segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Luís Carlos (1880 – 1932)


Luís Carlos da Fonseca Monteiro de Barros (conhecido por Luís Carlos) nasceu no Rio de Janeiro/RJ, em 1880, e faleceu na mesma cidade em 1932.

Era filho do médico Dr. Eugênio Augusto de Miranda Monteiro de Barros e de D. Francisca Carolina Werna da Fonseca Monteiro de Barros. Formou-se na Escola Politécnica, em engenharia civil. Casado, transferiu-se para Minas Gerais e depois se mudou para São Paulo, onde exerceu a profissão nos quadros do serviço público, como funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil, na Zona Norte, que ele chegou a chefiar. Foi removido, galgando de posto, para o Rio de Janeiro, onde fixou residência. Em 1921, foi nomeado consultor técnico do Ministério da Viação. Muito conceituado em sua profissão, nem por isso abandonou o seu pendor natural para as letras. Sob o funcionário exemplar, existia o poeta, de que pouca gente, só os mais íntimos tinham conhecimento. Formou um grupo de intelectuais, com quem fundou a Hora Literária. Começou a estampar nos jornais e revistas os seus versos, numa época em que o Parnasianismo dominava amplamente a poética brasileira e seus modelos filiavam-se à técnica de Olavo Bilac e Alberto de Oliveira. Ele pertencia à última geração parnasiana, à geração dos discípulos de Emílio de Meneses e de Francisca Júlia. Contudo, em Luís Carlos, há um toque de romantismo que foge ao estilo parnasiano puro e simples.

Na sessão da Academia de 1917, à qual ele assistiu como visitante, Augusto de Lima fez a leitura de alguns de seus poemas. A imprensa do Rio de Janeiro passou a publicar-lhe sonetos esparsos, que o tornaram conhecido nas letras da metrópole.

Estreou em livro já aos quarenta anos. “Colunas”, publicado em 1920, foi aclamado com entusiasmo. Os amigos insistiam para que se candidatasse à Academia Brasileira de Letras. Tentou por duas vezes. A Academia recebeu-o e consagrou-o.

A poesia de Luís Carlos representa uma fase distinta, na estética dos nossos poetas. Não é o Parnasianismo já quase esgotado por enfadonhas e inúmeras repetições, nem é também a poesia inteiramente subjetiva que constitui a corrente mais vultosa da atualidade. O que notamos como essencial nos seus versos é a técnica das comparações e das imagens que associam os dois elementos, subjetivo e objetivo, quase sempre com grande e feliz originalidade.

Ocupou a cadeira 18 da Academia Brasileira de Letras, em 1926.

Publicações:
– Colunas.
– Encruzilhada.
– Astros e abismos.
– Rosal de ritmos, resumo histórico sobre a evolução da poesia brasileira.
– Amplidão.

Fonte:
Academia Brasileira de Letras

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