Certo dia fui nomeado de "O poeta do adeus". Essa alcunha me fora dada por um rapaz a quem muito mandei poemas, contos e crônicas que fiz. Faço do adeus, da despedida e da lágrima meus temas, senão preferidos, recorrentes. Acho que ele não gostou muito desses temas e resolveu me batizar. Bem, é bom ser chamado de alguma coisa. Melhor que ser ignorado, igual a esse mesmo amigo tem feito há um tempo comigo. Sei que não é muito legal ficar lendo sobre adeus e seus respectivos subtemas, mas, de vez em quando, ainda volto a eles. Adeus, pelo menos, é um tanto poético.
Venho escrevendo, por sugestão de uma amiga, mais contos e crônicas. E tenho gostado disso. Mas, quando menos percebi, voltei a esse tema do adeus novamente. Não tenho tido muitas devolutivas desses últimos textos, o que me faz pensar que não estou de fato agradando. Na verdade, como já disse um tempo, preciso me renovar mesmo. Não é fácil. Isso exige uma renovação interior que, para variar, também não é fácil. Dar adeus a velhos hábitos é como dar adeus a velhos temas de escrita e, claro, de pensamento. O tempo nem sempre cura tudo. É preciso um tempo para ajudar o tempo a nos temperar de outra forma. Portanto, espero dar um tempo em meus escritos outra vez. Assim, quem sabe, minha pena me dê novos e melhores textos, com renovados temas, e eu mesmo me refaça, me redescubra, enfim.
Para ilustrar esse "último" texto, lhe mando uma canção muito linda, escrita por Neil Sedaka e Phill Cody, numa gravação de Sissel, cantora norueguesa de um timbre límpido, assim como todo adeus deveria ser. Não, não sou realmente adepto do adeus. Na verdade, sou mais adepto do eterno, assim como o adeus, também uma utopia. Quem nunca disse adeus?
Quem me batizou com esse apelido é que me disse adeus sem me dizer e há muito tempo não me visita. Isso é triste, mas é a vida.
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