Uma pensão antiga e um tanto bagunçada, com paredes descascadas e um cheiro peculiar de feijão com arroz. Os hóspedes são uma mistura de personagens excêntricos.
PERSONAGENS:
- Dona Teresa: A proprietária da pensão, uma senhora de idade avançada, cheia de energia e sempre com um comentário engraçado na ponta da língua.
- Seu Joaquim: Um aposentado que vive contando histórias de sua juventude, sempre exageradas.
- Mariana: Uma jovem estudante de teatro, sonhadora e cheia de ideias malucas.
- Tio Mário: Um viajante que nunca sai da pensão, sempre esperando uma oportunidade de ganhar na loteria.
- Clara: Uma mulher que vive reclamando, mas que no fundo é bem-humorada.
CENA 1: O CAFÉ DA MANHÃ
(A manhã começa com Dona Teresa na cozinha, fazendo barulho enquanto prepara o café. Seu Joaquim já está à mesa, contando uma de suas histórias épicas.)
Seu Joaquim: (com entusiasmo) E então, eu disse ao piloto: "Se você não me deixar pilotar, eu vou gritar!" E não é que ele deixou?
Dona Teresa: (sem olhar para ele) Joaquim, você nunca pilotou um avião na vida!
Seu Joaquim: (fazendo uma pausa dramática) Exatamente. Por isso gritei! O medo é um excelente motivador!
(Mariana entra, com uma toalha na cabeça e um olhar sonolento.)
Mariana: Bom dia, pessoal! Alguém viu meu texto? Deixei em cima da mesa.
Dona Teresa: (rindo) O que você escreveu, querida? "Como fazer uma omelete sem ovos"?
Mariana: (revirando os olhos) Muito engraçado, Dona Teresa. Era sobre a vida no teatro!
Tio Mário: (interrompendo) O que eu queria mesmo era um papel no teatro! Se eu ganhar na loteria, vou ser ator famoso!
Clara: (entrando com um olhar de reprovação) E se você ganhar na loteria, Tio Mário, você vai comprar um par de sapatos novos primeiro?
Tio Mário: (com um sorriso) Sapatos? Para quê? Para ficar em casa?
CENA 2: O ALMOÇO
(Durante o almoço, Dona Teresa serve um prato de feijão e arroz, enquanto os hóspedes discutem animadamente.)
Dona Teresa: (colocando o prato na mesa) Aqui está: feijão com arroz, o verdadeiro banquete da pensão!
Seu Joaquim: (mordendo o feijão) Ah, Dona Teresa, este feijão é tão bom que eu poderia jurar que você tem um chef escondido na cozinha!
Dona Teresa: (piscando) Tenho sim. Ele se chama "meu marido". Mas ele não cozinha desde 1980!
Mariana: (rindo) Então, se você não tem um chef, você é a chef ou a "chefa"?
Dona Teresa: (com uma expressão de orgulho) Sou a chefa! E não aceito reclamações, a menos que sejam sobre o feijão frio.
Clara: (murmurando) Se o feijão estiver frio, eu vou reclamar!
Tio Mário: (levantando a mão) Eu tenho uma ideia! Vamos fazer um concurso de quem consegue comer mais feijão!
Mariana: (brincando) Isso vai acabar em uma competição de flatulência!
(Todos riem, exceto Clara, que faz uma cara de desgosto.)
CENA 3: O JOGO DE TABULEIRO
(Após o almoço, os hóspedes se reúnem na sala para jogar um jogo de tabuleiro. O clima é descontraído.)
Dona Teresa: (distribuindo as peças) Então, quem vai ser o banqueiro?
Tio Mário: (levantando a mão) Eu! Afinal, estou esperando a minha grande chance!
Seu Joaquim: (com um sorriso) Espero que você tenha mais sorte aqui do que na vida real!
Mariana: (sorrindo) Vamos ver se você consegue ganhar algo além de um sorriso!
(O jogo começa, e logo a competição esquenta.)
Clara: (reclamando) Não vale! O Tio Mário está trapaceando!
Tio Mário: (fazendo cara de inocente) Eu? Nunca! Estou apenas... ajustando as regras!
Dona Teresa: (rindo) Ajustando as regras? Você quer dizer "mudando as regras conforme sua necessidade"?
Seu Joaquim: (apontando) Isso soa como uma ótima estratégia para a vida, não é? "Mude as regras e ganhe sempre!"
Mariana: (pensativa) E se a vida fosse um grande jogo de tabuleiro? Eu escolheria ser uma peça colorida!
CENA 4: A NOITE
(À noite, os hóspedes se reúnem no terraço da pensão, onde Dona Teresa serve chá.)
Dona Teresa: (observando as estrelas) Olhem essas estrelas! Lindo, não é?
Mariana: (suspirando) Eu sempre quis ser uma estrela de teatro, mas acho que vou me contentar em ser uma estrela da pensão!
Clara: (brincando) E quem disse que você não é? Você já tem um público fiel!
Seu Joaquim: (levantando o chá) A um brinde, então! Às estrelas da pensão!
Tio Mário: (interrompendo) Mas eu quero brinde à loteria!
Dona Teresa: (rindo) Tio Mário, você e suas loterias! Um dia você vai ganhar, e quando isso acontecer, não esqueça de nós!
Tio Mário: (sonhando) Claro! Vou comprar a pensão e transformar isso em um hotel cinco estrelas!
Clara: (sarcasticamente) Com o feijão como prato principal, certo?
(Todos riem e brindam juntos.)
CENA FINAL: REFLEXÕES E RISADAS
(Os hóspedes se acomodam nas cadeiras, conversando e rindo sobre suas vidas e sonhos.)
Mariana: (pensativa) Sabe, acho que a vida é como esse jogo: cheia de surpresas e algumas armadilhas.
Seu Joaquim: (com um sorriso) E o melhor de tudo é que, mesmo com as armadilhas, temos sempre uns aos outros!
Dona Teresa: (orgulhosa) Isso mesmo! Aqui na pensão, somos uma família, mesmo que um pouco maluca!
Tio Mário: (com um brilho nos olhos) E quem sabe um dia eu ganho na loteria e nos levo para uma viagem!
Clara: (brincando) Desde que eu não tenha que comer mais feijão!
(Todos riem, enquanto as luzes se apagam lentamente, deixando a cena com uma sensação de calor e camaradagem.)
FIM
Fontes:
José Feldman. Labirintos da vida. Maringá/PR: Plat. Poe. Biblioteca Voo da Gralha Azul.
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing
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