domingo, 6 de abril de 2008

Erskine Caldwell (Rio Quente)

O cocheiro parou próximo da ponte suspensa e apontou-me a casa que ficava do outro lado do rio. Três quilômetros de distância da estação até ali... Paguei-lhe a importância do frete e saí do carro. O homem partiu deixando-me só com a noite escura. As luzes do vale brilhavam como as estrelas, e o rio, largo e verde, e quente, corria a meus pés. Na escuridão da noite, à minha volta, as montanhas, erguiam-se como nuvens negras; só pregando os olhos no céu me era possível ver uns restos do brilho quase apagado do pôr do sol.

A cada passo que dava a ponte rangia e o ímpeto do seu balouçar depressa excedeu o do meu andamento. Com aquele oscilar de pêndulo a descrever arcos de grande amplitude sobre o rio, para me manter em equilíbrio, era preciso andar depressa, cada vez mais depressa. Quando, finalmente, avistei na outra margem o ponto onde a montanha descia abruptamente e mergulhava na água tépida do rio, segurei com mais firmeza o saco e deitei a correr com quanta força tinha.

Então, e mesmo depois de pisado o carreiro de cascalho, confesso que tive medo. Sei que se fosse dia poderia atravessar a ponte sem qualquer espécie de receio; mas à noite, numa região desconhecida, com montanhas sombrias fechando-se à minha volta e um rio largo e verde correndo a meus pés, não conseguia evitar que as mãos me tremessem e o coração me batesse com mais força no peito.

Encontrei a casa com facilidade e ri de mim próprio por ter fugido do rio. Era a primeira casa com que se dava depois de deixar a ponte e mesmo que não a tivesse reconhecido Gretchen ter-me-ia chamado. Lá estava nos degraus da porta à minha espera. Ao ouvir a sua voz tão familiar chamar pelo meu nome envergonhei-me pelo medo que tive das montanhas altas e do rio que deslizava lá ao fundo.

Gretchen desceu o carreiro e veio ao meu encontro.

- A ponte meteu-te medo, Ricardo? - perguntou, emocionada, segurando-me o braço com as duas mãos e guiando-me pela vereda na direção da casa.

- Acho que sim, Gretchen; mas suponho que dominei o seu balanço, correndo.

- Toda a gente procede assim a princípio mas, depois de tê-la atravessado uma vez, é como se andássemos sobre uma corda esticada. Quando era pequena costumava andar sobre cordas tensas... E tu, Ricardo, não andaste também?
Tínhamos uma corda esticada dum lado ao outro do celeiro, para praticar.

- Também eu o fiz; mas foi há tanto tempo... Agora não sou capaz...

Chegamos e subimos os degraus que davam para a entrada da casa. Gretchen guiou-me até à porta. Do interior da casa alguém se aproximava do átrio; o candeeiro que trazia na mão iluminou a entrada da casa. Então vi as duas irmãs de Gretchen, de pé, junto da porta.

- Esta é a minha irmãzinha Ana - disse Gretchen. - E esta é a Marta.

Mesmo ali, quase às escuras, lhes dirigi algumas palavras; depois entramos no átrio. O pai de Gretchen que, junto de uma mesa, segurava o candeeiro desviou-o um pouco para o lado para melhor me ver a cara. Não o conhecia.

- O meu pai - apresentou Gretchen. - Ele receava que, com este escuro, não fosses capaz de dar com a casa.

- Quis ir lá abaixo, à ponte, esperá-lo com uma luz mas Gretchen disse-me que chegaria cá sem dificuldade. Perdeu-se? Não me custaria nada levar-lhe uma lanterna.

Apertei-lhe a mão e contei-lhe da facilidade com que tinha encontrado a casa.

- O cocheiro do carro que me trouxe apontou-ma do outro lado do rio, e nunca mais desviei os olhos da luz. Se a tivesse perdido de vista andaria a estas horas por aí às escuras, aos tropeções, sujeito a cair à água.

O homem riu-se de mim por causa de ter medo do rio.

- Não seria grande o mal. O rio é quente. Até no Inverno, quando gela, quando cai neve, o rio está tão morno como um quarto confortável. Aqui todos gostamos daquela água.

- Não, Ricardo, não terias caído - disse Gretchen juntando a sua mão à minha. - Vi-te na altura em que desceste do carro, e se tivesses dado um passo fora do caminho teria corrido imediatamente para junto de ti.

Quis agradecer-lhe estas palavras mas ela já subia as escadas que davam para o andar de cima, e chamava-me. Segui-a, levando o saco à minha frente. Ao fundo do átrio do andar de cima, em cima de uma mesa, havia um candeeiro com quebra-luz. Estava aceso, mas a luz era fraca. Gretchen levou-o e entrou num dos quartos que ficavam em frente. Estivemos, por momentos a olhar um para o outro, em silêncio.

- A bilha tem água fresca, Ricardo. Se precisares mais alguma coisa faze o favor de me chamar. Não sei se o consegui, mas procurei não esquecer nada.

- Não te incomodes, Gretchen. Que mais podia desejar? Basta-me estar contigo, nada mais me interessa.

Olhou-me mas depressa pôs os olhos no chão. Durante alguns minutos nem um nem o outro encontramos que dizer e ficamos calados. Quis mostrar-lhe a minha alegria por me encontrar junto dela, embora fosse apenas por uma noite; depois pensei que podia falar nisso mais tarde. Gretchen sabia a razão porque eu tinha vindo.

- Fica aqui o candeeiro, Ricardo, e espero lá em baixo, à entrada, por ti. Vem logo que estejas pronto.
Deixou-me antes que fosse possível oferecer-me para lhe levar a luz à escada e iluminar-lhe o caminho. Quando peguei no candeeiro, já ela tinha desaparecido.

Voltei para o quarto, fechei a porta, lavei o rosto e as mãos e livrei-me da poeira do comboio, esfregando-me com uma escova e sabão. No toalheiro havia algumas toalhas bordadas à mão. Peguei numa e enxuguei as mãos e a cara.
A seguir penteei-me e tirei do saco de viagem um lenço lavado. Por fim abri a porta e desci a escada para ir ao encontro de Gretchen.

O pai estava com ela à porta. Quando me aproximei levantou-se e ofereceu-me uma cadeira que estava entre ambos. Gretchen puxou a sua mais para o pé da minha, tocando-me no braço com a mão.

- É a primeira vez que vem aqui, aos montes, Ricardo? - perguntou o pai voltando-se para mim.

- Sim, senhor, nunca estive a menos de cem quilômetros deste sítio. Acho a região diferente daquelas que conheço mas estou convencido de que o senhor pensaria o mesmo a respeito da costa. Não é verdade?

- Oh, mas o pai viveu em Norfolk - disse Gretchen. - Não viveu, pai?

- Sim, vivi lá perto de três anos.

Pareceu-nos que queria dizer mais alguma coisa e ambos esperamos que continuasse.

- O pai é chefe de mecânicos - disse-me Gretchen em voz baixa. - Trabalha nas oficinas do caminho de ferro.

- Sim - afirmou ele, seguidamente. - Tenho vivido em muitos lugares, mas é aqui que desejo ficar.

O meu primeiro desejo foi o de perguntar-lhe porque motivo preferia as montanhas às outras regiões, mas de súbito reparei que tanto ele como Gretchen se tinham fechado num silêncio opressivo. Sentado entre ambos, pus-me a cismar no caso.

Pouco depois voltou a falar mas não o fazia nem para mim, nem para Gretchen; falava para qualquer outra pessoa que estivesse junto da entrada da porta, uma quarta pessoa que, no escuro da noite, eu não podia ver. Esperei atento e cheio de emoção, que continuasse.

Gretchen aproximou a sua cadeira da minha algumas polegadas, e fê-lo com leveza, sem fazer barulho. O bafo quente do rio subia no espaço e vinha até nós cobrindo-nos, na noite frígida, como se tratasse dum cobertor.
- Quando Gretchen e as outras duas irmãs perderam a mãe - disse ele, falando muito baixo, curvando-se sobre os joelhos e olhando as águas verdes do rio - quando perdemos a mãe dela, voltei para as montanhas. Não me foi possível continuar em Norfolk e Baltimore tornara-se insuportável. Este era o único lugar da terra onde podia encontrar a paz. Gretchen lembra-se, certamente, da mãe mas nenhum de vocês é capaz de compreender o que se passa comigo. A mãe, tal como eu, tinha nascido aqui nas montanhas e aqui estivemos durante quase vinte anos.

Depois de ela ter partido mudei de casa; acreditava estupidamente que podia esquecer. Mas enganei-me. Enganei-me certamente. Um homem não pode esquecer a mãe de seus filhos ainda que saiba que nunca mais voltará a vê-la.
Gretchen chegou-se mais para mim; fiquei preso, não podia desviar os olhos do seu perfil que, a meu lado, se emoldurava no escuro. Do rio, nem sequer um murmúrio chegava até nós; só o seu bafo quente me bastava para pensar que ele corria quase a nossos pés.

O pai inclinou-se na cadeira até os braços lhe pousarem sobre os joelhos e olhava para o outro lado do rio, para o cimo da montanha, como se esperasse que aí aparecesse alguém. Os olhos estavam fixos num ponto e o feixe de luz que se coava através da porta enchia-os dum brilho estranho. E brilhavam também, como fragmentos de estrelas, as lágrimas que lhe rolavam pela cara abaixo e que, antes de se desfazerem, lhe escaldavam as mãos tremulas e expressivas.

A seguir, sempre em silêncio, ergueu-se e entrou em casa. Parou à porta por momentos e a sua sombra enorme caiu sobre Gretchen e sobre mim. Continuou a andar. Voltei-me e olhei na direção em que ele seguia e embora a sua imagem se fosse esbatendo o que é certo é que não conseguia fitá-la.

Gretchen inclinava-se mais para mim. Apertava nervosamente a minha mão e esfregou o rosto no meu ombro, como se procurasse limpar qualquer coisa. Os passos do pai foram-se apagando, até que, por fim, deixamos de ouvi-los.
Lá em baixo, ao longo da margem do rio, um comboio correu pelo vale fora, esfarpando com silvos o silêncio da noite. As suas luzes, através das janelas, faiscaram por momentos no escuro, dançando no rio verde como luzes polares; e um eco nostálgico rolou contra as altas encostas da montanha.

Gretchen apertou, com força, a minha mão nas suas, tremendo até às pontas dos dedos.

- Ricardo, porque vieste ver-me?

A sua voz misturava-se com o ruído do apito metálico do comboio, que parecia perder-se na distância.

Esperava ver os seus olhos cravados no meu rosto, mas, quando me voltei para ela, vi que olhava para o fundo do vale, como se quisesse revolver as águas quentes do rio. Sabia a razão da minha visita e queria ouvi-la da minha boca.

Agora, nem eu próprio sabia, porque viera vê-la. Tinha gostado de Gretchen e tinha-a desejado mais do que a nenhuma outra rapariga das que conheci mas, depois de ouvir o pai falar de amor, não podia afirmar que a amava. Sim, lamentava ter vindo, depois de ouvi-lo falar da mãe de Gretchen como falou. Sabia que Gretchen se empolgaria, por que me tinha amor; eu é que nada tinha para lhe dar em troca. Era bela, sim, era muito bela e eu tinha-a desejado. Mas isso estava esquecido. Agora me restava a certeza de que nunca mais voltaria a pensar nela da mesma forma e com as mesmas razões.

- Diz-me porque vieste, Ricardo.

- Por quê?

- Sim, Ricardo, por quê?

Fecharam-se-me os olhos e o que senti foi a lembrança das luzes cintilando e correndo, lá em baixo, no vale, a tepidez das águas do rio deslizando e as carícias dos dedos de Gretchen ao tocarem-me no braço.

- Ricardo, diz-me porque vieste.

- Nem eu sei porque vim, Gretchen

- Se me quisesses como eu te quero, Ricardo, saberias.

A sua mão tremia na minha. Amava-me, sabia que me amava. Nem uma dúvida no meu espírito, desde o princípio... Gretchen gostava de mim.

- Parece-me que não devia ter vindo. Enganei-me Gretchen. Sim, não devia ter vindo.

- Mas ficas só esta noite, Ricardo. Vais-te embora amanhã de manhã. Não tens pena de ter vindo por tão pouco tempo? Não tens pena, Ricardo?

- Não lamento estar aqui, mas não devia ter vindo. Não sabia o que fazia. Agora sei que não devia ter vindo. Só as pessoas que se amam mutuamente...

- Mas tu amas-me, embora pouco, não é assim Ricardo? Não era possível quereres-me tanto como eu te quero. Mas não podes dizer que me queres, mesmo que pouco seja? Assim sentir-me-ei mais feliz quando te fores embora.

- Não sei - respondi a tremer.

- Ricardo, por favor...

Prendi-a firmemente, enleadas as suas mãos nas minhas; de súbito senti-me invadido por qualquer coisa que não sei explicar, qualquer coisa que me sacudiu. Era como se as palavras que ouvira ao pai se fossem tornando claras, cada vez mais claras, e fizessem luz no meu espírito. Até então não podia acreditar que existisse um amor como o de que ele falara. Sempre julguei que os homens nunca amavam as mulheres da mesma forma que uma mulher ama um homem; agora, porém, verificava que não podia haver diferença.

Permanecemos silenciosos, de mãos dadas, durante algum tempo. Passava muito da meia-noite, pois as luzes do vale começavam a apagar-se.

Gretchen junto de mim procurava ler-me no rosto os pensamentos e pousava a cabeça no meu ombro. Era tanto minha como é possível uma mulher pertencer a um homem mas, nesta altura, tinha a certeza que nada me levaria a tirar partido do seu amor e a abandoná-la, sabendo que não gostava dela como Gretchen gostava de mim. Não, não acreditava em tal quando cheguei. Percorrera a enorme distância que nos separava, unicamente para tê-la nos braços durante algumas horas, e depois esquecê-la para sempre.

Quando achamos que eram horas de recolher, levantei-me e ergui-a nos braços. Gretchen tremia quando lhe toquei. Prendeu-se a mim com a mesma violência com que a prendi e senti no bater do seu coração, pancada por pancada, a paixão que lhe transbordava do peito.

- Ricardo, beija-me antes de te ires embora.

Correu para a porta, mantendo-a aberta para que eu entrasse. Pegou no candeeiro que estava sobre a mesa, subiu as escadas que davam para o andar de cima, adiante de mim.

Á porta do meu quarto esperou que eu acendesse o seu candeeiro e a seguir entregou-me o meu.

- Boa noite, Gretchen.

- Boa noite, Ricardo.

Baixei-lhe a torcida do candeeiro para evitar que deitasse fumo, e ela, depois, atravessou o átrio dirigindo-se ao seu quarto.

- Amanhã chamar-te-ei a tempo de tomares o comboio.

- Está bem, Gretchen. Não me deixes dormir de mais. O comboio sai da estação às sete e trinta.

- Chamar-te-ei muito a tempo, Ricardo.

A porta fechou-se atrás de Gretchen. Entrei para o meu quarto, fechei também a porta e comecei a despir-me vagarosamente. Deitei-me, apaguei o candeeiro mas, na agitação em que estava, não adormeci. Sabendo que era impossível dormir sentei-me na cama, fumando cigarro atrás de cigarro e deitando o fumo, através da cortina, para a janela. Mais de uma vez julguei ouvir sons abafados, que vinham do outro lado do átrio, que vinham do quarto de Gretchen. Sim, julguei; contudo não tinha a certeza.

