sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Chafariz de Trovas *6”

 

Asas da Poesia * 91 *


Poema de
APARECIDO RAIMUNDO DE SOUZA
Vila Velha/ES

Céu nublado

A chuva infindável caiu,
e molhou
a minha alma
quando você partiu...
e eu fiquei aqui, abandonado...

Por assim, “nos depois” em que 
penso em você, as horas param
o tempo estanca, e tudo me leva
a acreditar, e a perceber,
que a vida cruel me sufoca até morrer
= = = = = = 

Soneto de 
ALFREDO SANTOS MENDES
Lisboa/Portugal

Igualdade

Indiferente ao credo à própria raça,
O ser humano nasce, modo igual.
A sua formação conceptual,
É dádiva de Deus, divina graça!

Não traz no nascimento uma mordaça.
Um sórdido ferrete, ou um sinal!
É apenas um ser, e tal e qual,
Igual a qualquer ser que nos enlaça!

O seu direito à vida, ao mundo, enfim!
Ao colo maternal, ao frenesim,
É ganho mal acaba de nascer!

E toda a dignidade adquirida,
Só deverá um dia ser perdida…
No dia em que seu corpo fenecer!
= = = = = = 

Soneto de 
HUMBERTO RODRIGUES NETO
São Paulo/SP

Teatro da vida

Assim como acontece no teatro,
a vida também guarda a mesma média,
pois mescla ao riso da alegria nédia
os dissabores de um momento atro.

Da vida somos, pois, o anfiteatro
de co-partícipes de uma comédia,
ou dos distúrbios de uma vil tragédia
que às vezes nos atinge a três por quatro.

Mas o destino, em condição expressa,
execra aquele ator que age à pressa,
toldando o brilho das encenações.

Não transige com falhas ou senões,
pois Deus, que é o próprio Diretor da peça
não quer saber de artistas canastrões!
= = = = = = 

Trova Funerária Cigana

Tristonha morada, guarda
de meu bem sua figura,
que os meus suspiros rodeiam
sua triste sepultura.
= = = = = = 

Spina de 
SOLANGE COLOMBARA
São Paulo / SP

As Ondas do Mar 

Refluxo dançante flui
na calmaria agitada,
reflete leves miragens

em um oásis com imagens
reais. A voz gentil, maviosa,
embala o balé de folhagens
na noite quente. Na melodia 
chuvosa é luz em tatuagens.
= = = = = = = = =  

Soneto de
CARMO VASCONCELLOS
Lisboa/Portugal

Meu primeiro amor

Ah!  Meu primeiro amor, quanta cegueira,
tornou, depois de ti, meu rumo incerto…
Outros banais amores,  só canseira  
trouxeram ao meu peito a descoberto.

Fugazes devaneios, inconsistentes,
fogos-fátuos, inábeis pra aquecer
minhas veias, ora gélidas, dormentes,
ausente o teu calor que as fez ferver.

Neles sempre busquei tua ideal imagem,
sequestrada no tempo pla voragem
que me arrastou por ventos de ilusão…

Guarda este meu poema onde estiveres
pra que lembres, amor, sempre que o leres,
que cativo é de ti meu coração!
= = = = = = 

Soneto de
JOÃO BATISTA XAVIER OLIVEIRA
Presidente Alves/SP, 1947 – 2025, Bauru/SP

Liberdade

À pequenina flor pedem passagem
as liras das libertas redondilhas
que fazem amplidões das suas ilhas
e os versos se esvoaçam na miragem.

E quantos que desejam maravilhas
largando as mãos que prendem a coragem
nas ilusões que agitam mas não agem,
levando os sonhos às tribos das trilhas...

Desejam ares nos mares sem costas,
os abandonos das peias supostas,
para os grilhões dos fugazes delírios.

Neste meu mundo deveras pequeno
ao horizonte dos olhos aceno
voo nas asas das vestes dos lírios!
= = = = = = 

Poema de
CASTRO ALVES
Freguesia de Muritiba (hoje, Castro Alves)/BA (1847 – 1871) Salvador/BA

Adormecida

Uma noite, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.

'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte,
Via-se a noite plácida e divina.

De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras,
Iam na face trêmulos — beijá-la.

Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...

Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!

E o ramo ora chegava ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
Pra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...

Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"Ó flor! - tu és a virgem das campinas!
"Virgem! - tu és a flor de minha vida!..."
= = = = = = 

Quadra Popular

Com pena pego na pena,
com pena quero escrever;
caiu-me a pena no chão
com pena de te não ver.
= = = = = = 

Soneto de
JERSON BRITO
Porto Velho/RO

Indomável paixão

O coração, teu belo rastro, anjo, conserva
Essa lembrança tão gostosa, me inebria.
Fazer amor rompendo rédeas, sem reserva
É meu desejo recorrente, há nostalgia´.

Olhares sôfregos, nas mãos inquietude
Blandiciosa a me tomar completamente,
Entre sussurros e arrepios, plenitude,
Paixão indômita exalada... Como é quente!

Na pele, eflúvio de delírio, olores nobres,
Satisfação no riso largo é estampada,
Envergo o manto do prazer com que me cobres,
Verto langor nos braços teus, oh, minha amada!

Preso em teu laço, vejo a vida ter mais cor,
Dia após dia, sorvo em sonho esse sabor.
= = = = = = 

Hino de 
IPUPIARA*/BA

Nasce o sol a brilhar lá na serra!
Ao saudar o seu povo varonil,
Que batalha para seu progresso
E ao progresso do Brasil.

Ibipetum!
Terra alegre e formosa,
Com o seu povo gentil
Que ao sol da terra, carpina,
Pra autonomia alcançar!

Tuas serras e seus cristais,
O teu povo a garimpar,
Almejando melhorias e vitórias
E o progresso do lugar.

Ibipetum!
Terra boa e amiga
Para quem lhe visitar;
Em seu manto mui sagrado
E Santo Antonio a abençoar!

Os campos verdes de suas matas
E o plantio a se ganhar,
O sertanejo trabalha contente
Pro progresso familiar!

O teu nome eleva o seu rumo,
É a riqueza do fumo por vir;
Seu topônimo é da língua Tupi,
Ibipetum!
Tu és a terra do fumo!

Viva Ibipetum! Viva Ibipetum!
–––––––
* Nota:
O topônimo Ipupiara é derivado da língua indígena tupi e significa deusa das águas.
O município de Ipupiara possui o distrito sede e o distrito de Ibipetum, por onde estão distribuídos mais de 69 povoados.
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Poema de
FLÁVIO GIMENEZ
São Paulo/SP

Ilha

Para me perder em teus olhos
Nos caminhos de tua íris, num arco
De mil cores de sonho
Penso, olho em tua pele:
Pálida na manhã enquanto noite.

Para me perder da escura forma
Sigo os indícios do que vem adiante
Em teu franco riso, claro e tanto
Nos cantos de tua pura alma errante

Para me perder em teu mar, sigo
Na marcha do meu ofício que trilha,
No siso branco de tua linda fonte
De todos os prantos do que agora brilha

Para me perder de vez em tua sina
Nos caminhos de tua íris, nem penso
Visto tua alva pele que, pálida
Tece de dia a escuridão das estrelas.
= = = = = =

Recordando Velhas Canções
NOITE CHEIA DE ESTRELAS 
(tango-canção, 1932)
Cândido das Neves

Noite alta, céu risonho 
A quietude é quase um sonho 
O luar cai sobre a mata 
Qual uma chuva de prata 
De raríssimo esplendor 
Só tu dormes, não escutas 
O teu cantor 
Revelando à lua airosa 
A história dolorosa desse amor. 

Lua, 
Manda a tua luz prateada 
Despertar a minha amada 
Quero matar meus desejos 
Sufocá-la com os meus beijos 
Canto 
E a mulher que eu amo tanto 
Não me escuta, está dormindo 
Canto e por fim 
Nem a lua tem pena de mim 
Pois ao ver que quem te chama sou  eu 
Entre a neblina se escondeu. 

Lá no alto a lua esquiva 
Está no céu tão pensativa 
As estrelas tão serenas 
Qual dilúvio de falenas 
Andam tontas ao luar 
Todo o astral ficou silente 
Para escutar 
O teu nome entre as endechas 
A dolorosas queixas 
Ao luar. 

Lua, 
Manda a tua luz prateada 
Despertar a minha amada 
Quero matar meus desejos 
Sufocá-la com os meus beijos 
Canto 
E a mulher que eu amo tanto 
Não me escuta, está dormindo 
Canto e por fim 
Nem a lua tem pena de mim 
Pois ao ver que quem te chama sou  eu 
Entre a neblina se escondeu.
= = = = = = = = = 

José Feldman (O Mistério da Floresta Encantada)

Era uma vez, em uma pequena aldeia cercada por uma densa floresta, uma mulher carinhosa chamada Dona Benta, conhecida por suas delícias culinárias e por cuidar de todos na comunidade. Ela também tinha um profundo amor pela natureza. 

Todos os dias, Dona Benta caminhava pela floresta, admirando as árvores majestosas e os pássaros que cantavam alegremente.

Um dia, enquanto colhia ervas para fazer um chá, ela percebeu que algo estava errado. As árvores estavam murmurando, e o vento parecia sussurrar um aviso. Intrigada, ela decidiu investigar. Com seu cesto cheio de ervas, seguiu o som até uma clareira iluminada pelo sol.

Lá, encontrou Saci, o menino travesso de uma perna só, que estava fazendo travessuras com algumas folhas secas. Ele estava tão concentrado em suas brincadeiras que não percebeu a chegada de Dona Benta.

— Saci! — chamou ela. — O que você está fazendo aqui?

— Ah, Dona Benta! — respondeu ele, dando uma pirueta. — Estou tentando fazer uma poção mágica para fazer as folhas dançarem! Mas parece que as árvores estão tristes. Você percebeu?

Dona Benta assentiu, preocupada.

— Sim, Saci. Algo está acontecendo com a floresta. Precisamos descobrir o que é.

Nesse instante, um ruído ecoou entre as árvores, e o Curupira, guardião da floresta, apareceu, seus cabelos flamejantes brilhando sob os raios de sol. Ele tinha uma expressão séria.

— Olá, Dona Benta, Saci. A floresta está em perigo! Os homens estão cortando árvores sem parar, e os animais estão fugindo. Se não fizermos algo, perderemos este lugar encantado.

Dona Benta, com seu coração bondoso, decidiu que não poderia ficar parada. Juntos, eles formaram um plano. Saci usaria suas travessuras para distrair os homens que estavam desmatando, enquanto Dona Benta e Curupira procurariam uma solução mais permanente.

Na manhã seguinte, o Curupira criava ilusões, fazendo com que os madeireiros se perdessem entre as árvores. Quando eles tentavam seguir um caminho, mudava a direção das trilhas, levando-os a lugares inesperados. Ele usava o vento para sussurrar avisos às árvores e aos animais, alertando-os sobre a presença dos madeireiros. Isso ajudava os animais a se afastarem e evitarem perigos.

O Saci era conhecido por sua habilidade de fazer objetos desaparecerem. Ele escondia ferramentas e equipamentos dos madeireiros, fazendo com que eles não conseguissem trabalhar. Emitia risadas altas e sons estranhos que assustavam os trabalhadores, fazendo com que eles se sentissem inseguros.

Enquanto isso, Dona Benta preparou uma deliciosa refeição com ingredientes da floresta. Ela sabia que a comida poderia unir as pessoas.

Convidou os aldeões para um grande banquete em sua casa, onde serviu pratos feitos com os frutos e ervas da floresta. Durante a refeição, começou a falar sobre a importância de preservar a natureza, mostrando como a floresta era essencial para a vida de todos.

— Se continuarmos a desmatar, — disse Dona Benta, — não teremos mais água limpa, ar puro e alimentos frescos. Precisamos cuidar do que temos!

Os aldeões, tocados pela sabedoria de Dona Benta, começaram a entender a gravidade da situação. Eles decidiram se unir e proteger a floresta. 

No dia seguinte, armados com ferramentas e determinação, foram até a clareira onde os homens cortavam as árvores.

Com a ajuda de Saci, que continuava a confundir os madeireiros, e do Curupira, que se manifestava como eco e vento, os aldeões conseguiram impedir o desmatamento. Juntos, formaram um círculo em volta das árvores que ainda estavam de pé, cantando e dançando em celebração à vida.

Os madeireiros, confusos e assustados, foram embora, e a floresta voltou a respirar aliviada. 

Com o tempo, os aldeões aprenderam a viver em harmonia com a natureza. Plantaram novas árvores e criaram um jardim comunitário, onde todos podiam colher as bênçãos da floresta sem destruí-la.

E assim, com a ajuda de Dona Benta, do travesso Saci e do protetor Curupira, a floresta encantada prosperou, e os habitantes da aldeia aprenderam a respeitar e preservar a beleza natural ao seu redor. A amizade entre eles e a natureza se fortaleceu, e a floresta nunca mais esteve em perigo.

E sempre que alguém caminhava pela floresta, o riso de Saci, as chamas do cabelo do Curupira brilhantes, lembrava que a verdadeira magia estava na preservação e no cuidado com o mundo ao nosso redor.
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JOSÉ FELDMAN, poeta, trovador, escritor, professor e gestor cultural. Formado em patologia clínica trabalhou por mais de uma década no Hospital das Clínicas de São Paulo. Foi enxadrista, professor, diretor, juiz e organizador de torneios de xadrez a nível nacional durante 24 anos; como diretor cultural organizou apresentações musicais. Morou na capital de São Paulo, em Taboão da Serra/SP, em Curitiba/PR, em Ubiratã/PR, em Maringá/PR. Consultor educacional junto a alunos e professores do Paraná e São Paulo. Pertence a diversas academias de letras, como Confraria Brasileira de Letras, Academia Rotary de Letras, Academia Internacional da União Cultural, Academia de Letras Brasil/Suiça, Confraria Luso-Brasileira de Trovadores, Academia de Letras de Teófilo Otoni, etc, possui os blogs Singrando Horizontes desde 2007, e Pérgola de Textos, um blog com textos de sua autoria, Voo da Gralha Azul (com trovas do mundo). Assina seus escritos por Floresta/PR. Dezenas de premiações em poesias, trovas, crônicas e contos no Brasil e exterior.
Publicações de sua autoria “Labirintos da vida” (crônicas e contos); “Peripécias de um Jornalista de Fofocas & outros contos” (humor); “35 trovadores em Preto & Branco” (análises); “Canteiro de trovas”; “Pérgola de textos” (crônicas e contos), “Caleidoscópio da Vida” (textos sobre trovas) e “Asas da poesia”.

Fontes:
José Feldman. Pérgola de Textos. Floresta/PR: Plat. Poe. Biblioteca Voo da Gralha Azul.
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing

Dicas de Escrita (Como Escrever o Resumo de um Livro)

coescrito por Annaliese Dunne* no Wikihow


Escrever o resumo de um livro ajuda qualquer um a absorver o que está lendo, bem como facilita a consulta a referências — para o caso de você precisar se lembrar dos pontos principais da obra, por exemplo. Para isso, leia o livro com atenção e faça anotações sobre ideias, trechos e personagens importantes. Depois, use-as para redigir e revisar o trabalho final!

Método 1: Fazendo anotações

1 Faça anotações enquanto lê. 

Use um caderno quando for avançar na leitura para escrever seus pensamentos. Assim, você vai conseguir registrar tudo de forma correta, facilitando o trabalho nos passos seguintes.

Se possível, anote as informações em vários pedaços de papel. Você pode usar um para as impressões gerais e suas ideias básicas, outro para listar os personagens e eventos, outro para falar dos temas principais da obra etc.

Você também pode listar as palavras que não conhece para pesquisar. Encontre seus significados em um dicionário e, em seguida, anote suas definições.

Não sublinhe nem marque o livro: além de permanentes, essas marcas não vão servir muito para a sua memorização.

2 Monte uma lista dos personagens principais.

Escreva o nome e uma breve descrição das personalidades ou características principais dessas pessoas. 

Inclua uma ou duas linhas para falar dos desejos e objetivos de cada uma. Depois, use as anotações para pensar em como os personagens ilustram os temas centrais do livro.

Você também pode criar uma linha do tempo dos principais eventos do livro, ainda mais se a cronologia for complicada ou confusa. Faça várias delas se a história der saltos entre o passado e o presente.

3 Divida o livro em seções.

Pense, por exemplo, em três partes — começo, meio e fim — para não ficar sobrecarregado. Depois, organize suas anotações de acordo com elas.

No começo, apresente os personagens principais e o cerne da história.

No meio, explore o principal "problema" do livro, seja a batalha entre o bem e o mal ou até um assassinato misterioso.

No fim, resolva o problema principal do livro.

4 Identifique o ponto principal de cada seção.

Pense no que o autor explora em cada parte, bem como na relação que elas têm entre si.

5 Determine a ideia principal do livro.

Conforme avança na leitura, pense em que lição a obra quer ensinar e nos temas que são recorrentes: algo de que os personagens falem, um defeito das pessoas que cause problema atrás de problema etc.

Por exemplo: talvez o autor queira mostrar aos leitores que o orgulho faz as pessoas tomarem decisões ruins. Para demonstrar isso, os personagens principais vivem se metendo em situações inusitadas porque são orgulhosos e arrogantes.

Se estiver lendo uma obra de não ficção, a ideia principal pode ter algo a ver com a história ou a sociedade. Talvez o autor queira mostrar aos leitores que comer fast food é nocivo — e, para isso, traga vários exemplos que comprovem suas afirmações.

Método 2: Montando e editando o resumo

1 Descubra se há alguma orientação quanto ao tamanho do resumo.

Se o texto for parte de um trabalho de escola ou faculdade, você provavelmente vai ter que respeitar algum limite de palavras ou linhas. Aproxime-se ao máximo desse número: se for curto demais, vai parecer que não leu o livro; se for muito longo, vai ser muito prolixo.

Por exemplo: se o limite for de 200 palavras, escreva entre 190 e 200.

Mesmo que esteja escrevendo o resumo por conta própria, tente deixá-lo curto, com cerca de 500 palavras, para que ele seja uma ferramenta de consulta acessível.

2 Descreva os pontos centrais e os personagens principais da história.

Comece apresentando o título e o autor do livro e, depois, dizendo o que acontece na obra — tudo em poucas frases, como uma introdução breve.

Por exemplo: "A obra Harry Potter e a Pedra Filosofal, de J.K. Rowling, conta a história de um menino órfão que descobre que é um bruxo. Ele descobre também que existe um mundo fantástico, repleto de bruxos e bruxas do bem e do mal, durante seu primeiro ano na escola de magia de Hogwarts".

3 Explique os pontos principais das seções do livro.

Use suas anotações para resumir o desenrolar da história. Dedique algumas frases a explicar o que acontece em cada seção, como os eventos se sucedem, e por que esse trecho é importante no enredo como um todo.

Essa parte do resumo pode ficar assim: "A primeira parte do livro apresenta o mundo dos bruxos. O leitor vivencia essa experiência com o próprio Harry, que também é lançado naquele mundo novo. Conforme a história progride, fica claro que há algo de ruim acontecendo em Hogwarts — e Harry e seus amigos, Rony e Hermione, decidem descobrir o que é. O fim da obra traz uma série de testes e provações que o menino precisa superar com a ajuda dos amigos e o amor de sua mãe".

4 Conclua com a ideia central do livro.

Termine o resumo dizendo qual a lição que a obra passa. Consulte suas anotações e lembre-se do que havia pensado antes. Escreva uma última frase bem impactante.

Por exemplo: "J.K. Rowling usou a história para mostrar que até pessoas talentosas precisam de amizade e amor para superar o mal".

5 Não dê sua opinião no resumo.

Ele deve conter uma descrição neutra do livro, focada em fatos. Não escreva sobre o que sente quando lê a obra ou dos pontos em que concorda e discorda do autor.

6 Faça uma revisão gramatical do resumo.

Veja se há erros de ortografia ou gramática. Leia o texto em voz alta para encontrar vírgulas fora de lugar e afins e reconte o número de palavras.

Mesmo que esteja escrevendo o resumo para uso pessoal ou para um clube de leitura, ainda é essencial fazer uma revisão — pois o texto tem que fazer sentido. Leia-o com cuidado para saber se há algo a ser mudado.

7 Mostre o resumo a um colega, ainda mais se tiver que entregá-lo na escola ou faculdade.

Essa é uma ótima ideia, já que a pessoa vai detectar erros que você não veria. Se pedir a um colega de sala, ele também pode lhe entregar o texto que escreveu para que ambos se ajudem!

Método 3: Lendo com atenção e cuidado

1 Vá para um lugar quieto, onde possa ler sem distrações.

Fique longe da TV; ponha o celular no modo silencioso e deixe-o guardado; concentre-se somente no livro e no tempo que vai dedicar à leitura.

Leia perto de uma lâmpada ou janela para não forçar os olhos.

2 Divida a leitura em etapas curtas.

Leia em sessões de 20 minutos para não se cansar. 

Se gosta mesmo do livro, leia por uma ou duas horas de cada vez. Dessa forma, vai processar o enredo com mais calma.

3 Se tiver um prazo, dedique tempo suficiente para a leitura.

Ninguém gosta de ficar a noite toda acordado para ler o livro e escrever o resumo de uma vez. Separe pelo menos duas semanas para obras menores e um mês para as maiores. Leia um pouco todos os dias.

Se tiver que fazer o resumo para um trabalho de escola ou faculdade ou um clube de leitura, comece a ler assim que possível. O professor ou orientador do grupo provavelmente calculou quantas semanas são necessárias para que cada pessoa leia a obra e faça o resumo sem pressa.

4 Releia trechos importantes.

É fácil detectá-los: eles acontecem, por exemplo, quando um personagem principal descobre algo significativo ou quando há uma reviravolta surpreendente.

Esses trechos não costumam focar em descrições, e sim em mudanças significativas do enredo: um evento trágico, a resolução de um conflito etc.

5 Preste muita atenção nos personagens principais.

Preste muita atenção nos personagens principais. Os protagonistas são aqueles cujos erros, ações e sentimentos têm a ver com os pontos centrais do livro. Leia com muito cuidado quando eles aparecerem.

6 Não se distraia com os detalhes menores.

Quando estiver escrevendo o resumo, não precisa incluir informações muito específicas sobre personagens, descrições ou partes do enredo que são secundários. Mesmo que ainda tenha que ler esses trechos, não se sinta preso a eles.
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* Annaliese Dunne é Professora de Inglês de Ensino Médio. Com mais de 10 anos de experiência no ramo, é experiente no ensino de gramática e de escrita, assim como no de interpretação. É formada em Inglês.

Fontes:
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing 

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Chafariz de Trovas *5”

 

Asas da Poesia * 90 *


Soneto de
JOÃO BATISTA XAVIER OLIVEIRA
Presidente Alves/SP, 1947 – 2025, Bauru/SP

O pedestal do horizonte

Quando me vejo aqui, no pedestal
onde a lida acalenta e se faz luz,
a vitória cintila no portal
e desintegra a treva que seduz.

Conseguir algo mais, travar o mal,
vislumbrar no crepúsculo, conduz
sentimento de força sem igual
na vereda luzida por Jesus.

Volver à luz que brilha no horizonte
mostrando o caminhar em forte ponte
é a mesma luz que brilha a todos nós...

bastando simplesmente a coerência
na busca da lavoura em consistência.
Seremos então livres, jamais sós!!
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Poema de
CHARLES-PIERRE BAUDELAIRE 
Paris/França (1821 - 1867)

Uma Gravura Fantástica 

Um vulto singular, um fantasma faceto,
Ostenta na cabeça horrível de esqueleto
Um diadema de lata, - único enfeite a orná-lo
Sem espora ou ping' lim*, monta um pobre cavalo,
Um espectro também, rocinante esquelético,
Em baba a desfazer-se como um epitético,
Atravessando o espaço, os dias lá vão levados,
O Infinito a sulcar, como dragões alados.

O Cavaleiro brande um gládio chamejante
Por sobre as multidões que pisa rocinante.
E como um grã-senhor, que seus reinos visite,
Percorre o cemitério enorme, sem limite,
Onde jazem, no alvor d'uma luz branca e terna,
Os povos da História antiga e da moderna.
(Tradução de Delfim Guimarães)
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Ping'lim ou Pingalim = espécie de chicote.
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Poema de
CASTRO ALVES
Freguesia de Muritiba (hoje, Castro Alves)/BA (1847 – 1871) Salvador/BA

A Volta da Primavera

AI! Não maldigas minha fronte pálida,
E o peito gasto ao referver de amores.
Vegetam louros — na caveira esquálida
E a sepultura se reveste em flores.

Bem sei que um dia o vendaval da sorte
Do mar lançou-me na gelada areia.
Serei... que importa? o D. Juan da morte
Dá-me o teu seio — e tu serás Haidéia!

Pousa esta mão — nos meus cabelos úmidos!...
Ensina à brisa ondulações suaves!
Dá-me um abrigo nos teus seios túmidos!
Fala!... que eu ouço o pipilar das aves!

Já viste às vezes, quando o sol de maio
Inunda o vale, o matagal e a veiga?
Murmura a relva: "Que suave raio!"
Responde o ramo: "Como a luz é meiga!"

E, ao doce influxo do clarão do dia,
O junco exausto, que cedera à enchente,
Levanta a fronte da lagoa fria...
Mergulha a fronte na lagoa ardente ...

Se a natureza apaixonada acorda
Ao quente afago do celeste amante,
Diz!... Quando em fogo o teu olhar transborda,
Não vês minh'alma reviver ovante?

É que teu riso me penetra n'alma —
Como a harmonia de uma orquestra santa —
É que teu riso tanta dor acalma...
Tanta descrença!... Tanta angústia!... Tanta!

Que eu digo ao ver tua celeste fronte,
"O céu consola toda dor que existe.
Deus fez a neve — para o negro monte!
Deus fez a virgem — para o bardo triste!”
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Quadra Popular

Você diz que vai, que vai,
e não leva eu também.
Esta é sua ingratidão,
não é de quem quer bem.
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Soneto de
JERSON BRITO
Porto Velho/RO

Desprezado

Teu desprezo maltrata, é pungente.
Dói demais ver minguar nossa flama,
Confessando a saudade que sente,
Coração lacerado te chama.

Feneceu meu olhar rutilante,
Por negrume é cingido o poema,
Essa angústia é demais sufocante.
Esperar, esquecer... Oh, dilema!

Tua boca tão doce, macia,
Os momentos de amor, fantasia,
São lembranças em mim tatuadas.

Sofro tanto sem norte, à deriva,
Torturante, o pensar traz a diva,
Companheira de intensas jornadas.
= = = = = =

Folclore Brasileiro em Versos de
JOSÉ FELDMAN
Floresta/PR

A Mula Sem Cabeça

No campo sombrio, um lamento se faz angustiante,
Mula sem cabeça, um destino a vagar,
na floresta escura, no silêncio, errante,
ecos de um amor que não pode voltar.

Noite de sofrimento, de fogo a brilhar,
na escuridão, sua forma a percorrer,
em cada relâmpago, um grito a ecoar,
lembranças de vida que não podem ceder.

Mas quem a avista, deve ter temor,
pois a sombra da noite traz consigo a dor,
em busca de paz, sua alma a clamar,

e entre os mistérios, a história a contar,
que amor e desatino podem levar à dor,
e na lenda da mula, um eterno clamor.
= = = = = = 

Soneto de 
ALFREDO SANTOS MENDES
Lisboa/Portugal

A meia laranja

Senti meu coração alvoroçado,
Bater desordenado no meu peito.
Impávido fiquei! Fiquei sem jeito!
Que raio o pôs assim em tal estado?

Olhei em meu redor, desconfiado.
Senti-me desolado, contrafeito!
Por não compreender, a causa efeito,
Que o pusera a bater descontrolado!

Tive depois, a estranha sensação.
Que me tinham aberto o coração,
E dentro dele, alguém se aboletava!

Aos poucos o meu ser se aquietou.
Pois percebeu, que o ser, que se alojou…
Era a meia laranja que faltava!
= = = = = = 

Soneto de 
RENATO SUTTANA
Barroso/MG


 Que gastes lá teu ouro, teu minuto,
teu grama de progresso, teu punhado
de futuro – antevisto, calculado,
todo pejado de valor e fruto;

 que lá queiras chegar, de olho impoluto,
como quem leva a urgência de um recado,
insone, mas cumprindo algum mandado,
por força do insondável, do absoluto;

 que lá passes um dia, um mês, um ano
(quem sabe a vida inteira), convencido
de que encontraste a pista, o portulano,

 e de que lá não entras por abuso
e não és, sem estirpe e sem partido,
mais que um indesejável, um intruso.
= = = = = = 

Spina de 
SOLANGE COLOMBARA
São Paulo / SP

Aos Primeiros Raios Solares...

Páginas em branco
rumam em silêncio 
abrindo as janelas, 

descortinando o novo dia azul.
Repleta de paz sou esperança,
em linhas retas, sou paralelas. 
Sem pensar no amanhã, verso
risos ou prantos, sem mazelas.
= = = = = = 

Soneto de 
AMILTON MACIEL MONTEIRO
São José dos Campos/SP

Mudança por amor

Mandei tirar sem dó toda a argamassa
Que recobria o chão do meu quintal
E em seu lugar, tal qual fosse uma praça,
Formei maravilhoso roseiral.

