite se insinua...
E vais transformando em festa
toda a tristeza da rua...
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Poema de Lisboa/Portugal
JUDITE DE CARVALHO
1921 – 1998
As portas que batem
As portas que batem
nas casas que esperam.
Os olhos que passam
sem verem quem está.
O talvez um dia
Aos que desesperam.
O seguir em frente.
O não se me dá.
O fechar os olhos
a quem nos olhou.
O não querer ouvir
quem nos quer dizer.
O não reparar
que nada ficou.
Seguir sempre em frente
E nem perceber.
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Trova de Maringá/PR
A. A. DE ASSIS
Criança que muito apronta
exige rigor dos pais:
– Água mole não dá conta,
se a pedra é dura demais!
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Soneto de Caicó/RN
PROFESSOR GARCIA
Matizes da aurora
Brindo e abraço, na aurora, outra alvorada,
todo dia, da porta do meu quarto,
no silêncio da velha madrugada,
ouço o choro da luz de um novo parto!
Esse raio de luz que eu não descarto,
no meu teto, depressa, faz morada...
Abro portas, janelas, não me farto,
não me canso do olhar da luz dourada!
E essa luz, em silêncio, a caminhar,
traz o brilho da aurora, em seu olhar,
apagando, da noite, a treva ardente...
E entre cantos, sussurro e mil respingos,
põe, nas luzes do orvalho e em ternos pingos,
os matizes da luz do Sol nascente!
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Trova da Princesa dos Trovadores
CAROLINA RAMOS
Santos/SP
Se amigo é o que escuta a queixa,
seca o pranto e ajuda a rir,
mais amigo é o que não deixa
sequer o pranto cair!
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Hino de Porto Velho/ Rondônia
No Eldorado uma estrela brilha
Em meio à natureza, imortal:
Porto Velho, cidade e município,
Orgulho da Amazônia ocidental,
São os seus raios estradas perenes
Onde transitam em várias direções
O progresso do solo de Rondônia
E o alento de outras regiões.
Nascente ao calor das oficinas
Do parque da Madeira-Mamoré
Pela forja dos bravos pioneiros,
Imbuídos de coragem e de fé.
És a cabeça do estado vibrante:
És o instrumento que energia gera
Para a faina dos novos operários,
Os arquitetos de uma nova era.
No Eldorado uma gema brilha
Em meio à natureza imortal:
Porto Velho, cidade município,
Orgulho da Amazônia ocidental.
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Trova de Pelotas/RS
OLGA MARIA DIAS FERREIRA
Belos gestos de inocência,
bênçãos de amor despertaram,
e, nos trilhos da existência,
só saudade carregaram..
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Poema de Portugal
MANUEL LARANJEIRA
Mozelos/ Santa Maria da Feira, 1877 – 1912, Freguesia de Espinho
Na rua
Ninguém por certo adivinha como
essa Desconhecida,
entre estes braços prendida,
jurava ser toda minha…
Minha sempre! — E em voz baixinha:
— «Tua ainda além da vida!…»
Hoje fita-me, esquecida
do grande amor que me tinha.
Juramos ser imortal
esse amor estranho e louco…
E o grande amor, afinal,
(Com que desprezo me lembro!)
foi morrendo pouco a pouco,
— como uma tarde em setembro…
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Trova de Niterói/RJ
OLGA TENÓRIO RAMOS
Fantasia colorida,
ilusão de primavera,
levou tudo o que era vida,
só deixou o que não era.
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Fábula em Versos de Belém/PA
ANTÔNIO JURACI SIQUEIRA
Fábula
Num grande tonel de vinho
um rato um dia caiu
e, por não saber nadar,
vinho à beça ele engoliu.
Gritou pedindo socorro:
– Me acudam senão eu morro!
De pronto um gato acudiu.
O ratinho ao ver o gato
falou: – Não posso escolher;
me tira logo daqui,
depois podes me comer.
Prefiro ser agarrado
por ti e ser devorado
do que afogado morrer.
O gato, mais que depressa
do vinho o rato tirou
e este, assim que pôs-se a salvo,
para o gato nem olhou
e sem dar touca ou bandeira,
deu uma incrível carreira
e dentro da toca entrou.
O gato gritou, possesso,
ao ver o rato correr:
– Eu só te salvei do vinho
depois de te ouvir fazer
uma proposta decente
que se salvo, calmamente
deixarias eu te comer.
Grita o rato do buraco
com a maior cara-de-pau:
– Eu só podia estar bêbado
pra fazer proposta tal.
E o gato, desconsolado,
por ser otário ao quadrado,
acabou se dando mal.
Que a história sirva de exemplo
a quem vive dando bola
à qualquer papo-furado,
pois, se é muito grande a esmola,
desconfie e ouça o que digo:
se a proposta é de inimigo,
aí mesmo é que não cola!