terça-feira, 17 de agosto de 2021

Coelho Neto (A Chave)

Fechado um cofre e atirada a chave em pleno oceano, nem por isso deverá o dono perder a esperança de poder, um dia, reavê-lo, abri-lo e rever o seu tesouro intacto.

Não tornou do pélago o anel lançado pelo tirano às vagas, em hóstia à Fortuna, que o recusou, devolvendo-o nas entranhas de um peixe?

Mergulhadores, assim como pescam pérolas, podem rebuscar, nas areias e covas submarinas, a joia imersa trazendo-a à tona e restituindo-a ao que a perdeu ou, em instantes de desvario, atirou ao mar.

Todos os abismos têm limite — de um só, o túmulo, ninguém mediu ainda a profundidade. Quantos lá têm amores, desfeitos em saudades, tentam, em vão, alcançá-los e valem-se dos meios, todos frustrâneos (malogrados), ilusões que, em vez de consolarem, mais aumentam o desespero.

O que se acredita ver na placidez da Morte e a imagem do que existe no coração.

Quantos infelizes, deixando a realidade triste pela miragem falaz, ficam na vida sem o que tinham para guiá-los, que era a Luz da razão, apagada no mergulho em que se precipitaram!

A pequenina chave que fechou o teu caixão, meu filho, nunca mais terá serventia. Fez o que lhe cumpria, nada mais tem a fazer. E eu, entretanto, guardo-a como a mais preciosa das minhas relíquias.

Para quê? De que me serve se, com ela, não abro mais do que as fontes do coração dando livre curso às lágrimas saudosas?

Vê-la, tocá-la, tê-la perto de mim é lembrar-me de ti, fechado, como estás, para o sempre, com o selo inviolável da Eternidade.

Em minhas mãos essa pequenina chave, que deu a grande volta no círculo da tua Vida, encerrando-a, pode ser comparada a um facho nas mãos de um cego — porque ainda que ele o possua e sinta em nada lhe aproveita.

Que mergulhador terá fôlego tão longo que lhe permita descer às profundezas do túmulo e de lá trazer o meu tesouro?

De que me serve a chave, que conservo, se o cofre, que ela fechou, aprofunda-se tanto que o próprio Pensamento não lhe chega à jazida?

Admitindo, porém, que me fosse dado abrir o que, entre flores, fechei com mão trêmula e lágrimas a jorros, no instante em que, perdida toda a esperança, entreguei-te à cova e a Deus, teria eu ânimo bastante para contemplar o que me devolvia o Nada, restos de ti deixados pelo Céu e pela terra?

Para que profanar despojos? Que restará do que foi corpo airoso, coração meigo e alma inteligente — força, movimento e afeto: lume no olhar, ideia nas palavras, amor no gesto, heroísmo, dedicação e fé? Um arcabouço como tronco e ramos nus de árvores no inverno. Árvore!...

A árvore reenfolha-se, reflore, renova-se com mais viço ao calor do sol da primavera, prolonga a vida em ressurreições continuas. O corpo, uma vez tombado, resolve-se em pó que se não levanta.

De que me serve possuir a chave!... Antes eu a tivesse lançado ao mar, assim não teria ante os olhos essa promessa que se não cumpre, esperança sempre desvanecida, chave de um segredo que se não revelará jamais.

A alma, entretanto, apega-se a tudo, tudo lhe serve de consolação e martírio. E a chave aí jaz, entre as minhas relíquias, lembrando-me o que fechei para o sempre: o teu corpo e, com ele, entre as flores que o cercaram, toda a minha ventura.

Fonte:
Henrique Maximiano Coelho Neto. Mano – livro da saudade. Publicado em 1924.

Laurindo Rabelo (Poemas Escolhidos) VIII

SAUDADES


Da saudade, bem amado,
Nesta ausência tão distante,
Cada vez mais encravado
O espinho penetrante,
O coração sossegado
Me não deixa um só instante.
Como do caos primitivo
Surgiu bela criação,
Do caos da minha tristeza
Da pátria surge a visão!
Tenho saudades dos montes,
Dos ares, dos horizontes
Que à pátria servem de véu;
Saudades dos meus palmares,
Saudades daqueles ares,
Saudades daquele céu!
É puro, mas com ser puro
Este céu me não convém;
Que tendo tantas estrelas
A minha estrela não tem!
Muitas vezes a procuro,
Mas debalde!... um ponto escuro
No seu lugar se fitou;
Conheço e vejo a verdade:
Foi a nuvem da saudade,
Que a minha estrela apagou.
Sim, meu bem, brilhou a estrela
Sem rival nos brilhos seus,
Enquanto a luz recebia
Do lume dos olhos teus.
Quando teus olhos ardentes,
Rutilando de contentes
Iam-se nela fitar.
Hoje que estão desmaiados
Por prantos continuados,
Com seus sóis quase apagados,
Como há de a estrela brilhar?
Cada dia que se passa
Neste desgosto cruel,
Tem novo quadro a desgraça,
Tem a ausência novo fel.
Mais compunge o peito ansiado
Esse espinho envenenado,
Que a saudade me cravou;
E a dor me tem convencido
Que do espinho introduzido
Novo espinho se gerou.
Eu o sinto, quando estreito
Nos meus transportes de dor,
Sobre os lábios, sobre o peito,
O meu talismã de amor;
O meu fiel companheiro
E talvez o derradeiro
Presente de amor, de ti,
Na hora da despedida
Em que tudo (exceto a vida
Para chorar-te) perdi!
Se d’alma a essência celeste
Pudesse ser transmitida,
O retrato que me deste
Não fora um corpo sem vida
Que, ao vê-lo, minh’alma ardente,
No transporte mais veemente,
Sente ao semblante subir,
E nos olhos condensada,
Em lágrimas transformada,
Sobre o retrato cair.
Aos tormentos que já sobram
Novos reúne a saudade;
Os seus negrumes redobram
As sombras da soledade.
Na mente a imagem se agita
Dessa ventura infinita
Que junto a ti desfrutei,
Em quadros tão sedutores,
Quais nunca dos meus amores,
Nem nos sonhos divisei.
O amor com que me abraças,
Então não posso dizer!
Da saudade sinto as asas
No coração me bater;
E contemplando os espaços
Que te roubam aos meus braços,
E que não posso transpor,
Perco a luz, e desmaiada
Cai-me a fronte atordoada
Pelos combates de amor!
Assim passo em tua ausência.
Eis qual é o meu viver!
Melhor que tal existência
Mil vezes fora morrer,
Se não tivesse a esperança
Que venturosa bonança
À tormenta porá fim;
Se não tivesse a certeza
Que me adoras com firmeza,
Que não te esqueces de mim.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

GLOSAS

MOTE
Quem Feliz asno se chama
De certo é asno feliz.


GLOSA
Se Camões cantou Gama
Por seus feitos de valor,
Também merece um cantor
Quem Feliz asno se chama.
Qualquer burro pela lama
Enterra pata e nariz,
Mas este, que com ardis
Chegou a ser senador,
É besta d’alto primor,
É decerto asno feliz.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

MOTE
Beijo a mão que me condena
A ser sempre desgraçado;
Obedeço ao meu destino,
Respeito o poder do Fado.
(Pe. José Maurício)


GLOSA
Como a adorei, não exprime,
Não diz humana linguagem;
Ninguém traçar pode a imagem;
Daquele amor tão sublime!
A cruel, por este crime,
Eterno pranto me ordena.
E eu, vítima da pena
Da minha amorosa ofensa,
Sem arguir a sentença
Beijo a mão que me condena!

Sentindo a perseverança
Da paixão que me domina,
De achar ao mal medicina
Não alimento esperança,
Não sinto a menor mudança
Neste amor tão malfadado;
Se este amor exagerado
A mil desgraças me liga,
Esta constança me obriga
A ser sempre desgraçado!

Há um destino. — A razão
Da paixão na imensa vaga
De pronto seu facho apaga,
E nos deixa a escuridão!
Desse destino a impulsão
Eu sinto se me examino:
Sem luz, sem guia e sem tino,
Nada cogito, nem quero;
Não penso, não delibero,
Obedeço ao meu destino.

Quando em calma cogitava,
Calmo, estudando a verdade,
A razão e a liberdade
Sempre fortes, figurava,
Mas ai, triste! nem sonhava
Ver-me um dia neste estado!
Agora desenganado
Por tão acerba lição,
Mais que ao poder da razão,
Respeito o poder do Fado!

Fonte:
Laurindo Rabelo. Poesias completas. Ministério Da Cultura. Fundação Biblioteca Nacional

Sílvio Romero (Chico Ramela)

(Folclore do Sergipe)

= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

Havia um homem que tinha três filhos. Cada um por sua vez saiu para ganhar a sua vida, indo primeiro o mais velho e depois os outros dois.

O primeiro tinha um pé de laranjeira e disse: “Quando o meu pé de laranjeira começar a murchar, me acudam, que eu estou em perigo.”

Ele ganhou o mundo e foi dar na casa de uma princesa, que tinha duas irmãs parecidas com ela. Lá chegando, pediu rancho e lhe foi dado, mas na hora da ceia a moça pegou com ele uma aposta, dizendo que quem comesse mais seria senhor do outro. O moço concordou e puseram-se na mesa.

A moça comeu muito e, quando não pôde mais, pediu licença para ir lá dentro, e mandou uma de suas irmãs a substituir. Esta veio e começou a comer, e o moço, que a não tinha visto, a tomou pela primeira. Afinal ele não pôde mais e arriou, e ficou por cativo.

Lá na sua casa entrou a murchar o seu pé de laranjeira, e o irmão do meio foi ao pai e disse: “Meu pai, meu irmão mais velho está em perigo e eu quero ir em socorro dele.”

— “Pois bem, vai; mas tu o que queres — minha maldição com muito dinheiro, ou minha bênção com pouco?”

— “A maldição com muito.”

O moço partiu, e, ao sair, disse: “Quando o meu pé de limeira começar a murchar me acudam que eu estou em perigo.”

Saiu e andou muito. Foi ter justamente em casa da princesa onde se achava preso o seu irmão. Lá pediu rancho, e na hora da janta lhe aconteceu o mesmo que ao outro, ficou também preso, mas não sabia um do outro.

Lá na sua casa começou a murchar o seu pé de limeira. O irmão caçula foi ao pai e pediu para ir a procura de seus dois irmãos. O pai fez a pergunta que havia feito ao outro, e ele respondeu pedindo a bênção.

