sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Amilton Maciel Monteiro (O Grande Bardo)

Homenagem ao Imortal Joseense, Cassiano Ricardo


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Cassiano Ricardo Leite nasceu em São José dos Campos/SP, em 26 de julho de 1895, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 14 de janeiro de 1974. foi poeta, jornalista e ensaísta,

Aos 16 anos publicava o primeiro livro de poesias “Dentro da noite”. Iniciou o curso de Direito em São Paulo, concluindo-o no Rio, em 1917. Foi um dos líderes do movimento pela Semana de Arte Moderna de 1922, participando ativamente dos grupos Verde Amarelo e Anta, ao lado de Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Raul Bopp, Cândido Mota Filho e outros.

No jornalismo, Cassiano trabalhou no Correio Paulistano como redator (de 1923 a 1930), e dirigiu A Manhã, do Rio de Janeiro (de 1940 a 1944). Em 1924, fundou a Novíssima, revista literária dedicada à causa dos modernistas e ao intercâmbio cultural pan-americano. Também foi o criador das revistas Planalto (1930) e Invenção (1962).

Em 1937 fundou, com Menotti del Picchia e Cândido Mota Filho, a Bandeira, movimento político que se contrapunha ao Integralismo. Dirigiu, àquele tempo, o jornal O Anhanguera, que defendia a ideologia da Bandeira, condensada na fórmula: “Por uma democracia social brasileira, contra as ideologias dissolventes e exóticas.”

Em 1937, foi eleito na Academia Brasileira de Letras, Cadeira 31.

Eleito em 1950, presidente do Clube da Poesia em São Paulo, foi várias vezes reeleito, tendo instituído, em sua gestão, um curso de Poética e iniciado a publicação da coleção “Novíssimos”, destinada a publicar e apresentar valores representativos daquela fase da poesia brasileira. Entre 1953 e 1954, foi chefe do Escritório Comercial do Brasil em Paris.

Poeta de caráter lírico-sentimental em seu primeiro livro, ligado ao Parnasianismo/Simbolismo, em “A Flauta de Pan” (1917) adota a posição nacionalista do movimento de 1922, revelando-se um modernista ortodoxo até o início da década de 1940. As obras “Vamos caçar papagaios” (1926), “Borrões de verde e amarelo” (1927) e “Martim Cererê” (1928) estão entre as mais representativas do Modernismo. Com “O sangue das horas” (1943), inicia uma nova e surpreendente fase, passando do imagismo cromático ao lirismo introspectivo-filosófico, que se acentua em “Um dia depois do outro” (1947), obra que a crítica em geral considera o marco divisório da sua carreira literária. Acompanhou de perto as experiências do Concretismo e do Praxismo, movimentos da poesia de vanguarda nas décadas de 1950 e 1960. A sua obra “Jeremias sem-chorar”, de 1964, é bem representativa desta posição de um poeta experimental que veio de bem longe em sua vivência estética e, nesse livro, está em pleno domínio das técnicas gráfico-visuais vanguardistas.

Se a sua obra poética é tida como de importância na literatura brasileira contemporânea, a de prosador é também relevante. Historiador e ensaísta, Cassiano publicou em 1940 um livro de grande repercussão, “Marcha para Oeste”, em que estuda o movimento das entradas e bandeiras.



Pertenceu ao Conselho Federal de Cultura e à Academia Paulista de Letras. Na Academia Brasileira de Letras, teve atuação expressiva. Relator da Comissão de Poesia em 1937, redigiu parecer concedendo a láurea ao livro “Viagem”, de Cecília Meireles. Vitorioso, esse livro foi o primeiro livro da corrente moderna consagrado na Academia. Ao lado de Manuel Bandeira, Alceu Amoroso Lima e Múcio Leão, Cassiano Ricardo levou adiante o processo de renovação da Instituição, para garantir o ingresso dos verdadeiros valores.

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