terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Olivaldo Junior (Teimosia)

Faria de novo. E de novo. E de novo. O quê?! Implorar amor. Mas era um homem, como pode um homem daquele tamanho implorar amor? Pode. Não só pode, como deve implorar um pouco mais hoje à noite, um pouco mais amanhã cedo e um pouquinho mais à tarde. Pensou no quanto sofria? 

Tinha amado sem ser amado, e isso lhe trouxera um coração amargo, sem todo o vermelho sangue que nos traz vida. Seu coração, além de amargo, ficara cego, surdo, mudo e insensível ao toque de quem se tocava e só queria lhe dar um toque. Sai dessa! Sairia, sim. Sabia que quem dizia isso só queria vê-lo bem. Bem que eles falavam! Mas, de vez em quando, no hall de entrada da dor, uma poça de mágoa fazia com que ele escorregasse em suas lágrimas e voltasse a penar. Penas são panos que botamos nas situações sem remédio. 

A que fim levaria aquele homem, tão teimoso? Não sabia. Sabiá que perde o canto canta em silêncio. Vai onde Deus manda, ou ele mesmo se impõe que vá. Quem tanto tinha amado sequer se lembrava dele com aquela intensidade, com o mesmo sentimento. A vida é dura para os silentes. 

"Não aprendi dizer adeus / Mas deixo você ir / Sem lágrimas no olhar / Se o adeus me machucar / O inverno vai passar / E apaga a cicatriz"... Conhece essa música? É de autoria de Joel Marques, compositor de Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul. Fez grande sucesso com Leandro e Leonardo. Ultimamente tem ouvido a gravação do Alexandre Nero para ela. Também a tem cantado. Com teimosia. Até quando?

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