quinta-feira, 11 de junho de 2009

Melhorando seu Vocabulário (1)


Quantas vezes não nos deparamos com textos, em que algumas palavras em seu contexto desconhecemos, e ao tentarmos procurar nos arquivos mortos de nossa memória, terminamos por perder o fio da meada do texto que estavamos lendo ? Eu, outro dia estava lendo A Ilha dos Pinguins, de Anatole France, e realmente fiquei consternado ao perceber que apesar de todo o conhecimento que possuo do nosso vocabulário, existiam muitas palavras que eu não sabia o significado, nem utilizando dos subterfúgios de procurar desmembra-las em busca de um significado do latim ou do grego.

Por isso, para facilitar o entendimento delas, estou criando esta seção “Melhorando o seu vocabulário”, com textos escolhidos de obras literárias, onde o internauta poderá testar seus conhecimentos do idioma. As palavras destacadas estão negritadas. Tente entender o significado antes de obter as respostas, clicando aqui.
(José Feldman)
=======================

Estudaremos a poesia Monólogo de uma Sombra, de Augusto dos Anjos, em seu livro Eu e Outras Poesias:
MONÓLOGO DE UMA SOMBRA

"Sou uma Sombra! Venho de outras eras,
Do cosmopolitismo das moneras...
Pólipo de recônditas reentrâncias,
Larva de caos telúrico, procedo
Da escuridão do cósmico segredo,
Da substância de todas as substâncias!

A simbiose das coisas me equilibra.
Em minha ignota mônada, ampla, vibra
A alma dos movimentos rotatórios...
E é de mim que decorrem, simultâneas,
A sáude das forças subterrâneas
E a morbidez dos seres ilusórios!

Pairando acima dos mundanos tetos,
Não conheço o acidente da Senectus
- Esta universitária sanguessuga
Que produz, sem dispêndio algum de vírus,
O amarelecimento do papirus
E a miséria anatômica da ruga!

Na existência social, possuo uma arma
- O metafisicismo de Abidarma -
E trago, sem bramânicas tesouras,
Como um dorso de azêmola passiva,
A solidariedade subjetiva
De todas as espécies sofredoras.

Como um pouco de saliva quotidiana
Mostro meu nojo á Natureza Humana.
A podridão me serve de Evangelho...
Amo o esterco, os resíduos ruins dos quiosques
E o animal inferior que urra nos bosques
E com certeza meu irmão mais velho!

Tal qual quem para o próprio túmulo olha,
Amarguradamente se me antolha,
À luz do americano plenilúnio,
Na alma crepuscular de minha raça
Como urna vocação para a Desgraça
E um tropismo ancestral para o Infortúnio.
=======================================
O estudo da poesia continua …
=======================================

Nenhum comentário: