As histórias do Irmão Coelho eram contadas primeiramente pelos escravos afro-americanos, e são provenientes dos mitos de animais de África. Estas histórias foram registradas por um jornalista de origem europeia, chamado Joel Chandler Harris.
- Toca a levantar, Irmão Raposo! - disse o Irmão Coelho numa manhã soalheira, passando a correr pelo seu inimigo sonado. Agora, o Irmão Raposo era maior do que o coelho, mais forte do que ele e tinha dentes mais afiados, mas o Irmão Coelho estava sempre a levar a melhor sobre ele!
O Irmão Raposo planejou mudar tudo isso - para sempre. A razão por que estava com um ar meio sonolento não se devia ao fato de o barulhento do Irmão Coelho ter acabado de acordá-lo. Não, o Irmão Raposo estava cansado porque estivera a planejar travessuras até tarde.
Rastejara até ao poço de alcatrão, onde o pez borbulhava do chão e moldara um pedaço de modo a parecer-se com um coelho bebê.
Depois, o Raposo levou o bebê de alcatrão e sentou-se no meio do canteiro de terra que ele sabia que o Irmão Coelho palmilhava todos os dias até à sua plantação de alfaces. Então, foi sorrateiramente até casa e enroscou-se, fingindo ter estado lá a dormir toda a noite.
Quando o coelho agarrou o bebê de alcatrão, saudou-o.
- Bom dia, jovem - disse ele. - Onde estão a tua mamã e o teu papá?
Como é óbvio, o bebê de alcatrão não respondeu, porque ele era isso mesmo: um bebê feito de alcatrão. Nessa altura, o Irmão Coelho deu-lhe um bom abanão - só para descobrir que as suas patas se agarravam a ele como cola. Depois, utilizou as patas traseiras para se libertar do alcatrão pegajoso e também elas ficaram coladas.
Foi então que o Irmão Raposo surgiu. Estivera escondido num buraco, sempre à espreita.
- Parece que esta noite vou ter guisado de coelho! - riu-se ele. - Acho que vou pôr-te ao lume! - disse, agarrando o Irmão Coelho pelas orelhas.
- Oh, então está bem - disse o coelho. - Pensei que me ias atirar para aquele canteiro de roseiras-bravas.
- Pensando melhor, vou esfolar-te e depois comer-te - disse o raposo, aborrecido por o coelho não parecer estar assustado com a ameaça.
- Desde que não me atires para dentro do canteiro - suplicou o Irmão Coelho.
- Ou posso pendurar-te numa árvore - disse o Irmão Raposo.
- Parece desagradável - concordou o Irmão Coelho. - Mas não tão desagradável como o canteiro.
- Então é mesmo para aí que vais! - exclamou o raposo. Libertando-o do bebê de alcatrão, atirou-o ao ar... e o Irmão Coelho aterrou no canteiro de rosas-bravas cheias de espinhos.
- Obrigado por me soltares, Irmão Raposo - gritou o Irmão Coelho. Esqueceste-te que nós coelhos nascemos e crescemos no meio das roseiras bravas. - E, com isto, foi-se embora saltitando.
Tal como um escravo consegue enganar o seu dono com astúcia, mais uma vez o Irmão Coelho derrotara o Irmão Raposo fazendo-o passar por parvo.
Fonte:
- Toca a levantar, Irmão Raposo! - disse o Irmão Coelho numa manhã soalheira, passando a correr pelo seu inimigo sonado. Agora, o Irmão Raposo era maior do que o coelho, mais forte do que ele e tinha dentes mais afiados, mas o Irmão Coelho estava sempre a levar a melhor sobre ele!
O Irmão Raposo planejou mudar tudo isso - para sempre. A razão por que estava com um ar meio sonolento não se devia ao fato de o barulhento do Irmão Coelho ter acabado de acordá-lo. Não, o Irmão Raposo estava cansado porque estivera a planejar travessuras até tarde.
Rastejara até ao poço de alcatrão, onde o pez borbulhava do chão e moldara um pedaço de modo a parecer-se com um coelho bebê.
Depois, o Raposo levou o bebê de alcatrão e sentou-se no meio do canteiro de terra que ele sabia que o Irmão Coelho palmilhava todos os dias até à sua plantação de alfaces. Então, foi sorrateiramente até casa e enroscou-se, fingindo ter estado lá a dormir toda a noite.
Quando o coelho agarrou o bebê de alcatrão, saudou-o.
- Bom dia, jovem - disse ele. - Onde estão a tua mamã e o teu papá?
Como é óbvio, o bebê de alcatrão não respondeu, porque ele era isso mesmo: um bebê feito de alcatrão. Nessa altura, o Irmão Coelho deu-lhe um bom abanão - só para descobrir que as suas patas se agarravam a ele como cola. Depois, utilizou as patas traseiras para se libertar do alcatrão pegajoso e também elas ficaram coladas.
Foi então que o Irmão Raposo surgiu. Estivera escondido num buraco, sempre à espreita.
- Parece que esta noite vou ter guisado de coelho! - riu-se ele. - Acho que vou pôr-te ao lume! - disse, agarrando o Irmão Coelho pelas orelhas.
- Oh, então está bem - disse o coelho. - Pensei que me ias atirar para aquele canteiro de roseiras-bravas.
- Pensando melhor, vou esfolar-te e depois comer-te - disse o raposo, aborrecido por o coelho não parecer estar assustado com a ameaça.
- Desde que não me atires para dentro do canteiro - suplicou o Irmão Coelho.
- Ou posso pendurar-te numa árvore - disse o Irmão Raposo.
- Parece desagradável - concordou o Irmão Coelho. - Mas não tão desagradável como o canteiro.
- Então é mesmo para aí que vais! - exclamou o raposo. Libertando-o do bebê de alcatrão, atirou-o ao ar... e o Irmão Coelho aterrou no canteiro de rosas-bravas cheias de espinhos.
- Obrigado por me soltares, Irmão Raposo - gritou o Irmão Coelho. Esqueceste-te que nós coelhos nascemos e crescemos no meio das roseiras bravas. - E, com isto, foi-se embora saltitando.
Tal como um escravo consegue enganar o seu dono com astúcia, mais uma vez o Irmão Coelho derrotara o Irmão Raposo fazendo-o passar por parvo.
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário