domingo, 14 de junho de 2009

Paulo Corrêa Lopes (19 Julho 1898 - 9 Setembro 1957)

Nasceu na cidade de Itaqui em 19 de julho de 1898. Paulo Corrêa Lopes, orfão de pai aos 11 anos, emigrou com a mãe Maria Dolores para São Paulo, onde realizou as primeiras letras e formou-se professor com o diploma de normalista, em 1918. Em suas inquietas andanças esteve no Rio de Janeiro atraído pelo ambiente literário e lecionou primeiras letras no interior de São Paulo. Colaborou para diversas revistas e jornais do Rio e de São Paulo. Voltou definitivamente para Porto Alegre em 1929, onde exerceu várias atividades: professor, redator de jornal, prático de farmácia e sendo oficial administrativo da Secretaria do Interior, cargo em que se aposentou em 1948.

Revelou-se grande modernista após a experiência parnasiana de Penumbra, em 1919. As obras seguiram-se em pequenos volumes, em que se encontram as vivências de uma alma em luta com os valores transitórios em busca da união perene com o Amor absoluto. Os títulos significam as tendências de um homem: Poemas de Mim Mesmo, 1931; Caminhos, 1933; Poemas da Vida e da Morte, 1938; Um Estranho Caso (livro de contos), 1942 e, Canto de Libertação, 1943.

Casou em 19 de julho de 1939 com a Bacharel Iris Pothoff.

Em 1957, Santiago Naud, diretor da Divisão de Cultura da Secretaria Estadual de Educação, conseguiu reunir as obras anteriores e alguns outros poemas em livro sob o título Obra Poética, com texto de prefácio, a poesia essencial, de Guilhermino César.

Veio a falecer a 9 de setembro de 1957.

Em 1991, a Mestra em Letras Mirna Dietrich e o autor destas linhas realizaram em co-edição EDIPUCRS e IEL, a 2a. Edição da Obra Poética com a fixação técnica e crítica do texto poético.

A poesia de Paulo Corrêa Lopes mereceu a tese de Concurso de Cátedra, em 1959 pelo Prof. Ir. Elvo Clemente, que intitulou o texto: O Temporal e o Eterno na Poesia de Paulo Corrêa Lopes.

O prof. Angelo Ricci apresentou, em 1949, exaustiva análise dos poemas sob o título – Un Poeta Dell’Experienza. Algo de semelhante fora feito pelo humanista e ilustre homem público da Itália, Ministro Amintore Fanfani, na revista Vita e Pensiero sob a epígrafe – Un Poeta Cristiano.

Para dar uma idéia da força poética de Paulo Corrêa Lopes, leia-se com expressão o poema Cem Mil Portas, do livro Poemas da Vida e da Morte:

Há cem mil portas batendo, desesperadas, na treva.
Ventos! Levai nas vossas asas todo o mal do mundo,
todo o horror do mundo!

Amanhã, quando o anjo do Senhor descer sobre a terra,
que será das almas que enganaram, que mataram?
Amanhã, quando as cem mil portas se fecharem
que será das almas que não sabem rezar?

Há cem mil portas batendo, desesperadas, na treva…

Toda sua obra foi reunida em volume publicado pelo Instituto Estadual do Livro em 1958. Foi um lírico de essência metafísica e profunda religiosidade. Seus temas preferidos foram o amor, os sonhos e a morte. Aos jovens e às pessoas enamoradas de um sublime ideal dedicou esta bela mensagem:

A sensibilidade absoluta colocou-o no mundo como um primitivo a olhar pela primeira vez esse mistério permanente chamado vida. Admirava o sol, a chuva, o arco-íris, os vales. Trazia dentro de si fragmentos da aurora original. (Monsieur Jardin Du Bonheur).

Fontes:
- Biografia do livro Folhas do Caminho, de Elvo Clemente. Editora da PUC do Rio Grande do Sul.
-
Judiciário e Sociedade

Um comentário:

Anônimo disse...

A poesia de Paulo Corrêa Lopes, além da grande profundidade filosófica, é totalmente musical. Nos poemas do ferreiro e dos quatro cavalos ouvimos claramente o som da bigorna e o tropel desesperado. É sem dúvida o maior poeta e integrante da primeira linha dos poetas mundiais.