E para a minha casa ter mais graça
Forrei de primavera o seu beiral
E, junto aos muros, onde o mato grassa,
Eu pus planta de fruta e ornamental:

Ameixeira, pitanga e goiabeira,
Que ali mantêm as aves e os seus ninhos
Em explosões de cantos de alegria!

E quero ver se assim dessa maneira
Agrado a minha amada e os passarinhos,
E faço bem ainda à ecologia!
= = = = = = 

Hino de 
TIJUCAS DO SUL/ PR

Foi Ambrósios teu nome primeiro.
Deslumbrante beleza: ó Saltinho!
Do Estado és grande celeiro;
Guardas lago, floresta e ninho.

ESTRIBILHO
Salve! Salve! Tijucas do Sul!
Tabatinga, florestas e flores.
Protegida pelo manto azul,
De Nossa Senhora das Dores!

É chamado depois Aruatã.
Erva-mate e madeira de lei
São riquezas e teu talismã.
Os sinais de valor nessa grei.

És Tijucas do Sul - Paraná
Tens história na Revolução!
Na memória do povo ainda está
Grande glória pra toda nação.

Tijuquense, és povo leal!
Teu esforço e trabalho é sucesso.
E a resposta do teu ideal
É um futuro de pleno progresso!
= = = = = =

Poema de
IVAN LAUCIK 
Liptov/Eslováquia (1944 – 2004)

Anotação de Fim de Tarde

 Nada importa, dizem-te pela manhã:
E tu (vês-te obrigado) duvidas destas palavras todo o dia.

Resiste, entretém os peixes,
canta-lhes em voz alta sobre a ponte...
Os momentos de alegria quase te envergonham:
As distâncias convenientes, relações de altura e profundidade,
os invernos curtos, vento em conta para os moínhos -
e um tempo longo coberto
de ornamentos de ferro!
(Os livros de Lógica estão gastos
pelas mãos e pelo suor!)

Alguém que ouve mal embriaga-se de palavras:
o futuro pertence apenas aos helicópteros silenciosos,
capazes de aterrar na palma da mão.
(Haverá palma da mão?) E continua em sonhos
a separar-se o comestível do que não presta.

Sim, chegam-nos plantas cheias de entusiasmo.
Mas não é por isso que a folha artificial é menos verde.

Assim os incrédulos valorizam a fé.
Os infalíveis esperam ser salvos pelos nossos erros.
Os vivos sabem
que tudo importa
desde manhã.
= = = = = = 

Triverso de
DOMINGOS PELLEGRINI
Londrina/PR

Montanha que brilha
a louça lavada
empilhada na pia.
= = = = = = 

Soneto de
IALMAR PIO SCHNEIDER
Porto Alegre/RS

Carnaval

Eis que de novo chega o Carnaval
para trazer, talvez, muita alegria,
às multidões que sofrem de algum mal
e podem ingressar na fantasia...

Vivem momentos só de alegoria,
num transe enfático, sensacional,
e buscando, num passe de magia,
aliviar o desejo sensual...

Cantam e dançam, plenos de calor,
demonstrando a maior felicidade,
neste evento de cálida paixão...

Por toda a parte a Festa do Esplendor
penetra os corações, e na igualdade,
congregando os cultores da Ilusão !
= = = = = =

Recordando Velhas Canções
DEUSA DO ASFALTO 
(samba-canção, 1959) 

Um dia sonhei um porvir risonho
E coloquei o meu sonho
Num pedestal bem alto
Não devia e por isso me condeno
Sendo do morro e moreno
Amar a deusa do asfalto.

Um dia ela casou com alguém
Lá do asfalto também
E dizem que bem me quer
E eu triste boêmio da rua
Casei-me também com a lua
Que ainda é a minha mulher

É cantando  que carrego a minha cruz
Abraçado ao amigo violão
E a noite de luar já não tem luz
Quem me abraça é a negra solidão

É, é, é, ééé cantando que afasto do coração
Esta mágoa que ficou daquele amor
Se não fosse o amigo violão
Eu morria de saudade e de  dor.
= = = = = = = = =