segunda-feira, 7 de julho de 2025

José Feldman (Fábula do Pato e da Lebre)


Era uma vez, em um lago sereno, um pato chamado Pedro e uma lebre chamada Lili. Pedro era um pato feliz, sempre nadando e brincando com os outros animais do lago. Ele tinha uma bela plumagem e um canto melodioso que encantava a todos. Lili, por sua vez, era uma lebre ágil e rápida, conhecida por seus saltos altos e sua energia contagiante.

Os dois eram amigos, mas havia algo que Lili não conseguia ignorar: a atenção que Pedro recebia. Sempre que ele cantava, outros animais paravam para ouvi-lo, aplaudindo sua beleza e talento. Lili, por outro lado, sentia que suas habilidades não eram tão valorizadas. Isso começou a gerar ciúmes em seu coração.

Um dia, enquanto Pedro nadava e cantava alegremente, Lili decidiu que precisava fazer algo para chamar a atenção. "Se eu conseguir saltar mais alto do que nunca, todos irão me notar", pensou ela. Assim, ela começou a treinar todos os dias, tentando realizar saltos cada vez mais altos.

No entanto, a cada tentativa, Lili se sentia mais frustrada. Sempre que ela saltava, Pedro estava lá, cantando e recebendo aplausos. O ciúme consumia seu coração, e ela começou a se distanciar de Pedro, evitando suas interações e se isolando.

Um dia, enquanto Lili treinava, ela viu um grupo de animais se reunindo à beira do lago. Curiosa, foi até lá e viu Pedro cantando uma linda canção sobre amizade. Os animais dançavam e aplaudiam, e Lili sentiu uma pontada de dor ao perceber que estava perdendo momentos felizes com seu amigo.

Decidida a mostrar seu valor, Lili interrompeu Pedro e disse: "Olhem todos, eu posso saltar mais alto do que qualquer um aqui!" E, cheia de determinação, ela se preparou para um salto grandioso. Com um impulso forte, Lili pulou, mas, na sua pressa, não percebeu uma pedra na beira do lago.

Ela tropeçou e caiu, machucando-se levemente. Os animais correram para ajudá-la, e Pedro, preocupado, veio até ela. 

"Você está bem, Lili?" perguntou ele, com um tom de voz gentil.

Lili, envergonhada e com dor, respondeu: "Estou bem. Só queria ser notada como você."

Pedro, com compaixão, disse: "Você não precisa se comparar a mim. Cada um de nós tem suas próprias qualidades. Você é rápida e ágil, e eu admiro isso! A verdadeira amizade não se baseia em competir, mas em apoiar um ao outro."

Lili percebeu que seu ciúme a havia afastado de seu amigo e que ela estava perdendo a alegria de sua amizade. Com lágrimas nos olhos, ela pediu desculpas a Pedro e prometeu valorizar suas próprias habilidades, sem comparações.

A partir daquele dia, Lili e Pedro se tornaram ainda mais unidos. Lili começou a ensinar Pedro a saltar, enquanto ele a ajudava a cantar. Juntos, eles descobriram que a amizade era mais importante do que qualquer competição.

Moral da História
O ciúme pode nos afastar de quem amamos, mas reconhecer e valorizar nossas próprias qualidades traz verdadeira felicidade e fortalece as amizades.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 
JOSÉ FELDMAN nasceu na capital de São Paulo. Poeta, trovador, escritor e gestor cultural. Formado em patologia clínica trabalhou por mais de uma década no Hospital das Clínicas. Foi enxadrista, professor, diretor, juiz e organizador de torneios de xadrez a nível nacional durante 24 anos; como diretor cultural organizou apresentações musicais. Casado em 1994 com a escritora, poetisa, tradutora e professora da UEM, Alba Krishna, mudou-se em 1999 para o Paraná, morou em Curitiba e Ubiratã, e depois em Maringá/PR desde 2011. Consultor educacional junto a alunos e professores do Paraná e São Paulo. Pertence a diversas academias de letras, como Academia Rotary de Letras, Academia Internacional da União Cultural, Confraria Luso-Brasileira de Trovadores, Academia de Letras de Teófilo Otoni, etc, possui os blogs Singrando Horizontes desde 2007, e Pérgola de Textos, um blog com textos de sua autoria, Voo da Gralha Azul e Gralha Azul Trovadoresca. Assina seus escritos por Floresta/PR. Dezenas de premiações em poesias e trovas no Brasil e exterior.
Publicações de sua autoria “Labirintos da vida” (crônicas e contos); “Peripécias de um Jornalista de Fofocas & outros contos” (humor); “35 trovadores em Preto & Branco” (análises); e “Canteiro de trovas”.. No prelo: “Pérgola de textos” (crônicas e contos) e “Asas da poesia”

Fontes:
José Feldman. Pérgola de textos. Floresta/PR: Plat. Poe. Biblioteca Voo da Gralha Azul.
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing  

Nenhum comentário: