Homens Humildes
Ninguém sabe a história dos homens humildes
Que adormeceram para sempre.
Ninguém sabe as horas boas ou más
Que viveram na terra.
Ninguém sabe o impossível que sonharam
============================
Salomé
Só, na cisterna, João Batista em prece
sonha. Estente-se a noite silenciosa,
e, na nudez da solidão piedosa,
o desespero que o tortura esquece.
Dorme o palácio. Salomé ansiosa,
como pantera atroz que se enraivece,
em contorções se agita, e se estremece,
debruçada num tálamo de rosa…
Quase nua se ergue, e altivamente,
nos estos da volúpia que a devora,
desprende as tranças sobre a espádua ardente.
Treme-lhe o lábio aparecendo um beijo,
clama pelo Profeta, e anseia, e chora,
nas algemas da carne e do desejo!
-==================
Amor
Duvido das canções de amor que leio,
na incerteza brutal que me crucia,
porque é tão mudo o amor que me inebria
que se oculta, medroso, no meu seio.
Desminto os poetas sem nenhum receio,
porque cantam o amor em fantasia.
Quem confessar que amou numa poesia,
não me persuadirá, porque não creio.
O amor que é Deus, que é Luz, que é Som, que é Glória
em cujas chamas divinais me inflamo
ninguém traduz na vida transitória!
E é para não turvar meu sonho lindo,
que, nestes versos, não direi que te amo,
porque podes pensar que estou mentindo.
========================
Largai as velas
Largai as velas que o mar é largo!
Para longe, para o fim de tudo!
Largai as velas
E vereis como é mais bela a vida
Entre relâmpagos e abismos!
Largai as velas que o mar é largo
E embala os corações
Que não tremem diante do mistério.
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Ninguém sabe a história dos homens humildes
Que adormeceram para sempre.
Ninguém sabe as horas boas ou más
Que viveram na terra.
Ninguém sabe o impossível que sonharam
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Salomé
Só, na cisterna, João Batista em prece
sonha. Estente-se a noite silenciosa,
e, na nudez da solidão piedosa,
o desespero que o tortura esquece.
Dorme o palácio. Salomé ansiosa,
como pantera atroz que se enraivece,
em contorções se agita, e se estremece,
debruçada num tálamo de rosa…
Quase nua se ergue, e altivamente,
nos estos da volúpia que a devora,
desprende as tranças sobre a espádua ardente.
Treme-lhe o lábio aparecendo um beijo,
clama pelo Profeta, e anseia, e chora,
nas algemas da carne e do desejo!
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Amor
Duvido das canções de amor que leio,
na incerteza brutal que me crucia,
porque é tão mudo o amor que me inebria
que se oculta, medroso, no meu seio.
Desminto os poetas sem nenhum receio,
porque cantam o amor em fantasia.
Quem confessar que amou numa poesia,
não me persuadirá, porque não creio.
O amor que é Deus, que é Luz, que é Som, que é Glória
em cujas chamas divinais me inflamo
ninguém traduz na vida transitória!
E é para não turvar meu sonho lindo,
que, nestes versos, não direi que te amo,
porque podes pensar que estou mentindo.
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Largai as velas
Largai as velas que o mar é largo!
Para longe, para o fim de tudo!
Largai as velas
E vereis como é mais bela a vida
Entre relâmpagos e abismos!
Largai as velas que o mar é largo
E embala os corações
Que não tremem diante do mistério.
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Fontes:
– JORGE, J. G. De Araújo. Os Mais Belos Sonetos que o Amor Inspirou . SP: Ed. Theor.
– http://poemadodia.wordpress.com/category/paulo-correa-lopes/
– http://gramadosite.com/cultura/artigos/juarez/id:6180
– JORGE, J. G. De Araújo. Os Mais Belos Sonetos que o Amor Inspirou . SP: Ed. Theor.
– http://poemadodia.wordpress.com/category/paulo-correa-lopes/
– http://gramadosite.com/cultura/artigos/juarez/id:6180
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