A Biblioteca Pública Municipal Bernardo Guimarães completou “Um Século de História” em 8/4/2009. No evento comemorativo do mês de abril lançamento do livro “Biblioteca Pública Municipal Bernardo Guimarães – Evolução Histórica: 1909/2009 – Um Século de Cultura”, de autoria da historiadora Marta Zednik de Casanova. É um registro histórico inédito dessa importante “Casa de Leitura”, que ao longo dos cem anos de existência no cumprimento de suas funções sócio-culturais tem proporcionado Educação, Cultura e Lazer para a comunidade uberabense.
Atualmente, a Biblioteca Pública Municipal Bernardo Guimarães é um marco de desenvolvimento para Uberaba, compondo um espaço planejado e moderno, superando muitas bibliotecas públicas da região em idade, em qualidade e quantidade do acervo, em organização e em instalação predial.
A biblioteca é um centro local de informação que procura atender às necessidades de informação da comunidade, além de constituir-se em um espaço democrático, realmente público, um lugar do povo onde se possa conversar, instruir-se, ler livremente, discutir, saciar as curiosidades, recrear-se, criar e transformar-se.
Em 08/04/1909 o Agente Executivo Felipe Aché criou pela Lei Municipal nº 231, na cidade de Uberaba, uma biblioteca que oficialmente foi denominada Biblioteca Pública Municipal Bernardo Guimarães.
Inicialmente, a biblioteca funcionou na parte térrea do edifício do Paço Municipal, localizado na praça Rui Barbosa.
Pela Resolução Municipal de Uberaba nº 117 de 04/01/1912, consta a autorização de despesas com assinaturas de jornais para a biblioteca, revelando que naquela época já havia jornais em seu acervo.
Em 1916, a biblioteca já contava com mais de dois mil livros, quando o agente executivo Silvino Pacheco de Araújo (1916/1920) se desinteressou pela mesma, chegando o acervo a desaparecer quase inteiramente. Ainda em sua gestão, houve a reforma do prédio da prefeitura em 1918. Consequentemente, em 1919 a biblioteca mudou para a rua Vigário Silva e passou a funcionar no casarão de Antônio Augusto Pereira Magalhães, cidadão ilustre de Uberaba, cuja família de artistas propôs-se a zelar pelos livros. Além disso, atendia no casarão às pessoas interessadas em fazer suas pesquisas ou dedicar-se à leitura, geralmente no período noturno. Antônio Augusto foi um grande guardião do acervo literário da biblioteca.
Em 1921, o presidente da Câmara Municipal de Uberaba e agente executivo João Henrique Sampaio Vieira, com o prédio da Câmara já reformado, instalou a biblioteca no porão da mesma, à esquerda, mais como um depósito de livros, pois nada havia que pudesse considerar o local como biblioteca. O seu acervo era estimado em aproximadamente 600 livros.
Os próximos agentes executivos, como Leopoldino de Oliveira, Geraldino Rodrigues da Cunha, Dr. Olavo Rodrigues da Cunha, apenas zelaram do acervo literário da biblioteca e nada havia sido programado e executado em seu benefício e de que Uberaba pudesse se orgulhar.
Com a Revolução de 1930, que derrubou as oligarquias agrárias do poder e conduziu o gaúcho Getúlio Vargas à Presidência da República, houve um abalo das organizações jurídicas e das Leis da Primeira República (1889 a 1930). Foi necessário ter uma nova constituição que atendesse os novos interesses políticos. Com isso, a biblioteca sentiu a instabilidade e infelizmente o seu acervo de 1.500 livros foi desaparecendo misteriosamente.
No Estado Novo (1937 a 1945) acabaram-se as eleições democráticas no Brasil e consequentemente implantou-se a Ditadura Getulista. Os prefeitos de Uberaba eram nomeados em Belo Horizonte. Dessa forma, foi indicado como prefeito de Uberaba Carlos Martins Prates (1943-1946), que em sua administração acolheu a sugestão do médico e escritor uberabense, Dr. Paulo Rosa, que consistia em reorganizar a biblioteca, não por meio de dotações ou verbas do orçamento municipal, mas com a cooperação de particulares que doaram livros e dinheiro para esse fim. Uma nova Casa da Leitura foi reorganizada e instalada na parte superior, anexa ao gabinete do prefeito. O funcionário Francisco de Paula Bueno de Azevedo ficou encarregado da biblioteca e a manteve organizada, ainda que precariamente.
Em 1947, com a reconstitucionalização do Brasil, assumiu o cargo de prefeito de Uberaba Dr. Boulanger Pucci (1947-1951), que instalou a biblioteca na rua Coronel Manoel Borges, esquina com a rua Major Eustáquio, no casarão que pertencia a Pedro Naves. A funcionária nomeada para dirigir a biblioteca foi Iná de Souza. Funcionou nesse local até 1952, na gestão do prefeito Antônio Próspero, sendo a biblioteca despejada pela falta de pagamento do aluguel pela prefeitura. Diante disso, em 1953 o acervo de livros foi novamente depositado no porão da prefeitura, local onde já havia funcionado a primeira sede da biblioteca.
Em 1957, na gestão do prefeito Arthur de Mello Teixeira, foram alugados dois salões ao lado da prefeitura, na praça Rui Barbosa, nº 14, propriedade da família Castro Cunha. Nesse local foi instalada a biblioteca, cujo acesso se fazia através de uma escada externa ao lado da prefeitura.
Em 1960, com a exoneração a pedido da diretora Iná de Souza, houve uma estagnação na biblioteca. Depois de algum tempo, foi nomeada Angelina Morelli para dirigir a biblioteca. Posteriormente, o seu acervo literário foi desaparecendo, provavelmente pela inoperância administrativa em relação à cultura.
O prédio da biblioteca passou por uma reforma em 1985, gestão do prefeito Wagner do Nascimento (1983-1988), para ampliar o seu espaço, na parte térrea, onde foram instalados o setor infanto-juvenil e a Sala da Academia de Letras do Triângulo Mineiro. Na gestão do prefeito Hugo Rodrigues da Cunha (1989 a 1992), houve na biblioteca uma reforma em seu Salão Nobre.
Fonte:
Jornal de Uberaba. Caderno A Cidade.
Atualmente, a Biblioteca Pública Municipal Bernardo Guimarães é um marco de desenvolvimento para Uberaba, compondo um espaço planejado e moderno, superando muitas bibliotecas públicas da região em idade, em qualidade e quantidade do acervo, em organização e em instalação predial.
A biblioteca é um centro local de informação que procura atender às necessidades de informação da comunidade, além de constituir-se em um espaço democrático, realmente público, um lugar do povo onde se possa conversar, instruir-se, ler livremente, discutir, saciar as curiosidades, recrear-se, criar e transformar-se.
Em 08/04/1909 o Agente Executivo Felipe Aché criou pela Lei Municipal nº 231, na cidade de Uberaba, uma biblioteca que oficialmente foi denominada Biblioteca Pública Municipal Bernardo Guimarães.
Inicialmente, a biblioteca funcionou na parte térrea do edifício do Paço Municipal, localizado na praça Rui Barbosa.
Pela Resolução Municipal de Uberaba nº 117 de 04/01/1912, consta a autorização de despesas com assinaturas de jornais para a biblioteca, revelando que naquela época já havia jornais em seu acervo.
Em 1916, a biblioteca já contava com mais de dois mil livros, quando o agente executivo Silvino Pacheco de Araújo (1916/1920) se desinteressou pela mesma, chegando o acervo a desaparecer quase inteiramente. Ainda em sua gestão, houve a reforma do prédio da prefeitura em 1918. Consequentemente, em 1919 a biblioteca mudou para a rua Vigário Silva e passou a funcionar no casarão de Antônio Augusto Pereira Magalhães, cidadão ilustre de Uberaba, cuja família de artistas propôs-se a zelar pelos livros. Além disso, atendia no casarão às pessoas interessadas em fazer suas pesquisas ou dedicar-se à leitura, geralmente no período noturno. Antônio Augusto foi um grande guardião do acervo literário da biblioteca.
Em 1921, o presidente da Câmara Municipal de Uberaba e agente executivo João Henrique Sampaio Vieira, com o prédio da Câmara já reformado, instalou a biblioteca no porão da mesma, à esquerda, mais como um depósito de livros, pois nada havia que pudesse considerar o local como biblioteca. O seu acervo era estimado em aproximadamente 600 livros.
Os próximos agentes executivos, como Leopoldino de Oliveira, Geraldino Rodrigues da Cunha, Dr. Olavo Rodrigues da Cunha, apenas zelaram do acervo literário da biblioteca e nada havia sido programado e executado em seu benefício e de que Uberaba pudesse se orgulhar.
Com a Revolução de 1930, que derrubou as oligarquias agrárias do poder e conduziu o gaúcho Getúlio Vargas à Presidência da República, houve um abalo das organizações jurídicas e das Leis da Primeira República (1889 a 1930). Foi necessário ter uma nova constituição que atendesse os novos interesses políticos. Com isso, a biblioteca sentiu a instabilidade e infelizmente o seu acervo de 1.500 livros foi desaparecendo misteriosamente.
No Estado Novo (1937 a 1945) acabaram-se as eleições democráticas no Brasil e consequentemente implantou-se a Ditadura Getulista. Os prefeitos de Uberaba eram nomeados em Belo Horizonte. Dessa forma, foi indicado como prefeito de Uberaba Carlos Martins Prates (1943-1946), que em sua administração acolheu a sugestão do médico e escritor uberabense, Dr. Paulo Rosa, que consistia em reorganizar a biblioteca, não por meio de dotações ou verbas do orçamento municipal, mas com a cooperação de particulares que doaram livros e dinheiro para esse fim. Uma nova Casa da Leitura foi reorganizada e instalada na parte superior, anexa ao gabinete do prefeito. O funcionário Francisco de Paula Bueno de Azevedo ficou encarregado da biblioteca e a manteve organizada, ainda que precariamente.
Em 1947, com a reconstitucionalização do Brasil, assumiu o cargo de prefeito de Uberaba Dr. Boulanger Pucci (1947-1951), que instalou a biblioteca na rua Coronel Manoel Borges, esquina com a rua Major Eustáquio, no casarão que pertencia a Pedro Naves. A funcionária nomeada para dirigir a biblioteca foi Iná de Souza. Funcionou nesse local até 1952, na gestão do prefeito Antônio Próspero, sendo a biblioteca despejada pela falta de pagamento do aluguel pela prefeitura. Diante disso, em 1953 o acervo de livros foi novamente depositado no porão da prefeitura, local onde já havia funcionado a primeira sede da biblioteca.
Em 1957, na gestão do prefeito Arthur de Mello Teixeira, foram alugados dois salões ao lado da prefeitura, na praça Rui Barbosa, nº 14, propriedade da família Castro Cunha. Nesse local foi instalada a biblioteca, cujo acesso se fazia através de uma escada externa ao lado da prefeitura.
Em 1960, com a exoneração a pedido da diretora Iná de Souza, houve uma estagnação na biblioteca. Depois de algum tempo, foi nomeada Angelina Morelli para dirigir a biblioteca. Posteriormente, o seu acervo literário foi desaparecendo, provavelmente pela inoperância administrativa em relação à cultura.
O prédio da biblioteca passou por uma reforma em 1985, gestão do prefeito Wagner do Nascimento (1983-1988), para ampliar o seu espaço, na parte térrea, onde foram instalados o setor infanto-juvenil e a Sala da Academia de Letras do Triângulo Mineiro. Na gestão do prefeito Hugo Rodrigues da Cunha (1989 a 1992), houve na biblioteca uma reforma em seu Salão Nobre.
Fonte:
Jornal de Uberaba. Caderno A Cidade.
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