terça-feira, 16 de junho de 2009

Emilia Pardo Barzón (1851 – 1921)

Tradução José Feldman
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Emilia Pardo Bazán, condessa de Pardo Bazán, (Corunha, 16 de setembro de 1851 — Madrid, 12 de maio de 1921) foi uma escritora e nobre espanhola.

Conjugou realismo e naturalismo na sua literatura. Mulher de grande peso intelectual, tocou muitos gêneros literários desde a novela até ao ensaio, passando pelos livros de viagens. Foi das primeiras espanholas a mostrar-se ativa no campo dos direitos da mulher. O seu cosmopolitismo assentou sobre uma intensa vinculação à sua cidade natal.
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Emilia Pardo Bazán nasceu em 16 de setembro de 1851 na Coruña , uma das cidades principais de Galicia, España. Seu pai, Don José Pardo Bazán, era uma figura política. Estimulava a leitura e os estudos em sua filha Emilia. Sua mãe, Amalia de la Rúa lhe ensinou a ler e mais tarde lhe ajudaria a livrar-se de muitas tarefas domésticas para que Emília pudesse dedicar mais tempo a leitura e à escrita. Pouco depois do nascimento de Emília, a família havia se mudado para uma casa em um bairro aristocrático e tranquilo na Calle de las Tabernas. Possuiam outras duas residencias, uma perto de Sangenjo, um povoado de pescadores e a outra na zona rural de La Coruña, o Pazo de Meirás, que foi residencia boa parte do verão do ditador Franco.

A biblioteca de seu pai lhe proporcionava o acesso a uma grande variedade de leituras. Na casa de Sangenjo encontrou Don Quixote e a Bíblia. Na casa de La Coruña leu a conquista de México de Solís e Homens ilustres de Plutarco. Os livros sobre a revolução francesa lhe fascinavam e seus preferidos eram Don Quixote, a Bíblia e A Ilíada.

Aos nove anos, Emilia começa a demonstrar interesse pela escrita. Ela mesmo recorda, “Minha primeira lembrança literária remonta a uma data histórica assinalada e já distante: o término da Guerra da África, acontecimento que rendeu o início de minha inspiração… e vendo que não me faziam caso algum, nem tinha com quem desafogar o meu entusiasmo, me refugiei em minha casa e garatujei meus primeiros versos."

Na adolescência escreveu mais versos e os publicou no Almanaque de Soto Freire.

Quando a família ia a Madrid durante os invernos, Emília frequentava um colégio francês protegido pela Casa Real, onde foi introduzida a obra literária de La Fontaine e Racine. Aos doze anos, a família decide ir a La Coruña durante os invernos y alí Emilia estuda com professores particulares. Sai do ritual da educação feminina ao negar-se a tocar piano e aprender música. Dedica todo o tempo possível a sua verdadeira paixão, a leitura.

Em 1868, ano da revolução que acabaría com o reinado de Isabel II, se casa aos 17 anos com José Quiroga. Viveram em Santiago entre o inverno de 68 e 69; Emilia ajudava seu marido con seus estudos de direito. Quando o pai foi nomeado Deputado de Cortes, toda a familia se muda para Madrid, inclusive seu marido.

Em Madrid assistem a concertos e a festas populares e Emilia chega a conhecer a cidade e o ambiente madrileno. Após a investida de Amadeo de Saboya e a guerra carlista, José Pardo Bazán se desiludiu com a política e toda família foi para a França. Viajaram por Europa-Inglaterra, Italia, Alemanha... donde Emilia aprende inglês e alemão. Ademais, descobre a literatura francesa que deixar um grande impacto nela.

Seu inicio no mundo literário começa em 1876 ao ganhar o primeiro prêmio pelo Estudo crítico de Feijoo. Neste mesmo ano dá a luz o seu primeiro filho, a quem lhe dedica um livro de poemas., com seu próprio nome, Jaime, que resultaria ser seu único livro de poesia.

Escreveu sua primeira novela, Pascual López, no ano que nasceu seu segundo filho, Blanca. Uma doença hepática em 1880 obrigou a escritora a ´passar algum tempo em Vicky. Durante este período descobre o naturalismo de Zola, conhece pessoalmente Victor Hugo e começa a interessar-se nesta nova tendência literária.

O periódico madrilenho, "La época" publica “Uma viagem de Noivos”, que era um relato novelesco de suas próprias memórias da viagem à Vicky. Sua última filha, Carmen, nasce em 1881.

Naturalismo

No periódico madrilenho mencionado acima publica alguns artigos que haveriam de integrar-se no livro A Questão Palpitante, no qual explica o movimento literário do naturalismo. Seu propósito era o seguinte: "Meu objetivo era dizer algo, em forma clara e amena, sobre o realismo e ol naturalismo, coisas que se falava muito, mas com rapidez e sem que nada houvesse tratado o propósito do assunto....Sempre me surpreenderá o extraordinario dinamismo daquele libreto tratando ao correr da pena, no que o único previsto é a impremeditacão e espontaneidade, que procurei dedicar-lhe em todo sabor didático."

A publicação de A Questão Palpitante criou um grande escândalo e seu marido, horrorizado pela situação exigiu que Emília parasse de escrever e que se retrata-se publicamente sobre seus escritos. Em consequência destes problemas matrimoniais, decide separar-se de seu marido dois anos mais tarde, em 1884. Neste ano publicou A Jovem Ama, que trata sobre crises matrimoniais.

Sua terceira novela, La Tribuna, publicada em 1882 é considerada como sua primeira obra naturalista. Nesta obra, Emília estuda o ambiente e os tipos de cigarreiras na fábrica de tabacos em La Coruña. Benito Pérez Galdós também obteve informação documentada sobre a mendicância madrilenha para sua obra Misericordia. Estes dois escritores tiveram uma relação amorosa que durou mais de vinte anos.

Em 1886 conheceu Zola e nessa viagem à França descobre a moderna novela russa. Essas leituras lhe impulsionam a apresentar no Ateneu de Madrid um trabalho sobre a revolução e a novela na Rússia, em 1887.

Continua escrevendo continuamente e nos anos '86 e '87 produz os Os Paços de Ulloa e A Mãe Natureza..

Em 1890 morre seu pai e aproveita a herança para criar uma revista escrita somente por ela, El Nuevo Teatro Crítico, nome que recorda a obra de Feijoo, Teatro crítico universal.

Assiste a congressos como o Congresso Pedagógico onde denuncia a desigualdade educativa entre o homem e a mulher. Ainda que consciente da discriminação sexual dentro dos círculos intelectuais, propõe a Concepción Arenal (escritora feminista), à Academia Real de Letras, mas é rechaçada. A Academia tampouco aceitaria a Gertrudis Gómez de la Avellaneda nem ela.

Contudo, em 1906 chegou a ser a primeira mulher a presidir a Seção de Literatura do Ateneu de Madrid e a primeira em ocupar uma cadeira de literatura na Universidad Central de Madrid, ainda que só teve um estudante na aula.

Morreu em 12 de maio de 1921, em Madrid.
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Fonte:
Michigan State University

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