SARA MENDES ROCHA
Ensino Médio da Escola Particular Pequeno Príncipe
Troca natural
Hoje acordei sem pauta, sem mundo, sem cor, sem nada! Estava fincada na terra, sujando meu tênis de marca preferida, não conseguia sair, estava preso. Tentei aclamar para os meus pais, mas ninguém apareceu para me socorrer. Não sentia fome nem frio e muito menos minhas pernas. Quando parei para olhar ao meu redor, percebi estar no meio de uma floresta humana, uma floresta má, reclamona e barulhenta. Uma floresta que se recusava a produzir oxigênio para as árvores respirarem.
As árvores humanas não se importavam com ninguém, só queriam saber delas, quem era mais bela, vistosa e exuberante. Aos pés dessas maldosas, estavam árvores afetuosas, bondosas e inocentes, que com toda a bondade do mundo, cuidavam dos maldosos sem reclamar. Esse não era o objetivo delas, mas mesmo assim elas o faziam com amor. A que encontrei aos meus pés a me regar, tomei minha petulância e ousei perguntar:
– Com licença boa senhora! Mas, que fazes aqui a me regar e a adubar minhas raízes?
– Formosa princesa! Encontro–me aqui à disposição daqueles que prezam pela minha sobrevivência! Trato com carinho e amor aqueles que, seu trabalho apenas por nós realiza. É infelizmente a única maneira que tenho de agradecer, pois se houvesse outra, a faria, nem que custasse minha vida, pois sei que aqueles da nova geração seriam gratos! Deixaríamos para eles um mundo melhor do que aqueles que encontramos! – Disse senhora árvore indignada com a minha pergunta, mas com a mais doce voz por mim antes já ouvida.
– Mas senhora – Disse ainda indignada com a atitude da boa árvore – Se já é de teu conhecimento a falta de piedade dos humanos, ainda persistes em fazer o bem, para quem não te faz nem o necessário?
– Mas, linda! – disse ela com voz meio sarcástica – e como é que sobreviverei sem saber o que teria acontecido se tivesse ao menos tentado lutar pela sobrevivência de meus ancestrais? Quem serei se não ousar ser quem eu quero ser? Ou seja, a diferença, que parte do coração de cada um de nós a atos que se tornam grandes e transformam o planeta? – Ela concluiu com uma pena lastimável a minha juventude à flor da pele e à falta de iniciativa presa em mim.
Ela me olhava agora, pronta para responder mais uma de minhas perguntas indesejáveis, mas intrigantes para ela, para que assim possa quem sabe convencer–me a produzir sua fonte de vida. Olhando para o chão e tentando refletir a respeito de sua resposta, ousei–me a indagar mais uma vez:
– Dona árvore, mas como é que se pode produzir tão bem assim sem aproveitar os recursos que o mundo lhe oferece? Se são eles os mais produtivos?
– E quem disse que não aproveito? – Disse ela sorridente – eu os respiro, os como, bebo e ainda me divirto com eles, que mais posso eu apenas uma árvore satisfeita querer? Eu desenvolvo como que o meu mundo bondoso me oferece, destruição nunca foi e nunca será sinônimo de desenvolvimento. Desenvolvimento é conciliar o que podemos consumir com nossa grandiosa inteligência que nos é dada. Somos todos bons e sustentáveis, pois somos produtos desse meio que possui essas mesmas características, se não, quem nós há de ser? – Terminou gargalhando.
– Mas senhor... Retruquei confusa.
– Meu trabalho não é fácil,mas não desisto. Tenha um bom dia, e não se esqueça que terei apenas um bom amanhã se com sua ajuda puder contar! – e já cansada de minha voz inconveniente, saiu ela contarolando.
Eu olhava ao redor com a mente mais confusa do mundo. Refletia nas palavras da boa árvore. E imaginava inúmeras soluções para o caos que o mundo em que vivemos se encontrava. Projetos e iniciativas sustentáveis invadiram e persuadiram todo o meu minúsculo ser.Eu estava pronta para seguir os conselhos daquela senhora, tinha agora uma sede insaciável de imitá–la, ser a diferença que o mundo quer ver.
Eu estava pensando em como seria se de repente todas as plantas se recusassem a produzir oxigênio, o que seria de nós: eu não as culparia por essa atitude, elas teriam razão, quem somos nós para destruir aquilo que foi concedido a todos nós seres vivos? Isso não estava certo, eu tinha uma necessidade gigante de reverter essa situação.
Quando de repente parei e olhei ao meu redor, estava num mar de sangue e mortandades, consegui apenas ver destruição e ao avistar uma placa perto de mim, pude ler 21/09/2500. Não sabia como o cenário tinha mudado tão drasticamente. Meus olhos se sujaram com situações que não desejaria ver!
Estava no ponto máximo do inferno, e contava os segundos para ser libertada daquele lugar, desejando com todas as minhas forças poder estar em casa com minha família. Quando em um pulo acordei suada e ofegante em minha cama, eu tinha sonhado com uma lição de vida que jamais esqueceria.
Fonte:
3a. Antologia Jovem Escritor. Academia de Letras de Teófilo Ottoni.
Participação dos estudantes do ensino fundamental, médio e superior classificados no 3º Prêmio Jovem Escritor promovido, em 2013, pela Academia de Letras de Teófilo Otoni, União Estudantil de Teófilo Otoni e o Movimento Pró Rio Todos os Santos e Mucuri.
Ensino Médio da Escola Particular Pequeno Príncipe
Troca natural
Hoje acordei sem pauta, sem mundo, sem cor, sem nada! Estava fincada na terra, sujando meu tênis de marca preferida, não conseguia sair, estava preso. Tentei aclamar para os meus pais, mas ninguém apareceu para me socorrer. Não sentia fome nem frio e muito menos minhas pernas. Quando parei para olhar ao meu redor, percebi estar no meio de uma floresta humana, uma floresta má, reclamona e barulhenta. Uma floresta que se recusava a produzir oxigênio para as árvores respirarem.
As árvores humanas não se importavam com ninguém, só queriam saber delas, quem era mais bela, vistosa e exuberante. Aos pés dessas maldosas, estavam árvores afetuosas, bondosas e inocentes, que com toda a bondade do mundo, cuidavam dos maldosos sem reclamar. Esse não era o objetivo delas, mas mesmo assim elas o faziam com amor. A que encontrei aos meus pés a me regar, tomei minha petulância e ousei perguntar:
– Com licença boa senhora! Mas, que fazes aqui a me regar e a adubar minhas raízes?
– Formosa princesa! Encontro–me aqui à disposição daqueles que prezam pela minha sobrevivência! Trato com carinho e amor aqueles que, seu trabalho apenas por nós realiza. É infelizmente a única maneira que tenho de agradecer, pois se houvesse outra, a faria, nem que custasse minha vida, pois sei que aqueles da nova geração seriam gratos! Deixaríamos para eles um mundo melhor do que aqueles que encontramos! – Disse senhora árvore indignada com a minha pergunta, mas com a mais doce voz por mim antes já ouvida.
– Mas senhora – Disse ainda indignada com a atitude da boa árvore – Se já é de teu conhecimento a falta de piedade dos humanos, ainda persistes em fazer o bem, para quem não te faz nem o necessário?
– Mas, linda! – disse ela com voz meio sarcástica – e como é que sobreviverei sem saber o que teria acontecido se tivesse ao menos tentado lutar pela sobrevivência de meus ancestrais? Quem serei se não ousar ser quem eu quero ser? Ou seja, a diferença, que parte do coração de cada um de nós a atos que se tornam grandes e transformam o planeta? – Ela concluiu com uma pena lastimável a minha juventude à flor da pele e à falta de iniciativa presa em mim.
Ela me olhava agora, pronta para responder mais uma de minhas perguntas indesejáveis, mas intrigantes para ela, para que assim possa quem sabe convencer–me a produzir sua fonte de vida. Olhando para o chão e tentando refletir a respeito de sua resposta, ousei–me a indagar mais uma vez:
– Dona árvore, mas como é que se pode produzir tão bem assim sem aproveitar os recursos que o mundo lhe oferece? Se são eles os mais produtivos?
– E quem disse que não aproveito? – Disse ela sorridente – eu os respiro, os como, bebo e ainda me divirto com eles, que mais posso eu apenas uma árvore satisfeita querer? Eu desenvolvo como que o meu mundo bondoso me oferece, destruição nunca foi e nunca será sinônimo de desenvolvimento. Desenvolvimento é conciliar o que podemos consumir com nossa grandiosa inteligência que nos é dada. Somos todos bons e sustentáveis, pois somos produtos desse meio que possui essas mesmas características, se não, quem nós há de ser? – Terminou gargalhando.
– Mas senhor... Retruquei confusa.
– Meu trabalho não é fácil,mas não desisto. Tenha um bom dia, e não se esqueça que terei apenas um bom amanhã se com sua ajuda puder contar! – e já cansada de minha voz inconveniente, saiu ela contarolando.
Eu olhava ao redor com a mente mais confusa do mundo. Refletia nas palavras da boa árvore. E imaginava inúmeras soluções para o caos que o mundo em que vivemos se encontrava. Projetos e iniciativas sustentáveis invadiram e persuadiram todo o meu minúsculo ser.Eu estava pronta para seguir os conselhos daquela senhora, tinha agora uma sede insaciável de imitá–la, ser a diferença que o mundo quer ver.
Eu estava pensando em como seria se de repente todas as plantas se recusassem a produzir oxigênio, o que seria de nós: eu não as culparia por essa atitude, elas teriam razão, quem somos nós para destruir aquilo que foi concedido a todos nós seres vivos? Isso não estava certo, eu tinha uma necessidade gigante de reverter essa situação.
Quando de repente parei e olhei ao meu redor, estava num mar de sangue e mortandades, consegui apenas ver destruição e ao avistar uma placa perto de mim, pude ler 21/09/2500. Não sabia como o cenário tinha mudado tão drasticamente. Meus olhos se sujaram com situações que não desejaria ver!
Estava no ponto máximo do inferno, e contava os segundos para ser libertada daquele lugar, desejando com todas as minhas forças poder estar em casa com minha família. Quando em um pulo acordei suada e ofegante em minha cama, eu tinha sonhado com uma lição de vida que jamais esqueceria.
Fonte:
3a. Antologia Jovem Escritor. Academia de Letras de Teófilo Ottoni.
Participação dos estudantes do ensino fundamental, médio e superior classificados no 3º Prêmio Jovem Escritor promovido, em 2013, pela Academia de Letras de Teófilo Otoni, União Estudantil de Teófilo Otoni e o Movimento Pró Rio Todos os Santos e Mucuri.
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