Quem passa pela av. Ana Costa, frente ao “Colégio São José”, sabe que seus olhos contemplam um cofre sagrado que guarda augustas recordações. Sabe, também, que, pelos portões daquele prédio, que ocupa quase um quarteirão, já passaram várias gerações de santistas, em busca do tesouro do saber, resguardado por detrás daqueles nobres muros.
Dezenove de março de 1924, Dia de São José! Nesse mesmo lindo dia, nascemos - tu, meu querido Colégio e quem emocionada escreve estas linhas.
Vai longe o tempo em que, saia azul marinho e blusa branca, atravessei por longos e felizes anos teus corredores, na procura inconsciente de um dia chegar a ser gente. O percurso estendeu-se do Jardim da Infância à Escola Normal, sem esquecer, entre eles, o Secretariado. Ambos crescemos, caro Colégio, ao embalo do Hino Nacional que Nina Mazagão nos ensinou a cantar - cartilha do amor à Pátria!
Quanta saudade daquele tempo bom, distante sonho... da querida Irmã Margarida, doce “ma mère”, a Superiora. De Irmã Filomena, tão amiga e de Irmã Virgínia, sempre austera na iniciação da língua francesa, enquanto o sorriso de Irmã Edith captava simpatias para o idioma inglês.
Como não lembrar Zulmira Campos? Ao comando do idioma pátrio, tão brava quanto eficiente, fez tremer de susto àquela aluna tímida, que, aos 11 anos de idade, recebeu de volta o seu primeiro trabalho de redação, “A morte do sabiá”, devolvido à autora (que se derramara poeticamente), com nota insignificante e a reprimenda:- “ Isto foi feito com a mão do gato! Uma criança não escreve assim! Nunca mais faça uma coisa dessas!”- O que levou a apavorada aluna a, infantilmente, anular-se até o final do curso, a escrever frases secas e curtas, para que ninguém duvidasse da sua autoria. E, quem diria! – a mesma mestra, posteriormente, iria incentivar bastante a poesia daquela ex-aluna, sem saber que a sua reprimenda inicial fora na verdade não só um grande elogio, mas, também, o primeiro prêmio de literatura que ela recebera!
Minhas filhas passaram por essa grande mestra e têm certeza do quanto devemos ao rigorismo de Zulmira Campos! E, também, à simpatia dos professores, João Papa Sobrinho (Física), Isolino (Química), Marieta Garcia (História da Civilização) sempre assídua às festinhas de ex-alunas.
E quanto poderia ser dito sobre o querido Prof. Domingos Aulicino, hoje nome de Praça, paraninfo da turma de 1940, quase extinta. Distinção em pessoa, nosso professor de Latim apenas errou ao afirmar: - “O mundo só tomará jeito quando for governado por mãos ternas de uma mulher”. Prof. Aulicino não chegou aos tempos atuais, quando a realidade o desdiria.
Luiz Carranca substituiu Zulmira Lambert, no ensino da temível Matemática, área em que esta ex-aluna era redondo zero à esquerda! E ele bem conhecia as alergias das alunas à matéria da qual era mestre! Era também crítico literário de A Tribuna, e, dele, guardo duas cartas nas quais comenta meus livros de contos e poesias, com palavras que sempre me emocionam.
Do Curso Normal, saltam os nomes de Irmã Maria Imaculada (Psicologia), tão fina e amiga e de Zeny Goulart, primeira vereadora de Santos, (Fisiologia e Sociologia). Tive o prazer de entronizar seu nome como Patrona de uma Cadeira no IHGS.
Benditos mestres! Nem todos citados, mas todos sempre muito queridos! – Saudades, no coração de cada aluna. Crescemos juntos, querido “Colégio São José”.
Eu partirei... mas, tu, sempre jovem, hás de seguir de pé - marco honroso e indelével do ensino santista! Cercado sempre de muito amor, provarás o que, feliz, afirmei na letra do teu Hino: -“Jamais teu nome há de ser esquecido/ pois quem te ama há de sempre te amar! “
Fonte: A autora
Dezenove de março de 1924, Dia de São José! Nesse mesmo lindo dia, nascemos - tu, meu querido Colégio e quem emocionada escreve estas linhas.
Vai longe o tempo em que, saia azul marinho e blusa branca, atravessei por longos e felizes anos teus corredores, na procura inconsciente de um dia chegar a ser gente. O percurso estendeu-se do Jardim da Infância à Escola Normal, sem esquecer, entre eles, o Secretariado. Ambos crescemos, caro Colégio, ao embalo do Hino Nacional que Nina Mazagão nos ensinou a cantar - cartilha do amor à Pátria!
Quanta saudade daquele tempo bom, distante sonho... da querida Irmã Margarida, doce “ma mère”, a Superiora. De Irmã Filomena, tão amiga e de Irmã Virgínia, sempre austera na iniciação da língua francesa, enquanto o sorriso de Irmã Edith captava simpatias para o idioma inglês.
Como não lembrar Zulmira Campos? Ao comando do idioma pátrio, tão brava quanto eficiente, fez tremer de susto àquela aluna tímida, que, aos 11 anos de idade, recebeu de volta o seu primeiro trabalho de redação, “A morte do sabiá”, devolvido à autora (que se derramara poeticamente), com nota insignificante e a reprimenda:- “ Isto foi feito com a mão do gato! Uma criança não escreve assim! Nunca mais faça uma coisa dessas!”- O que levou a apavorada aluna a, infantilmente, anular-se até o final do curso, a escrever frases secas e curtas, para que ninguém duvidasse da sua autoria. E, quem diria! – a mesma mestra, posteriormente, iria incentivar bastante a poesia daquela ex-aluna, sem saber que a sua reprimenda inicial fora na verdade não só um grande elogio, mas, também, o primeiro prêmio de literatura que ela recebera!
Minhas filhas passaram por essa grande mestra e têm certeza do quanto devemos ao rigorismo de Zulmira Campos! E, também, à simpatia dos professores, João Papa Sobrinho (Física), Isolino (Química), Marieta Garcia (História da Civilização) sempre assídua às festinhas de ex-alunas.
E quanto poderia ser dito sobre o querido Prof. Domingos Aulicino, hoje nome de Praça, paraninfo da turma de 1940, quase extinta. Distinção em pessoa, nosso professor de Latim apenas errou ao afirmar: - “O mundo só tomará jeito quando for governado por mãos ternas de uma mulher”. Prof. Aulicino não chegou aos tempos atuais, quando a realidade o desdiria.
Luiz Carranca substituiu Zulmira Lambert, no ensino da temível Matemática, área em que esta ex-aluna era redondo zero à esquerda! E ele bem conhecia as alergias das alunas à matéria da qual era mestre! Era também crítico literário de A Tribuna, e, dele, guardo duas cartas nas quais comenta meus livros de contos e poesias, com palavras que sempre me emocionam.
Do Curso Normal, saltam os nomes de Irmã Maria Imaculada (Psicologia), tão fina e amiga e de Zeny Goulart, primeira vereadora de Santos, (Fisiologia e Sociologia). Tive o prazer de entronizar seu nome como Patrona de uma Cadeira no IHGS.
Benditos mestres! Nem todos citados, mas todos sempre muito queridos! – Saudades, no coração de cada aluna. Crescemos juntos, querido “Colégio São José”.
Eu partirei... mas, tu, sempre jovem, hás de seguir de pé - marco honroso e indelével do ensino santista! Cercado sempre de muito amor, provarás o que, feliz, afirmei na letra do teu Hino: -“Jamais teu nome há de ser esquecido/ pois quem te ama há de sempre te amar! “
Fonte: A autora
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