Seguiu Chico Ramela, assim era o seu nome, adiante encontrou uma velhinha que era Nossa Senhora, a sua madrinha, que lhe ensinou onde estavam seus irmãos, e o que costumava a princesa fazer para prender a quem lá ia, e disse que ele aceitasse a aposta, mas não deixando a moça se levantar da mesa.

Lá chegando, ele executou tudo o que a velhinha lhe aconselhou e ganhou a aposta; mas não quis a princesa por sua cativa, se contentando em soltar todos os presos que lá se achavam.

Os irmãos ficaram muito satisfeitos e seguiram todos três juntos. Mais adiante os dois mais velhos se revoltaram contra o caçula e lhe fizeram a traição de lhe tomarem tudo que levava e o cativarem.

Compraram cavalos e seguiram levando a Chico Ramela por escravo. Foram dar num reino onde uns bichos ferozes iam todas as noites estragar e devorar as hortas e jardins do rei, e não havia quem pudesse dar cabo deles.

Os dois irmãos de Chico Ramela se foram oferecer para matar os tais animais, e nada puderam fazer. Afinal o Chico foi se oferecer e foi aceito. Foi dormir nas hortas do rei, munido de uma viola, que pôs-se a tocar para não pegar no sono.

Lá pela terceira noite ele ouviu aquele zoadão que vinha acabando tudo. Eram os animais ferozes. Eram três cavalos encantados. Chegaram às hortas do rei e não puderam entrar porque o moço se apresentou em frente deles.

Cada um pediu por sua vez uma folha de couve, que o moço deu. Então o primeiro cavalo disse: “Quando se achar em algum perigo, diga: ‘Valha-me o meu cavalo baio encerado das crinas pretas.’” E partiu.

O outro disse: “Quando se ache nalgum perigo, diga: ‘Valha-me o meu cavalo alazão da estrela branca.”’ Partiu.

O terceiro disse: “Quando se achar nalgum perigo diga: ‘Valha-me o meu cavalo ruço-pombo das canas pretas.’” E sumiu-se.

No dia seguinte apareceram os jardins e hortas do rei perfeitinhos, e Chico Ramela com muito dinheiro e seus irmãos fugidos e corridos de vergonha.

Tempos depois, a filha do rei declarou que só se casava com o moço que, montado a cavalo, em toda a desfilada, subisse as sete escadarias do palácio e lhe tirasse o cravo que ela tinha no cabelo. Marcou-se o dia para esta cerimônia e nenhum pôde conseguir lá chegar.

Então Chico Ramela disse: “Valha-me o meu cavalo baio encerado das crinas pretas.” De repente lhe apareceu aquele cavalo todo arreado de prata que fazia inveja a todos, e ele partiu a toda brida. Chegando ao palácio o cavalo galgou três escadarias e voltou. Todos ficaram muito admirados porque foi o cavalo mais bonito que apareceu e o cavaleiro que chegou mais alto.

No dia seguinte também ninguém nada conseguiu, e Chico Ramela disse: “Valha-me o meu cavalo alazão da estrela branca!”

Apareceu o cavalo todo arreado de ouro e o moço partiu. Galgou cinco escadarias e voltou. Todos ficaram ainda mais espantados e a princesa já se sentia apaixonada.

No terceiro dia a mesma coisa, e ninguém conseguiu chegar onde estava a princesa.

Então Chico Ramela disse: “Valha-me o meu cavalo ruço-pombo das canas pretas!” Apareceu aquele cavalo lindo de fazer medo, todo arreado de diamantes. Houve bravos gerais; o moço passou pela princesa em toda a desfilada, o cavalo trepou as sete escadarias, fez uma mesura, e o moço tirou o cravo dos cabelos da moça.

Teve lugar o casamento; houve muitas festas, e os irmãos do Chico desapareceram envergonhados.

Fonte:
Sílvio Romero, Folclore brasileiro; cantos e contos populares do Brasil. 
RJ: José Olympio, 1954.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

II Concurso Literário da Academia Mourãoense de Letras – AML (Prazo: 30 de outubro)


Público: Poetas em língua portuguesa

Requisitos: Poema inédito escrito em língua portuguesa

Tema: livre

Valor da inscrição: Gratuita

Local: Totalmente online

Premiação dos poemas:

• 1º lugar: R$ 500,00, diploma e exemplares do livro
• 2º lugar: R$ 300,00, diploma e exemplares do livro
• 3º lugar: R$ 200,00, diploma e exemplares do livro
• 4º lugar: R$ 100,00, diploma e exemplares do livro

B) Premiação da interpretação em vídeo, pelo autor ou representante, dos poemas selecionados:

• 1º lugar: R$ 500,00 e diploma
• 2º lugar: R$ 300,00 e diploma

Direitos autorais do poema: Cedidos para publicação física e virtual com distribuição gratuita.

Direitos autorais do vídeo: Cedidos para exibição nas redes sociais da AML ou em apresentações gratuitas desta instituição.

Prazo de envio dos poemas: 30 de outubro de 2021

Live com os poemas interpretados (em vídeos) e resultado final: 19 de dezembro de 2021

Organização: Academia Mourãoense de Letras

Contato (informações ou dúvidas): aml.comlit@gmail.com

Regulamento e Ficha de Inscrição disponíveis em: https://aml.art.br


Regras para a inscrição no concurso:

Envio de um e-mail contendo os seguintes anexos:

1) Ficha de Inscrição completa;

2) e até 2 (dois) poema(s) inédito(s) sem qualquer identificação ao FIEL DEPOSITÁRIO, Prof. Fábio Alexandro Sexugi, membro da AML, no e-mail: inscricoes.aml@gmail.com

REGULAMENTO

A Presidente da ACADEMIA MOURÃOENSE DE LETRAS (AML) torna público o Regulamento para o II CONCURSO DE POESIAS DA AML e o I PRÊMIO INTERNACIONAL DE POESIA “RUBENS LUIZ SARTORI”.

CAPÍTULO I

DO EVENTO E DOS OBJETIVOS


Art. 1º O presente documento estabelece o regulamento do II CONCURSO DE POESIAS DA AML e do I PRÊMIO INTERNACIONAL DE POESIA “RUBENS LUIZ SARTORI”, tratando sobre sua definição, objetivos, inscrições, critérios de avaliação e premiações.

Art. 2º O Concurso ocorrerá totalmente de forma virtual.

Art. 3º O evento, em língua portuguesa, destina-se a autores do Brasil e do exterior.

Art. 4º Os objetivos principais são a divulgação da língua portuguesa, o incentivo à produção literária no gênero “Poesia” e a divulgação de seus autores. Quer-se também estimular o espírito poético, a criatividade dos autores, facilitando-lhes o acesso ao universo literário pela e da poesia, como um meio de expressão da sua subjetividade, valores e visão de mundo.

CAPÍTULO II

SOBRE A INSCRIÇÃO


Art. 5º Podem inscrever-se poetas com 18 anos completos ou mais.

Art. 6º Cada autor deverá submeter até dois poemas inéditos, de autoria própria, com forma poética e temática livres.

Parágrafo único. Entende-se por “inédito” o texto nunca premiado em concursos anteriores e não publicado em física ou virtualmente até a data da publicação do resultado final do concurso.

Art. 7º As inscrições serão realizadas por meio de formulário online e serão totalmente gratuitas.

Art. 8º Para se inscrever, o autor deverá enviar ao e-mail inscricoes.aml@gmail.com:

I. Formulário de Inscrição (obtido no site da AML) preenchido com todas as informações solicitadas;

II. Arquivo com o(s) poema(s), no formato PDF, contendo, somente o título e o texto, sem marcas de identificação ou de autoria, ou seja, sem como nome, pseudônimo, telefone ou endereço, sob pena de desclassificação do concurso.

Parágrafo único. A formatação do arquivo (incluindo margens, fonte e espaçamento) é livre.

Art. 9º Ao efetuar a inscrição, o participante deverá assinalar no local específico do Formulário ter os direitos autorais do(s) poema(s) e ceder tais direitos à Academia Mourãoense de Letras para fins de divulgação e publicações gratuitas, caso seu poema seja classificado entre os 20 (vinte) melhores.

Parágrafo único. Após o resultado final do concurso, todos os autores classificados poderão divulgar e mesmo publicar seus poemas em outros meios com as seguintes ressalvas:

I. Os autores selecionados entre os 20 (vinte) primeiros lugares terão seu(s) poema(s) publicados física e virtualmente, tendo, portanto, de mencionar esta publicação feita pela AML;

II. Os autores não classificados entre os 20 (vinte) selecionados ficam livres para divulgar seus poemas, sem a obrigatoriedade de mencionar a participação no concurso, objeto deste Regulamento.

Art. 10º A Comissão Organizadora divulgará a lista com os 20 (vinte) primeiros poemas classificados, em ordem alfabética por título no site da AML e em suas páginas no Facebook e no Instagram, no prazo previsto no cronograma.

Art. 11º O fiel depositário entrará em contato com os autores para dar-lhes ciência e convidá-los a apresentar seus poemas, concorrendo, OPCIONALMENTE, à premiação pela interpretação audiovisual do(s) poema(s). Para tanto, seus autores deverão enviar um vídeo, de até 1min30s (um minuto e trinta segundos), gravado por eles mesmos ou por quem escolherem.

§ 1º. O vídeo deverá ser completamente autoral e poderá exibir o título do poema interpretado, sem, todavia, mencionar o nome do autor.

§ 2º. O vídeo é de inteira responsabilidade de seus autores.

§ 3º. Os autores que não enviarem seus vídeos terão seus poemas lidos durante a live por membros da AML, porém não concorrerão à premiação relativa à interpretação audiovisual.

§ 4º. É expressamente vedada, na elaboração do vídeo, a utilização de:

I. obras intelectuais e de arte, na íntegra ou em parte, protegidas por direitos autorais;
 
II. recursos que contrariem as normas estabelecidas pelas diretrizes do Facebook, do YouTube e do Instagram, onde a live poderá ser exibida.

CAPÍTULO III

SOBRE A AVALIAÇÃO


Art.12º A avaliação dos textos será realizada pela COMISSÃO JULGADORA 1 e a dos vídeos, pela COMISSÃO JULGADORA 2.

Art 13° As duas comissões serão compostas por no mínimo 3 (três) e no máximo 5 (cinco) pessoas com reconhecido conhecimento nas áreas literária, cultural e/ou linguística para os poemas e, para os vídeos, pessoas com conhecimento em recursos midiáticos e/ou das áreas da publicidade, jornalismo e informática, além de reconhecido bom gosto estético. Todos serão designados pela Comissão Organizadora da AML.

Art 14º Ambas as comissões terão autonomia plena para avaliar os poemas e os vídeos.

Art 15º As decisões das comissões julgadoras são soberanas, não cabendo, portanto, recursos.

Art. 16° Os integrantes das duas comissões julgadoras não saberão quem serão seus pares na avaliação.

Art. 17º O fiel depositário receberá todos os e-mails contendo o arquivo com as inscrições e os poemas. Fará um outro arquivo somente com os poemas sem qualquer identificação dos autores e os enviará para a COMISSÃO JULGADORA 1 também por e-mail. Posteriormente, receberá os vídeos dos autores classificados que optarem por fazê-los, sem qualquer identificação, redirecionandoos aos membros da COMISSÃO JULGADORA 2.

Art. 18° A COMISSÃO JULGADORA 1 selecionará os 20 primeiros classificados, colocando-os em ordem crescente, até o 20º (vigésimo) lugar, com base nos critérios especificados no Art. 20º, devolvendoos por e-mail ao fiel depositário (inscricoes.aml@gmail.com), dentro do prazo estipulado no cronograma.

Art. 19º Os poemas serão avaliados de acordo com os seguintes critérios:

A) Emprego de recursos linguísticos tendo em vista a obtenção de efeitos de sentido e estéticos – até 40 pontos;

B) Criatividade e originalidade no trabalho com o tema – até 40 pontos;

C) Coerência entre forma (parte estrutural do poema → como se diz) e conteúdo (o tema → o que se diz) – até 20 pontos.

Art. 20º Em caso de empate na pontuação, a definição do texto premiado efetuar-se-á pela nota obtida no Critério A. Se o empate persistir, pelo Critério B, estendendo-se ao Critério C, se necessário. Em permanecendo o empate, a Comissão Organizadora decidirá.

Parágrafo único. Os mesmos procedimentos serão utilizados para os 2º e 3º lugares.

Art. 21 O fiel depositário selecionará os autores dos 20 (vinte) poemas classificados, comunicando-lhes por e-mail o resultado parcial e convidando-os a participarem da segunda fase — opcional — do concurso, que é o poema em vídeo.

Art. 22º Os poemas em vídeo serão avaliados pelos seguintes critérios:

A) Originalidade e criatividade: captar e reforçar a essência do poema – até 40 pontos;

B) Edição: com foco na sonoplastia e montagem do vídeo: 30 pontos;

C) Fotografia: enquadramento do declamador ou do recurso de fala utilizado com toque artístico.

Parágrafo único. Em caso de empate, o procedimento será idêntico ao previsto no Art. 20º

CAPÍTULO IV

SOBRE A PREMIAÇÃO


Art. 23º Serão selecionados 3 (três) poemas escritos e 2 (dois) poemas em vídeos como vencedores do concurso que receberão como prêmio:

A) Poesias
1º lugar: R$ 500,00
2º lugar: R$ 300,00
3º lugar: R$ 200,00
4º lugar: R$ 100,00

B) Poemas em Vídeos
2º lugar: R$ 300,00
3º lugar: R$ 200,00

§ 1º. Os vencedores antes mencionados terão seus poemas publicados em livro físico e em ebook, com a indicação do lugar obtido.

§ 2º. O Certificado de Participação será disponibilizado no site da AML, conforme o cronograma.

Art. 24º Os poemas classificados do 5º ao 20º lugar receberão o título de Menção Honrosa e serão publicados em ordem alfabética pelo nome de seus autores.

Art. 25º Os certificados serão encaminhados diretamente ao e-mail informado pelos participantes no momento da inscrição, sendo que seu preenchimento e impressão serão de responsabilidade dos interessados.

Art. 26º O livro impresso será enviado, por correspondência, ao endereço informado no formulário de inscrição; o digital será disponibilizado gratuitamente no site da AML, além de ser enviado por e-mail aos premiados.

CAPÍTULO V

DO CRONOGRAMA


Divulgação do Edital: 13 de agosto de 2021

Período de Inscrição: agosto – setembro – outubro (2021)

Divulgação das inscrições homologadas: 31 de outubro de 2021

Período de avaliação: 01 de novembro a 20 de novembro de 2021

Divulgação dos 20 (vinte) primeiros poemas classificados: 25 de novembro de 2021

Envio do convite aos 20 (vinte) classificados para a premiação por Declamação do poema (vídeo): 27 de novembro de 2021

Envio dos vídeos: até 10 de dezembro de 2021

Período de avaliação dos vídeos: de 11 a 15 de dezembro de 2021

Live do concurso com a apresentação dos poemas classificados e dos vídeos enviados e a divulgação nominal dos vencedores do concurso: 19 de dezembro de 2021

Publicação do livro digital (e-book): março de 2022.

CAPÍTULO VI

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 24º Caberá aos inscritos o cumprimento de todas as disposições contidas neste Regulamento.

Art. 25 É vedada a participação de integrantes das Comissões Organizadora e Julgadora 1 e 2 no concurso.

Art. 26º A não observância das normas estabelecidas neste regulamento implicará a desclassificação dos candidatos.

Art. 28º Os resultados preliminares e finais do concurso serão divulgados nas redes sociais da AML.

Art. 29º A Comissão Organizadora poderá cancelar o concurso, caso não seja alcançado o número mínimo de inscritos 25 (vinte e cinco) que satisfaça os critérios de avaliação.

Art. 30º Os casos omissos neste Edital serão resolvidos pela Comissão Organizadora.

Campo Mourão, 13 de julho de 2021.
DALVA HELENA DE MEDEIROS
Presidente

Concurso 33ª Noite da Poesia – Campo Grande-MS (Prazo: 20 de Setembro)

REGULAMENTO


1. DA CRIAÇÃO E OBJETIVO

1.1 – A Prefeitura Municipal de Campo Grande – MS, através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), em parceria com a União Brasileira de Escritores de Mato Grosso do Sul (UBE – MS), comunica que se encontram abertas as inscrições para o concurso literário “33ª Noite da Poesia”, com premiação em duas categorias: autores nacionais e autores sul-mato-grossenses. O concurso foi institucionalizado pelo Decreto Municipal n° 5.882, de 22.05.1989. Seu objetivo é estimular o aprimoramento da produção literária no segmento POESIA, e a participação nesta edição reger-se-á por este Regulamento.

1.2 – Poderá concorrer ao certame, gratuitamente, qualquer pessoa sem limite de idade, brasileiro nato ou naturalizado, ou estrangeiro; neste caso, o texto deverá vir em língua portuguesa.

1.3 – Se os ganhadores dos prêmios forem residentes em outros países, estes deverão, obrigatoriamente, designar um procurador no Brasil.

1.4– Os poetas que se inscreverem por Mato Grosso do Sul deverão comprovar que residem nas cidades sul-mato-grossenses, anexando ao e-mail, com o poema a ser inscrito, fotocópia do comprovante de residência, que pode ser de uma das concessionárias de energia elétrica, água ou telefone. Os menores de idade que não possuírem comprovantes em seu nome poderão anexar o de seus pais, justificando-se a filiação através de fotocópia simples de qualquer documento oficial.

1.5 – Cada poeta poderá se inscrever com apenas 01 (um) poema. Em caso de duplicidade, será considerada a primeira inscrição.

2. DO CONCURSO E PREMIAÇÃO

2.1 – O processo seletivo consistirá na escolha, pelo valor literário, dos 10 (dez) melhores poemas, premiando-se em dinheiro os 03 (três) primeiros classificados, tanto em nível nacional como estadual.

2.2 – Serão aceitos todos os poemas, qualquer que seja seu estilo, com temática livre e que não excedam a 40 (quarenta) versos.

2.3- Serão desclassificados, a priori, os poemas que excederem a esse limite e também:

2.3.1 – os que se assemelhem à prosa;

2.3.2 – os que vierem em arquivos estranhos, como WordPad e outros;

2.3.3 – os que não cumprirem os termos deste Regulamento.

2.4 – Não serão aceitos os trabalhos que possam prejudicar a terceiros por difamação, injúria ou calúnia, seja por danos materiais e/ou morais ou que:

2.4.1 – ofendam a liberdade de crença e as religiões, ou tenham cunho racista, homofóbico ou discriminatório.

2.4.2 – trabalhos que tenham a intenção de divulgar produtos ou serviços alheios aos objetivos do concurso ou que tenham qualquer finalidade comercial.

2.5 – Os trabalhos deverão ser inéditos, sendo desclassificados os poemas já publicados, ou os que a Comissão Avaliadora tiver conhecimento de seu não ineditismo, como os poemas vencedores em outros concursos literários. Considera-se como publicado, o poema veiculado em jornal, revista, livro, Internet e/ou outros meios de difusão.

3. DAS INSCRIÇÕES

3.1 – Forma: as inscrições deverão ser feitas somente pela internet pela plataforma no link ubems.org.br/33 e deverão conter dois arquivos:

– No primeiro arquivo, INSCRIÇÃO deverá conter:

a) – título do poema;

b) – pseudônimo;

c) – texto do poema em Word.

– No segundo arquivo, IDENTIFICAÇÃO, não copiar o poema já enviado, mas prestar informações na seguinte ordem:

a) – título do poema;

b) – pseudônimo;

c) – nome completo do autor, e-mail e endereço. Indispensável mencionar cidade, estado e o CEP.

-Não será permitido como pseudônimo o uso do nome artístico já de conhecimento público. As poesias deverão conter título. Caso não contenham, serão identificadas com o primeiro verso, ou parte dele.

– Não serão aceitas inscrições via e-mail.

3.2 – Período: as inscrições encontram-se abertas e se encerram à meia-noite do dia 20 de setembro de 2021, considerado o fuso horário de Mato Grosso do Sul. Após esse horário, a plataforma rejeitará automaticamente novas inscrições.

3.3 – Resultado: a divulgação do resultado acontecerá por meio das redes sociais da Prefeitura Municipal de Campo Grande e da Sectur, pelo site <http://www.campogrande.ms.gov.br/sectur/>, e também estará disponível pela UBE/MS, no site www.ubems.org.br, na data de 29 de outubro de 2021.

3.4 – Premiação: a premiação se dará em data posterior à divulgação do resultado previsto no item anterior.

3.5– A poesia postada no portal deverá ser digitada em espaço 1,5 (um e meio), fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12, exclusivamente em WORD. A estrutura estética do arquivo não será levada em consideração para o mérito (mesmo a de forma concreta)

3.6 – Informações adicionais poderão ser solicitadas pelo e-mail ubems@ubems.org.br

4 – DAS COMISSÕES:

4.1 – O concurso será regido por duas comissões: a Comissão Organizadora e a Comissão Avaliadora. A Comissão Organizadora será composta por membros da UBE-MS e Sectur e será responsável pela produção de todo o projeto, divulgação e supervisão de sua execução. A Comissão Avaliadora será integrada por três membros escolhidos entre escritores, professores de Língua Portuguesa, graduados e pós-graduados em Letras, Linguística e áreas afins, e atuará na apreciação do mérito literário dos poemas, levando-se em conta três aspectos principais: o conteúdo temático, a originalidade e a poeticidade. Além disso, o avaliador observará alguns aspectos, tais como: o domínio do uso de unidades rítmico-melódicas, sem significar, necessariamente, o uso de rimas e métricas; a coerência e coesão de sentido entre o conteúdo e a linguagem poética e a norma culta da língua.

5. DA PREMIAÇÃO PELO VALOR LITERÁRIO, TANTO PARA AUTORES NACIONAIS COMO SUL-MATO-GROSSENSES:

1° lugar – R$ 2.000,00 (dois mil reais)
2° lugar – R$ 1.500,00 (um mil quinhentos reais)
3° lugar – R$1.000,00 (mil reais)

6. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

6.1 – As decisões da Comissão Organizadora e da Comissão Avaliadora serão irrecorríveis.

6.2 – Como o concurso ocorrerá inteiramente on-line, não haverá necessidade de os premiados comparecerem a Campo Grande para recebimento dos prêmios. Estes serão transferidos aos ganhadores via bancária posteriormente à divulgação.

6.3 – Para ampla publicidade do concurso, os 10 (dez) primeiros classificados autorizam automaticamente a Prefeitura Municipal de Campo Grande, a Sectur e a UBE-MS a publicar, reproduzir e divulgar os poemas na mídia eletrônica ou impressa, de modo não oneroso para o Município.

6.4– É vedada a participação no concurso, para se inscreverem integrantes das Comissões Organizadora e Avaliadora, seus ascendentes e descendentes de 1º grau, bem como seus cônjuges ou companheiros.

6.5– A inscrição no concurso implica na total aceitação de todos os termos do presente Regulamento.

6.6 – As questões não previstas neste Regulamento serão resolvidas de forma democrática pela Comissão Organizadora.

Campo Grande-MS, 24 de junho de 2021.

Max Antonio Freitas da Cruz
Secretário Municipal de Cultura e Turismo

Sylvia Odinei Cesco da Silva
Presidente UBE/MS

VI Prêmio Literário Cidade Poesia – Bragança Paulista (Prazo: 25 de Outubro)

REGULAMENTO

 
Com o objetivo de revelar e divulgar novos valores literários e, ao mesmo tempo, consolidar o epíteto Cidade Poesia do município de Bragança Paulista, a ASSOCIAÇÃO DE ESCRITORES DE BRAGANÇA PAULISTA - ASES - em parceria com a TELUCAZU EDIÇÕES  promove o VI PRÊMIO LITERÁRIO CIDADE POESIA, o qual no presente ano prestigiará a modalidade CONTO.

DA PARTICIPAÇÃO:

1    Poderão participar escritores brasileiros ou não, com idade igual ou superior a dezoito anos completos, nas seguintes categorias:

1.1 - Categoria Geral – escritores em geral;

1.2 - Categoria Escritor Bragantino – escritores nascidos ou residentes em Bragança Paulista, desde que essa intenção esteja especificada no formulário de inscrição;

2     O tema do concurso será LIVRE;

3   Cada participante deverá apresentar um único conto, escrito em Língua Portuguesa,  absolutamente inédito.

3.1 Entende-se por inédito o texto não divulgado no todo ou em parte por quaisquer meios de comunicação impressos ou virtuais, tais como livros, jornais, blogs, sites literários, no link: etc., inclusive redes sociais da internet.

DA INSCRIÇÃO

4  A inscrição é gratuita e deverá ser feita exclusivamente pelo link indicado no final deste regulamento.

5  A Ficha de Inscrição é totalmente virtual, nela constando:

a) Título do conto;
b) Nome do autor;
c) Número do RG e do CPF;
d) Endereço completo:  rua, cidade, estado, país, CEP (imprescindível), telefone e e-mail para contato;
e) Currículo literário do participante (no máximo 10 linhas – as demais serão desconsideradas, em caso de publicação);

5.1 - Os escritores nascidos ou residentes em Bragança Paulista deverão fazer constar no formulário de inscrição a opção por ESCRITOR BRAGANTINO, no caso de desejarem concorrer nessa categoria;

6 - O conto, sem identificação do autor, deverá ser digitado em Word (doc ou docx) fonte Times New Roman, tamanho 12, com espaçamento entre linhas de 1,5, margens de 2,5cm, contendo, no máximo, 2.800 caracteres (com espaços). O número de caracteres poderá ser conferido clicando-se no item “palavras”, no canto inferior esquerdo da tela do computador. Não há necessidade da utilização de pseudônimo.

7    Prazo final para a inscrição: 23h59 do dia 25 de outubro de 2021.

8  A ASES indicará uma comissão julgadora de reconhecida capacidade intelectual e idoneidade, cuja decisão será irrevogável, não cabendo nenhum tipo de recurso;

9    Estão impedidos de participar sócios da Associação e Escritores de Bragança Paulista – ASES, efetivos ou correspondentes, bem como seus familiares até segundo grau.

DA PREMIAÇÃO

11   Serão selecionados trinta contos, que irão compor a antologia de vencedores.

12   A premiação se dará da seguinte forma:

a)    1° lugar: R$ 2.000,00 + troféu Cidade Poesia + certificado + 5 exemplares da antologia;
b)    2° lugar: R$ 1.000,00 + certificado + 3 exemplares da antologia;
c)    3° lugar: R$ 500,00 + certificado + 2 exemplares da antologia;
d)    Do 4° ao 10° colocado serão atribuídas Menções Honrosas + 1 exemplar da antologia;
e)    Os demais classificados receberão 1 exemplar da antologia;
f)    Melhor conto de autor bragantino: R$ 500,00 + troféu + 5 exemplares da antologia.

13  O resultado do concurso estará disponível no site da Associação de Escritores de Bragança Paulista - www.asesbp.com.br - a partir do dia  22 de fevereiro de 2022.

14   Os prêmios serão entregues em sessão solene em data e horário que serão divulgados posteriormente;

DEMAIS INFORMAÇÕES:

15    Casos de plágio comprovados, bem como a comprovação do não-ineditismo do conto, são de inteira responsabilidade do concorrente, sendo este automaticamente excluído da seleção, com as sanções legais cabíveis;

16    O simples envio do conto implica a aceitação total deste regulamento;

17    Inscrições em desacordo com o regulamento serão desclassificadas;

18   Informações complementares poderão ser obtidas no site: www.asesbp.com.br ou  pelo e-mail: asesbp@gmail.com

19   Dúvidas também poderão ser dirimidas na página da ASES - Associação de Escritores de Bragança Paulista no Facebook ou pelo Instagram: @asesbp

20    Os  casos omissos serão resolvidos pela Diretoria Executiva da Associação de Escritores de Bragança Paulista.

Bragança Paulista, 25 de julho de 2021.

FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO
CLIQUE NO LINK ABAIXO,  PARA ENVIAR SUA INSCRIÇÃO:
https://forms.gle/ZUKawkwAgSUNCMtc7

domingo, 15 de agosto de 2021

Versejando 72

 

Jeferson Haas (GPS)

Berta está parada em frente ao espelho, as cortinas e janelas do quarto abertas. Pergunta-se quando haviam surgido as rugas tão profundas enquanto as percorre com os dedos. Envolvida pela brisa suave, sente arder a saudade no peito. Calça os chinelos, sempre a postos ao lado da cama, e vai até a sala, onde observa o brilho da rua estender-se pelo caminho entre os aposentos. Agradece em silêncio antes de continuar.

A passos lentos, desce a escadaria, local de tantas lembranças e sermões: o marido apenas levanta o dedo e os pequenos retrocedem. Ela sorri e busca apoio na barra para aumentar o ritmo, quer chegar logo ao hospital. Sua irmã trabalha lá, então não será um problema visitar um paciente no meio da noite. Carros e motos passam ventando por Berta, a zona central de Passo Fundo pulsa como seus motores. Um menino de rua se aproxima:

– Tia, tem uma moeda?

– Se tu chamar um táxi ali em cima, a vó te dá duas moedas!

O menino sobe a avenida e orienta o taxista mais próximo, Seu Adão, a descer até a esquina para pegá-la. Ela entrega as moedas ao menino e entra no carro, onde pede ao motorista que dirija até o Hospital da Cidade. No trajeto, Adão observa o olhar de Berta, suas pupilas brilhantes perdidas no mar de prédios, luzes, algazarra e novidades.

– Dando um passeio noturno, então?

– Vou visitar meu marido no hospital. – Ela olha ao redor, à busca de uma memória, e prossegue. – Quanta coisa diferente, né? Ainda ontem eu tinha a casa de jogo do bicho ali, ao lado da Catedral. Meu marido, o Luíz, vendeu muito Correio do Povo na banca, foi representante.

– Ele tá bem?

– Sim, sim. A gente fica velho e baixa hospital por qualquer resfriado. Tô indo porque é Natal e não quero esperar até amanhã.

Seu Adão, acostumado com bêbados e papos cabeça nas noites trabalhadas, esboça um sorriso sem dentes pelo retrovisor e se cala. Prefere deixar a passageira criar seu próprio itinerário mental e seguir viagem. Estaciona no recuo para pedestres do Hospital, desce, abre a porta do carro e auxilia Berta em sua descida. Ela agradece e entra na recepção, a camisola espiralando com o vento.

– Vim visitar o meu marido. O nome dele é Luíz Martins.

– Perdão, senhora, mas não são permitidas visitas nesse horário.

– Minha irmã é enfermeira aqui, Clara Vaz. Deixa eu falar com ela, é só hoje, porque é Natal.

– Um minuto, por favor.

A recepcionista vai até uma sala ao fundo. Retorna com duas colegas.

– Minha senhora, acho que há algum engano - começa a supervisora. - Não temos registro de uma enfermeira chamada Clara e seu esposo não está hospitalizado aqui. Quem sabe não seja no Hospital São Vicente?

– Não, não - ela responde, já preocupada. - Meu marido está aqui e minha irmã trabalha nesse hospital há anos.

– Sinto muito, não os localizamos.

Seu Adão percebe a altercação e dá uma última tragada em seu cigarro. Entra e, na troca de olhares com as plantonistas, sugere à senhora que retornem, quem sabe tudo não passa de um mal entendido, um erro de percurso. Berta não reluta. Acompanha o taxista até o carro e senta no banco da frente. Contempla a rua com o olhar desbotado, o azul de seus olhos engolidos pela noite.

O retorno é rápido e Adão decide acompanha-la até a porta. Ela está sem chave e a única transação da noite havia sido a conversão de moedas em balas - o menino observa a chegada dos dois a poucos metros. Adão toca a campainha algumas vezes até que uma senhora surge, ainda num estado de transe, na varanda da casa. Ao ver Berta com o homem, seu coração dá um solavanco. Apressa o passo até a entrada, mais hábil que a irmã na descida, e abre a porta em desespero. “Berta!”, exclama.

– Boa noite, desculpe pelo susto. Levei essa senhora até o hospital da cidade, ela diz ter uma irmã que trabalha por lá, queria visitar o esposo.

– Sou irmã dela, meu nome é Clara.

– O Luíz está por aqui, então?

– Já me aposentei há anos. Meu cunhado faleceu há algum tempo.

– Entendo... Ah, as corridas fecham 38 reais.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Jeferson é jornalista formado pela PUCRS. Recebeu o 2º lugar no 31º Concurso Internacional de Composições Epistolares para jovens (RS - 2002). Estudou em oficinas de Escrita Criativa, fez teatro e atua como free lancer, com foco em redação e marketing.

Thalma Tavares (Jardim de Trovas) 3

A falta de amor na Terra
faz com que a fome voraz
liberte o gênio da guerra
e mate a Pomba da Paz.
= = = = = = = = = = =

Bravura é viver sorrindo,
embora seja evidente
que a vida é dor insistindo
em ser mais forte que a gente.
= = = = = = = = = = =

Com desvelo eu quis mudar
em amor a ingratidão...
Mas ela não pode amar
porque não tem coração.
= = = = = = = = = = =

Como o Sol buscando a Lua,
atrás dela, pelo espaço,
minha alma namora a tua
desde sempre, sem cansaço.
= = = = = = = = = = =

Em nossas doces lembranças
vejo-me ainda o menino
que ao tocar em tuas tranças
uniu ao teu seu destino.
= = = = = = = = = = =

Eu ouço os anjos cantando
aleluias no sol-posto,
ao ver a paz se aninhando
no entardecer de meu rosto.
= = = = = = = = = = =

Lembrando a garça pousada
na superfície de um lago,
minha mãe, mesmo zangada,
tinha a doçura do afago.
= = = = = = = = = = =

Minha esperança se ofusca
na magia do sol-posto,
nesta lágrima que busca
o poente no meu rosto.
= = = = = = = = = = =

Não bebo a última taça,
na morte não acredito...
Eu sei que a vida ultrapassa
as fronteiras do infinito.
= = = = = = = = = = =

Nossas mãos, de amor carentes,
tão quentes quando se tocam,
são como brasas ardentes,
como dois sóis que se chocam.
= = = = = = = = = = =

Ontem levei-te em meus braços
aos ardores da paixão!...
E hoje levo meus cansaços
à paz do teu coração.
= = = = = = = = = = =

Os teus olhos peregrinos,
com seus encantos fatais,
são dois poemas divinos,
são demônios celestiais...
= = = = = = = = = = =

Por ser um pastor tristonho
que no sonho se afugenta,
não sei se apascento o sonho
ou se o sonho me apascenta.
= = = = = = = = = = =

Quando ela se afasta eu penso
e chego a crer que é verdade,
que a solidão fez o lenço
para enxugar a saudade.
= = = = = = = = = = =

Que o exemplo todos tomem
desta verdade madura:
Enxerga mais longe o homem
que tem estudo e cultura.
= = = = = = = = = = =

Que o poeta, em seu trajeto,
em vez de buscar a glória,
ensine aos homens o afeto
e mude os rumos da História.
= = = = = = = = = = =

Se o destino desaprova
minha ilusão desmedida,
eu ponho ilusões na Trova
e sigo iludindo a vida.
= = = = = = = = = = =

Sobre teu colo perfeito,
cintila um Cristo de prata,
mas levas dentro do peito
um demônio que maltrata.
= = = = = = = = = = =

Sorria!... A vida agradece.
Seja alegre, não desista,
que a sorte mais favorece
a quem se mostra otimista.
= = = = = = = = = = =

Te dizes tão deserdada
que eu, que do nada venho,
desejo unir o teu nada
ao nada que ainda tenho.
= = = = = = = = = = =

Teu peito é templo vazio
onde um rabi sonhador,
num sagrado desvario,
prega ao nada Paz e Amor.

Contos e Lendas do Mundo (Etiópia: Os dois reis de Gondar)

Era um dia como os de outrora... e um pobre camponês, tão pobre que tinha apenas a pele sobre os ossos e três galinhas que ciscavam alguns grãos de teff* que encontravam pela terra poeirenta, estava sentado na entrada da sua velha cabana como todo fim de tarde. De repente, viu chegar um caçador montado a cavalo. O caçador se aproximou, desmontou, cumprimentou-o e disse:

— Eu me perdi pela montanha e estou procurando o caminho que leva à cidade de Gondar.

— Gondar? Fica a dois dias daqui — respondeu o camponês. — O sol já está se pondo e seria mais sensato se você passasse a noite aqui e partisse de manhã cedo.

O camponês pegou uma das suas três galinhas, matou-a, cozinhou-a no fogão a lenha e preparou um bom jantar, que ofereceu ao caçador. Depois de comerem os dois juntos sem falar muito, o camponês ofereceu sua cama ao caçador e foi dormir no chão ao lado do fogo.

No dia seguinte bem cedo, quando o caçador acordou, o camponês explicou-lhe como teria que fazer para chegar a Gondar:

— Você tem que se enfiar no bosque até encontrar um rio, e deve atravessá-lo com seu cavalo com muito cuidado para não passar pela parte mais funda. Depois tem que seguir por um caminho à beira de um precipício até chegar a uma estrada mais larga...

O caçador, que ouvia com atenção, disse:

— Acho que vou me perder de novo. Não conheço esta região... Você me acompanharia até Gondar? Poderia montar no cavalo, na minha garupa.

— Está certo — disse o camponês —, mas com uma condição. Quando a gente chegar, gostaria de conhecer o rei, eu nunca o vi.

— Você irá vê-lo, prometo.

O camponês fechou a porta da sua cabana, montou na garupa do caçador e começaram o trajeto. Passaram horas e horas atravessando montanhas e bosques, e mais uma noite inteira. Quando iam por caminhos sem sombra, o camponês abria seu grande guarda-chuva preto, e os dois se protegiam do sol. E quando por fim viram a cidade de Gondar no horizonte, o camponês perguntou ao caçador:

— E como é que se reconhece um rei?

— Não se preocupe, é muito fácil: quando todo mundo faz a mesma coisa, o rei é aquele que faz outra, diferente. Observe bem as pessoas à sua volta e você o reconhecerá.

Pouco depois, os dois homens chegaram à cidade e o caçador tomou o caminho do palácio. Havia um monte de gente diante da porta, falando e contando histórias, até que, ao verem os dois homens a cavalo, se afastaram da porta e se ajoelharam à sua passagem. O camponês não entendia nada. Todos estavam ajoelhados, exceto ele e o caçador, que iam a cavalo.

— Onde será que está o rei? — perguntou o camponês. — Não o estou vendo!

— Agora vamos entrar no palácio e você o verá, garanto!

E os dois homens entraram a cavalo dentro do palácio.

O camponês estava inquieto. De longe via uma fila de pessoas e de guardas também a cavalo que os esperavam na entrada. Quando passaram na frente deles, os guardas desmontaram e somente os dois continuaram em cima do cavalo. O camponês começou a ficar nervoso:

— Você me falou que quando todo mundo faz a mesma coisa... Mas onde está o rei?

— Paciência! Você já vai reconhecê-lo! É só lembrar que, quando todos fazem a mesma coisa, o rei faz outra.

Os dois homens desmontaram do cavalo e entraram numa sala imensa do palácio. Todos os nobres, os cortesãos e os conselheiros reais tiraram o chapéu ao vê-los.

Todos estavam sem chapéu, exceto o caçador e o camponês, que tampouco entendia para que servia andar de chapéu dentro de um palácio. O camponês chegou perto do caçador e murmurou:

— Não o estou vendo!

— Não seja impaciente, você vai acabar reconhecendo-o! Venha sentar comigo.

E os dois homens se instalaram num grande sofá muito confortável. Todo mundo ficou em pé à sua volta. O camponês estava cada vez mais inquieto. Observou bem tudo o que via, aproximou-se do caçador e perguntou:

— Quem é o rei? Você ou eu?

O caçador começou a rir e disse:

— Eu sou o rei, mas você também é um rei, porque sabe acolher um estrangeiro!

E o caçador e o camponês ficaram amigos por muitos e muitos anos.
==============================
* O teff é um grão ancestral altamente nutritivo, de sabor levemente adocicado, repleto de propriedades excelentes e livre de glúten. Os grãos ancestrais são cereais plantados e colhidos da mesma forma há milhares de anos. Rico em ferro, grão teff é o novo queridinho da alimentação saudável. ... Grão vindo da Etiópia, com o tamanho de uma semente de papoula, o teff tem quantidades naturalmente altas de minerais e proteínas.
Fonte:
Anna Soler-Pont. O príncipe medroso e outros contos africanos. 
São Paulo : Companhia das Letras, 2009.

Estante de Livros (O Príncipe Medroso e Outros Contos Africanos, de Anna Soler-Pont)


Na África, desde sempre os contos e as lendas passaram de geração a geração, ao longo dos séculos, sem serem escritos.

Os griots (espécie de músico e poeta da África Ocidental, que conserva e transmite a memória oral) os contavam, os pais e os avós decoravam-nos e continuavam a transmiti-los aos mais jovens.

Ainda hoje, como diz Anna Soler-Pont na apresentação do livro, "contar contos nas praças dos povoados, nos pátios das casas ou embaixo de uma árvore numa escola rural ainda é uma atividade comum em muitos rincões do continente africano. E os contos continuam muito vivos e mutantes. A mesma história pode ter muitas versões, dependendo de onde é contada e de quem a conta!"

Esta coletânea reúne algumas histórias contadas em vários países, da África subsaariana até o sul do continente. Entre elas há desde as mais conhecidas - como fábulas de animais e mitos de origem - até as mais desconhecidas - como as de princesas e príncipes, entre estes o conto que dá título ao livro. O príncipe medroso e outros contos africanos traz ainda um mapa da África e um glossário com o significado dos termos africanos que aparecem destacados no texto.

Contos do Livro:

ÁFRICA DO SUL O Cruzeiro do Sul
CAMARÕES e outros países – O sonho da tartaruga
COSTA DO MARFIM O vento e a tartaruga
COSTA DO MARFIM, GANA, TOGO As brigas entre o Sol e a Lua
DJIBUTI As hienas e o chacal
ETIÓPIA A lenda do café
ETIÓPIA O escravo e o fogo da amizade que o libertou
ETIÓPIA Os dois reis de Gondar
GANA A princesa, o fogo e a chuva
GANA e outros países da ÁFRICA OCIDENTAL A lebre e o gênio da selva
ILHA DE ZANZIBAR, TANZÂNIA Laika, o caranguejo que sonhava demais
MÁLI Como o mundo foi criado a partir de uma gota de leite
NIGÉRIA e de outros países da ÁFRICA OCIDENTAL A criação do universo
QUÊNIA Nyalgondho e a princesa perdida do lago Vitória
QUÊNIA O crocodilo e o macaco
SENEGAL E GÂMBIA Dju-Dju e o pescador
SENEGAL e outros países da ÁFRICA OCIDENTAL Como Anansi se transformou em aranha
SENEGAL e outros países da ÁFRICA OCIDENTAL Por que a aranha vive nos tetos
SERRA LEOA Como apareceu a escuridão
SERRA LEOA Como o leopardo conseguiu as manchas da sua pele
SOMÁLIA, ETIÓPIA e outros países da ÁFRICA ORIENTAL O príncipe medroso
SUDÃO A armadilha dos ecos
UGANDA E QUÊNIA O tambor mágico da rã
ZIMBÁBUE O espírito do Grande Baobá
ZIMBÁBUE Por que o leopardo nunca esconde as garras

Fonte:
Anna Soler-Pont. O príncipe medroso e outros contos africanos. 
São Paulo : Companhia das Letras, 2009.

sábado, 14 de agosto de 2021

Adega de Versos 41: A. A. de Assis

 


Marques de Carvalho (No baile do Comendador)

– Desculpe, mas não creio, doutor, da sinceridade das suas palavras!

E a bela Arcelina tapou os rubros lábios, entreabertos em zombeteiro sorriso, com as rendas finíssimas do seu leque amarelo canário, de varetas de madrepérola.

— E por que, não me dirá? insistiu o doutor Machado, debruçado sobre a cadeira da interlocutora, a fixar-lhe os seios semi vísiveis com um ardente olhar vibrado através o cristal do monóculo petulante.

— Por quê? — respondeu ela, com uma curta gargalhada de chasco, a fitá-lo bem na menina dos olhos, falando-lhe por cima do ombro esquerdo, polvilhado de recendente velutina – Porque... a vida é uma boa mestra, doutor, e eu tenho recebido dela bem duros  e cruéis exemplos!

— Apesar de ser tão nova assim?

— A vida não escolhe discípulos entre aqueles que apresentam a cabeça encanecida. Bem ao contrário, parece que aos moços dá, por vezes, preferência, como compensando-os de não terem o discernimento preciso para bem conhecer e evitar os revezes da sorte.

— Mas — é maravilhoso tudo quanto estão a dizer-me os seus divinos lábios com a música angelical da sua voz, minha adorável senhora! Se já não sentisse por sua pessoa — e pelo seu espírito — este indomável afeto de que falei-lhe há pouco, penso que deveria experimentá-lo agora — e bem profundamente! — depois de ouvir-lhe tão razoáveis e inesperados conceitos.

— Deveras?

— Por certo.

— Oh! é muito amável...

— Digo a verdade.

— E, todavia, continuo a não crer...

— Faz muito mal!

— Por quê?

— Ah! Já faz perguntas? Porque quem confessa descrença em semelhante assunto, deseja crer, ou, pelo menos, não quer descrer...

— O que redunda no mesmo. Errou, porém, estabelecendo até mim a regra geral, doutor. Dificilmente se engana a mulheres como eu, convença-se. O mundo tem sido para mim uma grande escola, Sr. dr. Machado. Lições bem ríspidas tenho recebido nele, para agora, sem discrepância das suas opiniões, fazer que o senhor acredite nas suas próprias ilusões fantasiosas. Pois quê! Persuade-se acaso de que jamais poderei tomar ao sério as banalidades da confissão que me cantou há instantes o seu lirismo? Estará o senhor, efetivamente, tão enamorado de si mesmo, que se julgue irresistível, fatal? Vaidade sem razão, doutor!

— Como é cruel, minha senhora!

— Não sou cruel, não, cavalheiro. Sou justa apenas, e porque simpatizei inexplicavelmente com o senhor, é que desejo trabalhar para extorquir-lhe do espírito esse orgulho desarrazoado que lhe embota o sentimento. Permite-me a liberdade duma franqueza?

— Ora essa! Por que não?...

— Muito bem! Pretendo matar-lhe na alma o seu ilimitado... pedantismo.

— Como diz?

— Ouça bem: o… seu…ilimitado… pedantismo.

— e... mas...

— Olhe, sente-se aqui, a meu lado. Assim conversaremos com tranquilidade, enquanto essa quadrilha d'Offenbach absorve todas as atenções da sala. Escute-me.
***

“Eu era menina, dez anos apenas, uma simples criança insignificante. Seriam nove horas da noite. A chuva caía sem parar desde que anoitecera, uma triste chuva hibernal, que dava arrepios intercadentes, sob a luz oscilante do gás. Estávamos ao serão, reunidos na varanda, umas dez pessoas, eu, minhas duas irmãs, algumas escravas, e uma preta velha, muito velha e alquebrada, que o tráfico da escravatura arrancara aos sertões africanos para transplantar no Brasil.

“Costuravam umas, outras faziam rendas. Eu e minhas duas irmãs brincávamos a vassourinha, formando círculos sobre a mesa, em torno da qual trabalhavam as escravas.

“De repente, um silêncio operou-se na varanda inteira e nós interrompemos o brinquedo, ao tempo que as raparigas erguiam as cabeças, detinham no ar a mão que empunhava a agulha, ou descansavam cautelosas os bilros sobre as almofadas onde pregavam-se as rendas incipientes.

“A velha Eufrásia anunciara que ia contar uma história da cabanagem, o que era o suficiente para lhe hipotecarmos a mais absoluta tranquilidade. Porque, fique desde já sabendo, a Eufrásia era autoridade na matéria! A sua narração tinha alguma coisa de lúgubre, de compungente, de parceria com certo tom verídico e muito expressivo na concatenação dos fatos e na flagrância da nota, ou épica ou bucólica, de que pretendia ocupar a atenção dos ouvintes.

“Todos aconchegaram-se mais, fitando os olhos da velha, iluminados duma fulguração estranha, que parecia o reflexo derradeiro dos belicosos tempos de que ela ia tratar.

“Estabelecido o mais completo silêncio, tanto quanto era possível obter-se com o ruído da chuva a desabar nas telhas, a boa preta começou a referir a pequena história que passarei a expor à sua atenta bondade, sucintamente, para o não enfastiar com imprudentes delongas.

“Da outra banda do rio, à margem esquerda deste mesmo Guajará que rola suas turvas águas aos pés de Belém, uma roça havia, naquele tempo, em 1835, que era o abrigo de uma simples família de modestos caboclos agricultores: pai, mãe e um filho, rapaz esbelto, no pleno vigor duns 20 anos sadios e bem desenvolvidos.

“Viviam todos na mais lata felicidade que poderiam almejar em sua simplicidade medíocre de lavradores remediados. A farinha da sua roça era a mais afamada na praça de Belém e a seriedade com que tratavam os negócios tinha-lhes aberto largo crédito na casa do seu correspondente na cidade.

“O rapaz, Aniceto, andava de casamento justo com a Tomásia, uma rapariga da margem oposta do rio, moradora num sítio quase fronteiro à roça. Pelo São João deveriam vir à capital da província, efetivar perante um padre a mais persistente aspiração que em peitos amazônicos jamais palpitou e que dava-lhes, na sua só lembrança, uma como ebriedade olímpica de soberanas venturas transcendentes.

“Uma vez por semana, aos sábados, a pequena montaria do jovem caboclo rasgava, cheia de vigor, o claro seio do rio e transportava-o rejubilado à pequenina casa da venturosa amante sequiosa de mirar-lhe as suaves transparências do olhar e ouvir-lhe a incomparável meiguice das longas falas singelas e apaixonadas.

“Horas inteiras de intensíssimo contentamento, eram as que passava ao lado da rapariga, a tecer com ela o gracioso debuxo da sua risonha existência por vir, quando a sós, no copiar de mãos entrelaçadas e o olhar perdido ao longe, nas aquosas sinuosidades esbatidas nas sombras do fundo, compraziam-se em acastelar ilusões, numas inflorescências de amplas fantasiais admiráveis.

“Semelhante existência, parecia abençoá-la o céu, na sua clemente bondade rejubilada pelo edificante espetáculo de tão acrisolada (purificada) paixão.

“Mas houve um dia em que a sorte,— sempre inclemente e cínica, doutor! — pareceu querer zombar da voz geral, corrente a respeito daquela invejável bonança de duas vidas felicíssimas.

“A cabanagem assolava esta parte da província. As aguerridas guerrilhas dos revoltosos percorriam sedentas de sangue povoados e roças, buscando e fazendo vítimas por toda a parte, com o desabrimento impudico da mais ousada barbaridade.

“Em tais condições, a casa dos pais de Tomásia não poderia escapar à visita dos desalmados. Esta foi sujeita à mais torpe violência que se pode intentar contra uma donzela, e os pais da rapariga, por haverem querido dissuadi-los da infâmia,— após assistirem à perpetração selvática do atentado sem nome, sofreram inermes a pena última, dependurados, um defronte do outro, em dois galhos de sombrosa sumaumeira!

“Escaparam ao rápido furor dos revoltosos Aniceto e seus pais, que embrenharam-se precavidos nos profundos recessos da floresta. De sua casa haviam presenciado o que passava-se na roça fronteira e nem um só momento o rapaz, aquele mesmo namorado férvido da véspera, sentiu um assomo de correr a vingar o ultraje a que tinham-lhe submetido a noiva! Admire que sinceridade a daquela paixão, doutor, dias antes apresentada em labiosos floreados de fantásticos arremessos idílicos! Que grande coração, o daquele homem!

“Fugiu, poltronamente, cheio de medo, sem um remorso que, exprobrando-lhe a indignidade, propelisse-o a ir morrer no sítio onde haviam insultado a sua noiva, sem ir arrebentar os miolos de um dos abjetos infames, ainda mesmo quando tivesse a certeza de ser feito pedacinhos pela tropa dos sicários!

“Anos depois, quando estabelecera-se a pacificação na província, a Eufrásia encontrou-o em casa, muito satisfeito e cínico, a viver na companhia de torpe mulata animalizada por uma vida de largas materializações soezes (vulgares) e gordurosas.

“Ainda podia rir, ainda tinha canções para zangarrear* ao som do cavaquinho!

“Lá defronte, porém, a roça, tão florescente dantes, convertera-se em matagal e a infeliz Tomásia, apatetada e envelhecida, coberta de andrajos e chorosa, tinha simplesmente como testemunha da sua desgraça, uma criança inconsciente, um filho que dentro dela semeara a hedionda selvageria dos revoltosos.”
***

Calou-se a bela Arcelina, ofegante e ruborizada. Vibrando toda de emoção, teve um momento de silêncio empregado em fitar longamente o rosto do dr. Machado. Depois, abrindo o leque amarelo canário, agitando-o vagaroso, com uma certa majestade de soberana vencedora, perguntou sorrindo irônica:

— E crê, depois disto, que eu acredite na existência de um só homem sincero e verdadeiramente amante, capaz de efetuar todas essas palavrosas mentiras que o senhor cantarolou por aí?
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
*Zangarrear = tocar (instrumento de corda, esp. viola ou similar) de maneira desafinada, sem arte, monótona, repetindo os mesmos acordes em rasgado;

Fonte:
Jornal A Província do Pará. Coluna Folhetim. 1889.

A Árvore em Versos – 4 –


Júlia Lopes de Almeida

(Rio de Janeiro/RJ, 1862 – 1934)
Afonso Lopes de Almeida
(Rio de Janeiro/RJ, 1889 – 1953)


PLANTAÇÃO

Plantar árvores é santa,
Fecunda, e nobre missão.
Pois quem uma árvore planta
Pratica uma boa ação.

Ó plantas, boas amigas
Que aos homens dais vosso amor
No pão – que está nas espigas,
No fruto – que está na flor!

Dais sombra para o repouso;
Abrigo e cibo nos dais;
Que são para o nosso gozo
Landeiras e mangueirais.

Seja pois dia de festa
O dia em que vais plantar
O início de uma floresta,
O começo de um pomar!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

Luís Delfino
(Florianópolis/SC, 1834 – 1910, Rio de Janeiro/RJ)

PRECE DAS ÁRVORES


– Senhor, Deus, Eloim, sede clemente:
Mostrai-lhes sempre aos dois os bons caminhos,
Que não pisem aos pés urzes e espinhos,
Que tenham água em límpida corrente.

Que seja o céu azul, o sol fulgente;
Lhes preste a natureza os seus carinhos:
Deem-lhes os troncos folhas, sombra e ninhos,
Seja-lhes sempre aroma e luz o ambiente.

As árvores cantavam, misturando
O orvalho, pranto em gotas, brando e brando:
E as cítaras brandindo iam também

Anjos, com tristes salmos, repetindo:
– Perdão, piedade, amor a par tão lindo.
E o Éden todo, a chorar, dizia: – Amém. –
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

Manuel Gusmão
(Évora/Portugal, 1945)

UMA ÁRVORE É UM ANJO


um anjo lenhoso, altamente inflamável,
de alto a baixo prometido
a um incêndio que a si mesmo se combatesse.

uma árvore é um anjo na terra,
um anjo que está sempre a enraizar-se
e a erguer-se a poder de braços.

Uma árvore conhece pouco
das nossas maneiras de lutar
e morrer; por isso:

uma árvore é e não é um anjo.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

Nicolas Behr
(Cuiabá/MT, 1958)


DESPEDAÇADO

despedaçado,
o espírito da floresta
sobrevive nas tábuas

é na escola de tábuas
que se aprende
a ler árvores

casa de madeira
mesa de madeira
cadeira de madeira
lápis de madeira
caderno de madeira
professor cara-de-pau

a árvore abre o livro
e se reconhece
nas próprias nervuras

alfabetizada, a árvore
sobrevive a si mesma
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

Ruy Belo
(Portugal, 1933 – 1978)

ÁRVORE RUMOROSA


Árvore rumorosa pedestal da sombra,
sinal de intimidade decrescente
que a primavera veste pontualmente
e os olhos do poema de repente deslumbra.

Receptáculo anônimo do espanto,
capaz de encher aquele que direito à morte passa
e no ar da manhã inconsequente traça
o rastro desprendido do seu canto.

Não há inverno rigoroso que te impeça
de rematar esse trabalho que começa
na primeira folha que nos braços te desponta.

Explodiste de vida e és serenidade
e imprimes no coração mais fundo da cidade
a marca do princípio a que tudo remonta.

Fonte:
Sammis Reachers (org.). Árvore: uma antologia poética.
São Gonçalo/RJ, 2018. E-book.

Vanice Zimerman (Lançamento do livro Saudade, sábado 14 de agosto)


14 de agosto (sábado)

18hs

Google Meet: https://meet.google.com/cff-xcah-cqg


O livro “Saudade...” de Vanice Zimerman e Gustavo Henao Chica, apresenta 157 poemas em Português e Espanhol, em 139 páginas, que abordam o amor, o desamor e a morte. As lembranças contidas em imagens, aromas e sons, teceram em versos cada emoção e suas leituras de mundo.

Para Vanice a saudade é uma palavra encantada que não aceita um ponto final, mas sim, a bem-vinda companhia das reticências...

Lágrima – espelho
Imóvel em meu olhar,
A imagem do teu rosto...


Vanice Zimerman, também criou a capa do livro, e escreveu o prefácio. Nascida em Curitiba, PR, é professora, escritora e artista plástica. Participa de diversas Antologias – livros impressos - e com textos publicados na Revista Carlos Zemek, Haicais publicados no Brasil e na Croácia.

Acadêmica da Academia Virtual Internacional da Poesia, Artes e Filosofia (Cadeira 16 – Mario Quintana).


Possui diversos poemas postados nesse blog.

Fonte:
Revista Carlos Zemek Arte e Cultura, de 12 agosto 2021.

VI Prêmio Literário Gonzaga de Carvalho (Classificação Final)

CATEGORIA: POESIA

= = = = = = = = = = =
Classificação geral
= = = = = = = = = = =


1º lugar:
“A catadora de mariscos”
Valquiria Imperiano/Genebra/Suíça;

2º lugar:
“Falando com Gonzaga de Carvalho”
Alfredo Nogueira Ferreira, Florianópolis/SC;

3º lugar:
“Lampejos Oníricos”  
Valéria Valle, Anápolis/GO;

4º lugar:
“Tudo isso passa...”
Lucivalter Almeida dos Santos, Nazaré/BA;

5º lugar:
“Porta -voz”
Claudia Lundgren, Teresópolis/RJ.
 
= = = = = = = = = = =
Menções Honrosas:
= = = = = = = = = = =

“Poesiofilia...”
João Bosco de Castro, Bom Despacho/MG;

“Mil-Flores”
Araken dos Santos, Magé/RJ;

“Desconcerto”
Rosangela Calza, Florianópolis/SC;

“Convite”
João Manuel Muanza André, Luanda/Angola;

“Crianças Inocentes”
António José Alexandre, Luanda/Angola;

“Lembranças e Saudades”
Celso Gonzaga Porto, Cachoeirinha/RS;

“Educação, Educação”
Joyce Lima, Itagibá/BA;

“Caleidoscópio”
Marcos Coelho Cardoso, Dourados/MS;

“Nas cinzas da manhã de quarta-feira”
André Abreu, Taboão da Serra/SP;

“Declamo um poema a Teófilo Otoni”
Oldair Ferreira Motta, Belo Horizonte/MG;

“Margarida”
Francisco Luís Sebastião da Costa, Luanda/Angola;

“Ao Gonzaga de Carvalho”
Maria Luciene da Silva, Fortaleza/CE;

“Perdidos Nesse Mar Infinito”
Elizabeth Cury Bechir Watanabe, Itanhaém/SP;

“Sem Mágoas”
Cláudio Hermínio, Belo Horizonte/MG;

“Um poema de alegria”
Francisco Martins Silva, Uurçuí/PI;

“Imagem turva no espelho da alma”
Gabriela Lopes, Governador Valadares/MG;

“Ir comigo”
Maria Elza Fernandes Melo Reis, Capanema/PA;

“Ditongo”
Celso Henrique Ferminio, São José do Rio Preto/SP;

“As lágrimas”
Afonso Nkuansambu, Luanda/Angola;

“Criança ferida”
Dilercy Adler, São Luis/MA;

“O Último Latido”
Marcelo Oliveira Souza, Salvador/BA;

“Relicário”
Paulo Maximiliano, Capanema/PA;

“O presente”
Vilma Farias Guerra, Pelotas/RS;

“Escuridão no peito”
Cláudio Rogério Trindade, Ijuí/RS;

“Bela infância, saudosa viagem”
Carla Taíssa, Rio Negro/PR;

“Cada Manhã é um milagre”
Cláudio Bento, Jequitinhonha/MG;

“Deixe a luz de teu amor brilhar”
Marcus Vinícius Bertholini Rios, Iúna/ES;

“Divino & Maravilhoso”
Almir Zaferg, Teixeira de Freitas/BA;

“Brincando com os dedos”
Antonia Aleixo Fernandes, São Paulo/SP;

“Solidão do mar”
Jeronimo Luiz Gonçalves, Goiânia/GO;

“Tudo e Nada”
Jane Rossi, Guarulhos/SP;

“Rosa”
Maria Antonieta Gonzaga Teixeira, Castro/PR:

“Mel no Mandacarú”
Edilson Leão, Salvador/BA;

“Gesto grácil”
Ilda Maria Costa Brasil, Porto Alegre/RS;

“Sem rumo”
Maria Stela de Oliveira Gomes, Governador Valadares/MG;

“Venha ver o sol nascer”
Carlos Frederico da Silva, Rio de Janeiro/RJ;

“Contemplação”
Maria Aparecida Pereira de Souza, Presidente Prudente/SP;

“Falando Ecologicamente”
José Moutinho Campos, Belo Horizonte/MG;

“Em total solidão”
Margareth Rafael, Itambacuri/MG;

“Nas asas da vida”
Cosme Custódio, Salvador/BA;

“Estima do alvorecer”
Paulo Keno Zerus, Caraguatatuba/SP.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

CATEGORIA: CRÔNICA

= = = = = = = = = = =
Classificação geral
= = = = = = = = = = =

1º lugar:

“O velho livro de papel”
Evandro Ferreira Rodrigues, Caucaia/CE;

2º lugar:

“Pontualidades”
Marina Barreiros Mota, Nova Viçosa/BA;

3º lugar:

“Estrada de Ferro Bahia e Minas: Os Trilhos da Saudade”
Aurélio Lamare Soares Murta, Rio de Janeiro/RJ;

4º lugar:

“Vaqueiro Sertanejo”
Anchieta Antunes, Recife/PE;

5º lugar:

“As mulheres e seu protagonismo”
Isabel C.S. Vargas, Pelotas/RS.

= = = = = = = = = = =
Menções Honrosas:
= = = = = = = = = = =

“Quantos anos nós temos”
Celso Gonzaga Porto, Cachoeirinha/RS.

“Crônica da disciplina mais importante”
Marlete de Souza, Belo Horizonte/MG;

“Viajando com a Caravana”
Paulo Jurza, Belo Horizonte/MG;

“A sinceridade do olhar”
Amalri Nascimento, Rio de Janeiro/RJ;

“Sal e Pimenta no Bofe do Mucura”
João Bosco de Castro, Bom Despacho/MG;

“A sinfonia do prazer”
Valquiria Imperiano, Genebra/Suíça;

“Carta só meu irmão”
Roberto Franklin Falcão da Costa, São Luis/MA;

“A virada na vida com as bênçãos do além”
Aristides Leo Pardo, União da Vitória/PR;

“La Espanhola”
Vânia Rodrigues Calmon, Vila Velha/ES;

“Primeira Lição”
Telma Borges, Belo Horizonte/NG;

“Bichos”
Paulo Cesar de Almeida, Andrelândia/MG;

“O Medonho”
Adevaldo Rodrigues de Souza, Belo Horizonte/MG;

“Crônica do Amigo Oculto”
Igor Alves Noberto Soares, Belo Horizonte/MG;

“Proibição Cultural”
José Campos de Souza, Macaé/RJ;

“Brincando de casinha”
Daniela Martins Cunha, Governador Valadares/MG;

“Outra chance”
Helena Selma Colen, Ladainha/MG;

“Distorções e Reflexos”
Marcos Coelho Cardoso, Dourados/MS;

“A desistência é o combustível para o fracasso”
Esther Rogessi, Recife/PE;

“Sono da tarde - um pesadelo dos meus dias”
Teresa C.C.M. Azevedo, Campinas/SP;

“Refém do descaso”
Juracy Nonato Ferreira, Santa Helena de Minas/SP;

“Chuva na capital”
Francisco Sebastião da Costa, Luanda/Angola;

“Extraterrestres e a realidade das criações”
Sílvio Parise, Rhode Island/EUA;

“Vandalismo”
Odenir Follador, Ponta Grossa/PR;

“Premonição”
Altamiro Fernandes da Cruz, Belo Horizonte/MG;

“Vicent Van Gogh em questão”
Coracy Bessa, Salvador/BA;

“De Eva a Stela”
Zenir Izaguirre, São Jerônimo/RS;

“Turismo Literário”
Afonso Nkuansambu, Luanda/Angola;

“O Covid-19 como catalizador do processo de ensino angolano”
Valeriano Cassinda, Luanda/Angola.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

CATEGORIA: CONTO

= = = = = = = = = = =
Classificação geral
= = = = = = = = = = =

1º lugar:

“O milagre da couve mineira”
Cláudio de Almeida, São Paulo/SP;

2º lugar:

“Minha mãe era mulher”
Telma Borges, Belo Horizonte/MG;

3º lugar:

“Serapião”
Paulo Jurza, Belo Horizonte/MG;

4º lugar:
“Anjos sem asas”
Amalri Nascimento, Rio de Janeiro/RJ;

5º lugar:

“Dança dos Sentidos: Batida Poética do Coreo 9/19”
Maria Eugênia Porto Ribeiro da Silva,Belo Horizonte/MG.

= = = = = = = = = = =
Menções Honrosas:
= = = = = = = = = = =

“A casa”
Roberto Franklin Falcão da Costa, São Luiz/MA;

“O menino que lia”
Alfredo Nogueira Ferreira, Florianópolis/SC;

“A união por frouxo e largo pesponto”
José Campos de Souza, Macaé/RJ;

“Zé da Silva no país das maravilhas”
Celso Gonzaga Porto, Cachoeirinha/RS;

“Dona Luzia”
Valquiria Imperiano, Genebra/Suíça;

“O Ombrelone de João Fernandes”
Décio Mallmith, Porto Alegre/RS;

“Lá vem a tal feijoada”
Adevaldo Rodrigues de Souza, Belo Horizonte/MG;

“O sentimento exposto”
Paulo Valença, Recife/PE;

“Mergulho no Saruê”
Marina Barreiros Mota, Nova Viçosa/BA;

“O Safari”
Altamiro Fernandes da Cruz, Belo Horizonte/MG;

“Odeio poliglotas”
Paulo Roberto de Oliveira Caruso, Niterói/RJ;

“Encantado lugar”
Silvio Parise, Rhode Island/EUA;

“Fábula do lobo e a mulher: o amor proibido”
Josenilson Costa dos Santos, Salvador/BA;

“Sorte de novato”
Juracy Nonato Ferreira, Santa Helena de Minas/MG;

“Escola da vida”
Carmelita Ribeiro Cunha Dantas, Aparecida de Goiânia/GO

“A profissão certa”
Rosemeire Leal da Motta Piredda, Vila Velha/BA;

“Eros uma vez”
Almir Zaferg, Teixeira de Freiras/BA;

“Semelhanças de Alice com Holman”
Evandro Ferreira Rodrigues, Caucaia/CE;

“O Turco e o Libanês”
Leandro Campos Alves, Caxambu/MG;

“A morte chega em silêncio”
Coracy Bessa, Salvador/BA;

“A bola de ouro”
Odenir Follador, Ponta Grossa/PR;

“A caminho do perdão”
Aristide Dornas Júnior, Moeda/MG;

“Sublime Oração ao Amor Universal”
Odenir Ferro, Rio Claro/SP;

Teófilo Otoni/MG, 12 de agosto de 2021

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Arquivo Spina 45: Wagner Xavier de Melo

 

Antonio Bruno e Ernesto Zwarg (Litoral Musical) 2


MONGAGUÁ

Há um lugar na imensidão da Praia Grande
É onde a serra se aproxima a beira mar;
Vinda de longe, da planície que se espraia
E vem à praia, pra se ajoelhar...
 
Vem pra pagar uma promessa muito antiga
que a serra fez à deusa do mar;
Traz em seu bojo as águas de uma cachoeira
Traz as antas, traz as flores
E entrega em Mongaguá;
 
E quem quiser ser mais feliz em seus amores
Venha logo, traga flores
E entregue em Mongaguá
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

O CAIS DE CANANÉIA

Saudoso, deixei...
O cais de Cananéia, adeus...
Vencendo a correnteza, eu vim
Pensando só em ti, meu amor
Remando, assim
às vezes contra o vento do sul
Mas sem ter um lamento
pois só pensava na ventura de te encontrar...
Os botos passando
Ao lado da canoa as aves
Por sobre a gamboa lembrando
O quanto fui feliz, meu amor
Vivendo na Ilha do Cardoso
Que tempo mais formoso vivi
perto de ti...
 
No Marujá, eu aportei minha canoa
mas os teus olhinhos tristes,
Não encontrei a me esperar
Voltei pro remo, contra o vento
Retendo a mágoa e cheguei em pouco tempo
no Arirí...
No caminho da Capela,
seus passinhos eu reconheci...
E embora transtornado
a maior naturalidade
Fingi, mimosa flor...
 
Saudoso, deixei...
O cais de Cananéia, adeus...
Vencendo a correnteza, eu vim
Pensando só em ti, meu amor
Remando, assim
às vezes contra o vento do sul
Mas sem ter um lamento
pois só pensava na ventura de te encontrar...
Os botos passando
Ao lado da canoa as aves
Por sobre a gamboa lembrando
O quanto fui feliz, meu amor
Vivendo na Ilha do Cardoso
Que tempo mais formoso vivi
perto de ti…
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

PRAIAS DE ITANHAÉM

Praias de Itanhaém,
Magia de luz e cor,
Princesa dos mares do Sul
Devolve o meu amor
 
Há um ditado
Na minha terra
Amor de praia
Não sobe a serra,
É como a onda
Que beija a areia
Quando é noite
De lua cheia
 
A onda beija
E vai se embora,
A areia fica
Tão triste e chora
Eu já sabia
Linda criança
Que era tudo onda
Só ficou uma esperança
 (bis)
Amor de praia
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

SAUDADE PERUÍBE

Peruíbe, quando o mar...
Bate forte no costão
A saudade, Peruíbe,
Me maltrata o coração...
 
A saudade Peruíbe,
Das quebradas do Itatins.
E das ilhas verdejantes
e do canto do sem-fim.
 
Emociona ver a serra
Lá do Abarebebê...
E magoa de mansinho
Eu lembrar-me de você
Peruíbe, quando o mar
Bate forte no costão,
A saudade, Peruíbe,
Me maltrata o coração...
 
A saudade Peruíbe,
Das quebradas do Itatins.
E das ilhas verdejantes
e do canto do sem-fim.
 
Peruíbe, junto à serra
É cidade, é sertão...
É o caminho da Deserta
É você no coração
 
Peruíbe, pequenina,
É cidade, é sertão...
A saudade, Peruíbe...
Me maltrata o coração