“Que fazem as estrelas durante o dia?.”
Mardien Calixte (1935 – 2013), de seu livro “Atlantico!”
Chove no telhado — o fim do mundo cochila no colo da flor.
2 – Tecnologia
Toque na tela fria — a solidão se esconde na luz do visor.
3 – Infância
Chão de terra e riso — a pipa sobe dançando com sonho no fio.
4 – Madrugada
O silêncio pingando no copo sujo da pia — a lua vigia.
5 – Amor inesperado
No ponto vazio do ônibus atrasado — um olhar sorri.
6 – Flor no velório
Um perfume antigo fica no adeus.
7 – Cova aberta à luz
Uma borboleta pousa sem pressa nenhuma.
8 – Entre soluços
Um verso escorre da dor — nasce poesia.
9 – A magia do retrato
O tempo apaga sorrisos com dedos de pó.
10 – Último suspiro
A cortina se move sem vento algum.
11 – Saudade
No cheiro do chá tua ausência se senta na cadeira ao lado.
12 – Amor desfeito
Promessas partidas decoram a estante como porta-retratos.
13 – Lágrimas em vão
Choram meus olhos carentes — atormentam meu coração
14 – Goteira no teto
Ninguém nota a tempestade dentro do olhar
15 – Monotonia
A brisa da manhã sussurra segredos calmos — folhas balançam.
16 – Eterno
A lua no espelho reflete sonhos antigos na água parada.
17 – Devaneio
O silêncio azul invade o fim da tarde, passa um sabiá.
18 – Inexplicável partitura
O silêncio denso — no vão entre duas notas, a dor se esconde.
19 – Sempre igual
O grito contido pesa mais que tempestade. Cai sem alarde.
20 – Vazio
Nenhum som resta, só o pulsar da ausência na pele da alma.
21 – Sem voz
Chuva no vidro, como lágrimas do céu. Ninguém responde.
22 – Escombros
Entre ruínas, flores ainda resistem. Melancolia.
23 – Sem explicação
Saudade… aquela presença que se faz sentir na ausência.
24 – Estranho
Vento no portão, eco do que já foi riso— volta só a brisa.
25 – Álbum de fotografia
No velho retrato, o tempo dorme em silêncio. Saudade desperta.
26 – Mar aberto
No céu da memória brilham os olhos de antes — lágrima e farol.
27 – Sem sentido
Ramo quebrado. O pássaro não volta. Só o vento.
28 – O peso de uma ausência
Chão de folhas. Ninguém passou por aqui. Mesmo assim pesa.
29 – Depois de tudo
A fumaça sobe. O tempo nem responde... Cinza no ar.
30 – Dor ingente
Casa vazia. O som do relógio dói devagar.
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APARECIDO RAIMUNDO DE SOUZA (72), natural de Andirá/PR,. Em Osasco, foi responsável, de 1973 a 1981, pela coluna Social no jornal “Municípios em Marcha” (hoje “Diário de Osasco”). Neste jornal, além de sua coluna social, escrevia também crônicas, embora seu foco fosse viver e trazer à público as efervescências apenas em prol da sociedade local. Aos vinte anos, ingressou na Faculdade de Direito de Itu, formando-se bacharel em direito. Após este curso, matriculou-se na Faculdade da Fundação Cásper Líbero, diplomando-se em jornalismo. Colaborou como cronista, para diversos jornais do Rio de Janeiro e Minas Gerais, como A Gazeta do Rio de Janeiro, A Tribuna de Vitória e Jornal A Gazeta, entre outras. Hoje, é free lancer da Revista ”QUEM” (da Rede Globo de Televisão), onde se dedica a publicar diariamente fofocas. Escreve crônicas sobre os mais diversos temas as quintas-feiras para o jornal “O Dia, no Rio de Janeiro.” Acadêmico da Confraria Brasileira de Letras. Reside atualmente em Vila Velha/ES.
Fontes:
Texto enviado pelo autor.
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing

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