sábado, 1 de março de 2008

Folclore (Elfos no Folclore da Escandinávia)

Dança dos Elfos
<=
No folclore Escandinavo, que é uma mistura tardia de mitologia Nórdica e elemento da mitologia Cristã, um elfo é chamado de elver em Dinamarquês, alv em Norueguês, e alv ou älva em Sueco (o primeiro é masculino, o segundo feminino). Os termos em Norueguês raramente aparecem no folclore genuíno, e quando o fazem sempre são usados como sinônimos de huldrefolk ou vetter, uma categoria de seres que moram na terra geralmente mais parecidos com os anões Nórdicos do que com os elfos, o que é comparável com o huldufólk (povo escondido) Islandês.

Na Dinamarca e Suécia os elfos aparecem como seres distintos dos vetter, mas mesmo assim o limite entre eles é difuso. As fadas com asas de inseto do folclore das Ilhas Britânicas são freqüentemente chamadas älvor em Sueco moderno ou alfer em Dinamarquês. De forma similar, o alf encontrado no conto de fadas The Elf of the Rose ("O Elfo da Rosa") do escritor Dinamarquês H. C. Andersen é tão pequeno que pode ter uma rosa como casa, e tem "asas que vão dos seus ombros até seus pés". Além disso, Andersen também escreveu sobre elvere em The Elfin Hill ("A Colina dos Elfos"). Os elfos nesta história são mais como os tradicionais do folclore Dinamarquês: lindos seres do sexo feminino, vivendo em colinas e rochas, capazes de matar um homem com sua dança. Como a huldra na Noruega e Suécia, são ocos quando vistos de trás.

Os elfos da mitologia Nórdica sobreviveram no folclore principalmente como seres do sexo feminino, vivendo em colinas e montes de pedra (compare com o relato de Galadriel sobre o que aconteceria aos Elfos que permanecessem na Terra-média). Os Suecos älvor (singular älva) eram garotas extremamente belas que viviam na floresta com um rei élfico. Elas tinham vida longa e coração leve, na natureza. Os elfos são tipicamente representados como tendo cabelos claros, vestimentas brancas e (como a maioria das criaturas no folclore Escandinavo) malévolos quando ofendidos. Nas histórias eles freqüentemente assumem o papel de espíritos de doença. O mais comum, embora também os casos mais inofensivos, eram as várias irritações de pele, que eram chamadas de älvablåst (sopro élfico) e poderia ser curado com um forte contra-sopro (um par de foles era o mais útil para este propósito). Skålgropar, um tipo especial de petroglifo encontrado na Escandinávia, era conhecido em temos antigos como älvkvarnar (pedras de moinho élficas), indicando seu uso presumido. Podia-se aplacar os elfos lhes oferencendo comida (preferencialmente manteiga) colocada em uma pedra de moinho élfica - talvez um costume com raízes no antigo hábito Nórdico do álfablót.

Para se proteger contra os elfos maldosos, os Escandinavos podiam utilizar a então chamada cruz Élfica (Alfkors, Älvkors ou Ellakors), a qual era esculpida em construções e outros objetos. Ela existia em dois formatos, uma como um pentagrama e freqüentemente usada até o início do século 20 na Suécia, pintada ou esculpida em portas, muros e utensílios domésticos de forma a protegê-los contra os elfos. Como o nome sugere, os elfos eram percebidos como um perigo em potencial contra as pessoas e utensílios. A segunda forma era de uma cruz normal esculpida em um prato de prata redondo ou oblongo. Este segundo tipo de cruz élfica era usado como pingente em um colar e para ter magia suficiente tinha que ser forjado durante três anoiteceres com prata de nove fontes diferentes de prata herdada. Em alguns locais ele também deveria ficar sobre o altar de uma igreja durante três domingos consecutivos.

Os elfos poderiam ser vistos dançando sobre gramados, particularmente à noite e no sereno da manhã. Eles deixavam um tipo de círculo onde haviam dançado, o qual era chamado älvdanser (danças dos elfos) ou älvringar (círculos dos elfos), e urinar em um deles pensava-se que fosse fonte de doenças venéreas. Tipicamente, círculos élficos eram círculos das fadas consistindo de um anel de pequenos cogumelos, mas havia também outro tipo de círculo élfico:

Na margem dos lagos, onde a floresta se encontrava com o lago, você poderia encontrar círculos élficos. Eles eram locais circulares onde a grama havia sido amassada como um piso. Elfos haviam dançado lá. No Lago Tisaren, eu vi um desses. Podia ser perigoso e alguém poderia ficar doente se pisasse em tal lugar ou destruísse qualquer coisa lá.

Se um humano observasse a dança dos elfos, descobriria que mesmo pensando terem se passado poucas horas, muitos anos teriam se passado no mundo real (este fenômeno é recontado em O Senhor dos Anéis de Tolkien quando a Sociedade do Anel descobre que o tempo parece correr mais lentamente na élfica Lothlórien. Também tem um paralelo remoto com a sídhe Irlandesa). Em uma música do final da Idade Média sobre Olaf Liljekrans, a rainha élfica convida-o para dançar. Ele recusa, pois sabia o que aconteceria se unisse á dança e ele estava a caminho do próprio casamento. A rainha oferece presentes, mas ele recusa. Ela ameaça matá-lo se ele não se juntasse à dança, mas ele foge cavalgando e morre com a doença que ela lançou sobre ele, e sua jovem noiva morre de coração partido.

Contudo, os elfos não eram exclusivamente jovens e belos. No conto folclórico Sueco "Little Rosa and Long Leda" ("Pequena Rosa e Grande Leda"), uma mulher élfica (älvakvinna) chega no final e salva a heroína, Little Rose ("Pequena Rosa"), com a condição de que o gado do rei não mais pastasse em sua colina. Ela é descrita como uma mulher velha e por seu aspecto as pessoas viram que ela pertencia aos subterrâneos.

Estes mitos e lendas sobre os elfos são tão populares entre os Escandinavos e bem visíveis no dia-a-dia. É dito que até hoje muitos Escandinavos continuam a acreditar na existência do "povo escondido", e freqüentemente mudam de caminho para garantir que não perturbem estas criaturas. Por exemplo, logo fora de Reykjavik, Islândia, uma partida de futebol que estava sendo disputada foi interrompida quando uma bola mal chutada rolou para o mato e parou perto de um sinal que marcava o lar de três elfos, que se acreditava morarem perto das pedras onde a bola parou. Ao invés de recuperar a bola, os jogadores optaram por deixá-la por lá, para não incomodar os elfos.

Fonte:
Fabio Bettega . 28 de fevereiro de 2008
http://www.valinor.com.br/

Nenhum comentário: