O Peabiru, a mais importante via transcontinental pré-colombiana da América do Sul é o tema do novo livro de Rosana Bond, que será autografado nos dias 14 e 15 de maio, nas cidades de Peabiru e Campo Mourão.
Nos mesmos eventos será lançada também a revista Cadernos da Trilha, em homenagem ao NECAPECAM (Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre o Caminho de Peabiru na COMCAM), contendo artigos de vários autores da região sobre temas peabiruanos, além de mapas e fotos de peças arqueológicas descobertas na área. A revista será distribuída gratuitamente.
O livro é o 15º da escritora paranaense, jornalista, membro do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo e editora-chefe do jornal A Nova Democracia, editado no Rio de Janeiro.
A obra, História do Caminho de Peabiru – Descobertas e segredos da rota indígena que ligava o Atlântico ao Pacífico, da Editora Aimberê (RJ), tem dois volumes. O segundo deverá sair em breve.
Conforme a autora, o texto traz informações inéditas sobre essa estrada, que passava pela região da COMCAM e "que costuma ser comparada ao famoso caminho de Santiago de Compostela".
Revelações indígenas
Resultado de 14 anos de pesquisas, a obra é a primeira no país que inclui uma visão indígena sobre o assunto. "Devido à nossa longa amizade, os guaranis permitiram generosamente que eu tivesse acesso à sua memória ancestral sobre o Peabiru, com revelações que geralmente não são passadas aos brancos "– esclareceu Rosana.
O Caminho unia o Atlântico ao Pacífico, indo do litoral sul brasileiro ao litoral do Peru e Chile. No Brasil, começava na costa de S.Catarina, Paraná e S.Paulo. Um de seus ramais passava pela área da COMCAM.
Tinha cerca de 4 mil quilômetros de comprimento e vários de seus trechos eram forrados por tipos de gramas que se propagavam pela trilha, sem precisar de plantio. Há quatro hipóteses principais sobre seus possíveis construtores:o povo itararé; o guarani (em busca de um paraíso, a Terra Sem Mal); o inca (e pré-inca) e a figura mitológica chamada pelos índios de Sumé e, pelos padres, de S. Tomé.
Muito mais longo
Segundo Rosana, uma novidade incluída no livro foi o comprimento real do Peabiru. Até pouco tempo atrás, a autora pensava que o Caminho tivesse aproximadamente 3 mil quilômetros de uma ponta a outra. Porém, "ao terminar a pesquisa tive que rever a conta, pois notei que o número mais próximo do real é cerca de 4 mil quilômetros" – esclareceu.
Uma das razões que fez a jornalista modificar o cálculo foi uma outra descoberta: o ponto exato de chegada do Peabiru no oceano Pacífico.
Vários autores, há mais de 50 anos, diziam que o Caminho "emendava-se" com as estradas incas e pré-incas e terminava no Pacífico, no sul do Peru.
"Eles não estavam errados, pois existiram pontas do Peabiru no sul peruano, porém a informação estava incompleta" – disse a escritora. "Verifiquei que existiu um outro ramal na costa do atual Chile, pouco conhecido pelos estudiosos brasileiros até hoje. Foi por este trecho que muito possivelmente os guaranis completaram a caminhada do Peabiru do Atlântico até o Pacífico. Diversos pesquisadores latinoamericanos descobriram, desde o século 19, vestígios arqueológicos guaranis bem perto do litoral chileno, a uns 60 quilômetros da praia. Além disso, foram identificados mais de 300 topônimos guaranis no Chile".
Outra novidade do livro é a datação do Peabiru, que até agora era um ponto de interrogação aos pesquisadores. "Tratava-se de uma informação desconhecida, não havendo sequer uma data suposta. Agora, sabendo dos achados chilenos, se pode sugerir pelo menos uma datação de referência. Pode-se lançar a hipótese de que o Caminho teria sido completado pelos guaranis, até o Pacífico, cerca de 1500 anos atrás".
Os lançamentos da revista e livro acontecerão no dia 14, às 19 horas, na Câmara Municipal de Peabiru. E no dia 15 em Campo Mourão, às 19:30 h, na Biblioteca Municipal (rodoviária velha).
Com 280 páginas, o preço da obra é R$ 23.
Fonte:
Colaboração de Sinclair Pozza Casemiro
Nos mesmos eventos será lançada também a revista Cadernos da Trilha, em homenagem ao NECAPECAM (Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre o Caminho de Peabiru na COMCAM), contendo artigos de vários autores da região sobre temas peabiruanos, além de mapas e fotos de peças arqueológicas descobertas na área. A revista será distribuída gratuitamente.
O livro é o 15º da escritora paranaense, jornalista, membro do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo e editora-chefe do jornal A Nova Democracia, editado no Rio de Janeiro.
A obra, História do Caminho de Peabiru – Descobertas e segredos da rota indígena que ligava o Atlântico ao Pacífico, da Editora Aimberê (RJ), tem dois volumes. O segundo deverá sair em breve.
Conforme a autora, o texto traz informações inéditas sobre essa estrada, que passava pela região da COMCAM e "que costuma ser comparada ao famoso caminho de Santiago de Compostela".
Revelações indígenas
Resultado de 14 anos de pesquisas, a obra é a primeira no país que inclui uma visão indígena sobre o assunto. "Devido à nossa longa amizade, os guaranis permitiram generosamente que eu tivesse acesso à sua memória ancestral sobre o Peabiru, com revelações que geralmente não são passadas aos brancos "– esclareceu Rosana.
O Caminho unia o Atlântico ao Pacífico, indo do litoral sul brasileiro ao litoral do Peru e Chile. No Brasil, começava na costa de S.Catarina, Paraná e S.Paulo. Um de seus ramais passava pela área da COMCAM.
Tinha cerca de 4 mil quilômetros de comprimento e vários de seus trechos eram forrados por tipos de gramas que se propagavam pela trilha, sem precisar de plantio. Há quatro hipóteses principais sobre seus possíveis construtores:o povo itararé; o guarani (em busca de um paraíso, a Terra Sem Mal); o inca (e pré-inca) e a figura mitológica chamada pelos índios de Sumé e, pelos padres, de S. Tomé.
Muito mais longo
Segundo Rosana, uma novidade incluída no livro foi o comprimento real do Peabiru. Até pouco tempo atrás, a autora pensava que o Caminho tivesse aproximadamente 3 mil quilômetros de uma ponta a outra. Porém, "ao terminar a pesquisa tive que rever a conta, pois notei que o número mais próximo do real é cerca de 4 mil quilômetros" – esclareceu.
Uma das razões que fez a jornalista modificar o cálculo foi uma outra descoberta: o ponto exato de chegada do Peabiru no oceano Pacífico.
Vários autores, há mais de 50 anos, diziam que o Caminho "emendava-se" com as estradas incas e pré-incas e terminava no Pacífico, no sul do Peru.
"Eles não estavam errados, pois existiram pontas do Peabiru no sul peruano, porém a informação estava incompleta" – disse a escritora. "Verifiquei que existiu um outro ramal na costa do atual Chile, pouco conhecido pelos estudiosos brasileiros até hoje. Foi por este trecho que muito possivelmente os guaranis completaram a caminhada do Peabiru do Atlântico até o Pacífico. Diversos pesquisadores latinoamericanos descobriram, desde o século 19, vestígios arqueológicos guaranis bem perto do litoral chileno, a uns 60 quilômetros da praia. Além disso, foram identificados mais de 300 topônimos guaranis no Chile".
Outra novidade do livro é a datação do Peabiru, que até agora era um ponto de interrogação aos pesquisadores. "Tratava-se de uma informação desconhecida, não havendo sequer uma data suposta. Agora, sabendo dos achados chilenos, se pode sugerir pelo menos uma datação de referência. Pode-se lançar a hipótese de que o Caminho teria sido completado pelos guaranis, até o Pacífico, cerca de 1500 anos atrás".
Os lançamentos da revista e livro acontecerão no dia 14, às 19 horas, na Câmara Municipal de Peabiru. E no dia 15 em Campo Mourão, às 19:30 h, na Biblioteca Municipal (rodoviária velha).
Com 280 páginas, o preço da obra é R$ 23.
Fonte:
Colaboração de Sinclair Pozza Casemiro
Um comentário:
Deve ser um livro e tanto,para desbravarmos novos conhecimentos.
Postar um comentário