sexta-feira, 15 de março de 2019

Clarisse da Costa (Eu me livro com livro)


As cartas de certa forma desenvolvem a escrita, a criatividade, os pensamentos e os sentimentos, tais como os livros. Os livros têm uma particularidade, nos trazem conhecimento e nos fazem viajar por diversos temas e personagens. Normalmente o cenário é a vida. O que mais aprecio é o lado humano que muitos autores abordam. Alguns até nos fazem questionar quem somos. Um olhar para dentro de si.

É como passear por dentro de si, abrir asas e se libertar de tudo aquilo que nos faz mal. Tipo eu me livro. Uma das obras populares brasileiras da literatura que particularmente eu curto e que se enquadra nesse contexto se chama "Tempo de Esperas", do Padre Fábio de Melo. A obra mostra todas as vertentes da vida em meio a uma desilusão amorosa. É como uma reflexão que nos salva.

O tempo vai passando e aquela dor rompe uma barreira. Por mais difícil que seja a dor, fortalece. Aprendemos a lidar com ela. De um jeito, ou de outro adquirimos aprendizado. A dor da perda me fez ver que a vida não acaba porque achamos que é o fim. Ela segue. O tempo passa. Não é porque erramos que não devemos mais viver. A vida é como um livro, vire a sua página e comece tudo de novo.

Sempre há tempo para recomeçar. O amor vive somente a sua espera. Ele se aprisiona à medida que nós ficamos alimentando algo que perdemos. Enquanto não se viram as páginas do livro da sua vida, ficamos ali amando o que nunca nos pertenceu. E que, de certa forma, nós mesmos podemos ter estragado tudo.

Talvez seja a hora de formarmos laços com o tempo e saber esperar. Mais que um dom, a espera é sabedoria e requer paciência. Desde cedo aprendi que o amor transforma. Mas sempre tive a certeza que tudo parte de um querer. Nos últimos anos, o amor tem sido um brinquedo nas mãos de algumas pessoas. Ao invés de fazer o bem, tem feito o mal. Mas a culpa é de quem brinca com o sentimento das pessoas. O afeto não parte da ilusão e sim daquilo que é verdadeiro. Não abra o livro dos sentimentos se não for para fazer e sentir com verdade. Nós somos os autores de nossa história, a libertação parte da nossa vontade. Os livros são apenas o início de tudo.

Fonte:
A autora


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