Não posso precisar quanto tempo estive sentado na beira da cama, rígido, sem um movimento, direito, a pensar em Gretchen. De súbito levantei-me de um salto. Abri a porta e atravessei o átrio rapidamente. A porta do quarto de Gretchen estava fechada. Contudo sabia que ela não a tinha fechado à chave e dei volta ao puxador sem fazer ruído. Rompeu, através da abertura, um feixe tênue de luz. Não era preciso empurrar mais a porta porque via Gretchen, apenas a alguns passos de distância, quase ao alcance da mão. Fechei os olhos com esforço e, naquele momento, pensei nela com uma intenção igual à que me ditara a viagem que nesse dia fizera, da costa até ali.
Gretchen não tinha ouvido abrir a porta, nem sabia que eu me encontrava ali. Sobre a mesa, o seu candeeiro ardia com uma luz viva.

Não esperava vê-la acordada, tinha quase a certeza de que a encontraria deitada. Estava ajoelhada no tapete, ao lado da cama, com a cabeça apoiada nos braços. Os soluços sacudiam-lhe o corpo.

O cabelo, preso por uma fita pálida no alto da cabeça, espalhava-se-lhe depois pelos ombros. Vestia uma camisa de seda branca, franjada de rendas vaporosas, e a gola, aberta, descobria-lhe o seio.

Só então vi quanto ela era bela, embora sempre a tivesse considerado bonita. Nunca, até ali, vira uma rapariga tão bela como Gretchen.

Como não ouviu abrir a porta continuava a ignorar a minha presença. De joelhos, ao lado da cama, chorava e tinha as mãos crispadas.

Quando entrei não sabia o que iria fazer mas agora, que a via ajoelhada em oração junto do leito, ignorando que a olhava e ouvia as suas queixas e soluços, tive a certeza de que nunca mais amaria alguém como lhe queria a ela. Sim, ignorava-o até àquele momento, mas bastaram uns poucos segundos para sentir quanto a amava.
Fechei a porta devagar e voltei para o meu quarto. Peguei numa cadeira e sentei-me próximo da janela à espera do dia. E ali fiquei olhando o fundo do vale. Á medida que os olhos se habituavam à escuridão parecia-me que me aproximava cada vez mais do rio e tão próximo dele me sentia que, estendendo o braço, poderia mergulhar as mãos nas suas águas quentes.

De madrugada julguei ouvir alguém no quarto de Gretchen a andar cuidadosamente, a caminhar de janela para janela e, em certa altura, tive a certeza de ouvir passos lá fora, junto da porta do meu quarto.

Quando o sol despontou no alto da montanha levantei-me e vesti-me. Depois ouvi os passos de Gretchen, ouvi Gretchen descer a escada. Certamente preparava o meu almoço, à pressa, para que eu não perdesse o comboio. Esperei e, um quarto de hora depois, ela subia novamente a escada. Bateu devagar e chamou várias vezes por mim.
Abri a porta de par em par e apareci-lhe. Ficou surpreendida por me ver já pronto; esperava encontrar-me a dormir e, por momentos, não pôde articular uma palavra.

- Gretchen - disse eu, tomando-lhe as mãos - não tenhas pressa por causa do comboio... não parto... não sei o que tinha ontem... Agora sinto que te amo.

- Mas, Ricardo, disseste a noite passada...

- Disse a noite passada que partia de manhã cedo, Gretchen; mas, acredita, não sabia o que estava dizendo. Agora só parto quando fores comigo. Dir-te-ei o que penso, depois do almoço. Mas, antes de mais nada, quero que me digas por onde se desce até ao rio. Preciso de lá ir imediatamente, quero mergulhar as mãos nas suas águas.

Fonte:
http://homepage.oninet.pt/670mzj/lit109.htm

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