terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Estante de Livros (China: O Sonho da Câmara Vermelha)

(literalmente “ O Sonho da Mansão Vermelha), é uma obra-prima da literatura chinesa e um dos Quatro Grandes Romances Clássicos da China. O livro foi escrito em meados do Século XVIII, durante a Dinastia Qing, e tem sua autoria atribuída a Cao Xueqin. Esta obra é reconhecida como o ponto mais alto dos romances clássicos chineses. "Vermelhologia" é o campo de estudo dedicado exclusivamente a esta obra. 

O romance circulou em cópias manuscritas com vários títulos até sua impressão em 1791. Enquanto os primeiros 80 capítulos foram escritos por Cao Xueqin, Gao E, que preparou a primeira e segunda edições impressas com seu sócio Cheng Weiyuan em 1791–2, adicionou 40 capítulos a mais ao romance.

Acredita-se que o conteúdo da história seja semi-autobiográfica descrevendo o destino da própria família do escritor e, por extensão, da dinastia Qing. Como o autor detalha no primeiro capítulo, o livro se destina a ser um memorial para as mulheres que ele conheceu em sua juventude: amigas, familiares e serviçais. O romance é memorável, não só pelo seu enorme elenco de personagens (a maioria deles do sexo feminino) e pelo âmbito psicológico, mas também pela sua precisa e detalhada observação da vida e das estruturas sociais típicas da aristocracia chinesa do século XVIII.

O tema principal gira em torno de um triângulo amoroso entre a personagem principal, Jia Baoyu, que ama sua prima adoentada Lin Daiyu, porém está predestinado a se casar com outra prima, Xue Baochai. Este triângulo amoroso tem como pano de fundo o declínio do clã (família) Jia, cujos antepassados foram feitos duques, e no início do romance, este clã está entre as mais ilustres famílias na capital.

A história é escrita em chinês baihua (ou chinês vernacular), ao invés de chinês clássico, apesar de seu autor ser bem versado no chinês clássico, com trechos no estilo semi-wenyan, e é uma das obras que ajudaram a estabelecer a legitimidade do chinês baihua. Os diálogos são escritos em um dialeto de Pequim vivo com influências do Mandarim de Nanjing. No começo do século XX, lexicógrafos utilizaram o texto para estabelecer o vocabulário da nova língua padronizada e reformistas usaram o romance para promover a escrita vernacular.

No capítulo de abertura do romance, um dístico é introduzido: Verdade torna-se ficção quando a ficção é verdade; Real torna-se irreal onde o irreal é real.

Como um crítico aponta, o dístico significa “ uma divisão não rígida e determinística entre falsidade e verdade, realidade e ilusão, mas a impossibilidade de se fazer essa distinção em qualquer mundo, ficcional ou real.”

O nome da família principal, Jia, é um homônimo com o caracter ji, significando falso ou fictício; isso se reflete em uma outra família com o sobrenome Zhen, um homófono para a palavra “ real”. Foi sugerido que a família do romance é tanto um reflexo realístico e um uma versão ficcional ou“ sonhada” da própria família
de Cao.

O romance é normalmente chamado de Hung Lou Meng ou Hong Lou Meng, literalmente O Sonho da Câmara Vermelha. A câmara vermelha, é uma expressão idiomática que designava as salas protegidas onde as filhas das famílias abastadas viviam.

A história se refere a um sonho tido por Baoyu, fixados em uma “ câmara vermelha” , onde o destino de muitos das personagens do sexo feminino é prenunciado. A palavra “ câmara” é também muitas vezes traduzida como “mansão” , devido à grande dimensão de significados da palavra chinesa. Porém, o termo“ mansão” não traduz corretamente a atmosfera da história e é considerada um erro de tradução por Zhou Ruchang.

Fonte:
Wikipedia

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