AS DUAS MÃES
MOTE:
Eu vi minha mãe rezando
aos pés da Virgem Maria,
era uma santa escutando
o que outra santa dizia.
(Barreto Coutinho)
GLOSA:
Eu vi minha mãe rezando
numa prece doce e pura;
por todos estava orando,
com grande amor e ternura!
A minha mãe, ajoelhada,
aos pés da Virgem Maria,
parecia a madrugada
ao romper de um novo dia!
Como um sol que vem raiando
vislumbrei com emoção:
era uma santa escutando
da outra santa, a oração!
Unidas, no mesmo amor,
a mãe de Jesus, ouvia,
com carinho e com fervor
o que outra santa dizia.
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CANIÇO DE TROVAS
MOTE:
No imenso "mar da ternura",
eu fiz pescarias novas:
Cheguei a pescar ventura,
com meu caniço de trovas!
(Delcy Canalles)
GLOSA:
No imenso "mar da ternura",
eu navego com carinho
e a paz, na minha procura,
eu encontro em meu caminho!
E nesse mar de poesias,
eu fiz pescarias novas:
pesquei muitas alegrias...
Os meus versos são as provas.
Eu afoguei a amargura!
Dei vida ao contentamento!
Cheguei a pescar ventura,
naquele exato momento!
Multipliquei, eu bem sei,
na piracema, em desovas,
os peixes que, então, pesquei,
com meu caniço de trovas!
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SILÊNCIO E LÁGRIMA
MOTE:
A lágrima silenciosa
ninguém lhe presta atenção,
por isso é mais dolorosa
quando inunda o coração!
(Fernando dos Santos)
GLOSA:
A lágrima silenciosa
abre sulcos em nossa alma,
ela é sutil, misteriosa
e nos tira toda a calma.
Por ser assim. sorrateira,
ninguém lhe presta atenção,
rola e se esconde, ligeira
num grande mar de emoção.
É uma lágrima teimosa
que machuca de verdade,
por isso é mais dolorosa
e causa infelicidade.
Sofremos intensamente
na maré da solidão,
com essa lágrima dolente
quando inunda o coração!
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NOVO ACALENTO
MOTE:
Ao sentir falta dos laços
de um amor, mesmo bisonho,
eu me acalento em teus braços
no horizonte do meu sonho!
(Florestan Japiassú Maia)
GLOSA:
Ao sentir falta dos laços
do amor que a nós dois unia,
eu preencho meus espaços
com lembranças: noite e dia!
Sinto saudade do amor,
de um amor, mesmo bisonho,
mas sonhando com fervor
a minha angústia transponho!
Diminuindo meus cansaços,
na minha imaginação,
eu me acalento em teus braços
e vivo nova emoção!
E nesse novo acalento
eu me faço bem risonho,
um sonho novo, eu invento,
no horizonte do meu sonho!
Fonte:
Gislaine Canales. Glosas. Glosas Virtuais de Trovas VI.
In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós.
http://www.portalcen.org. abril de 2003.
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